sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Livro:Memórias do Ministério de Música Abba Pai.

                                             

                                                                  Memórias do Ministério de Música Abba Pai                    

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Prefácio
 
           Costumamos chamar a Bíblia, o livro que nos revela Deus, de Sagrada Escritura.
Podemos chamar de escritura sagrada os livros que, contando histórias verdadeiras, nos revelam a atuação divina. O livro
"Ministério de Música Abba Pai" é uma escritura sagrada. Nele nossa querida Carminha nos conta e "canta" uma história de chamado, de resposta, de lutas, de fidelidade, dedicação, de discipulado e de espírito missionário de pessoas que se uniram formando não apenas um grupo de músicos e cantores mas um grupo de ministros... ministros de um ministério diferente. São músicos também! São cantores, mas o são por Deus, com Deus e em Deus. Estas memórias de Carminha Morais nos fazem ver a importância, na Igreja, dos ministérios de música. Esta inspiração do Espírito Santo é mais um sinal da ação transformadora de Deus em meio a seu povo: "Porque o Senhor vai ter piedade de Sião, e reparar todas as suas ruínas. Do deserto que ela se tornou ele fará um Éden, e da sua estepe um jardim do Senhor. Aí encontrar-se-ão prazer e a alegria, os cânticos de louvor e as melodias da música". (Isaías 51,3)
Parabéns Carminha! Gostei demais ao ver que vocês estão bem conscientes de que é preciso, nesse ministério, 50% de técni
ca e 50% de oração. Com esse nome tão bonito Abba Pai, o ministério de música, cuja história lemos neste livro, e todos os outros ministérios na Igreja, são chamados a ser uma verdadeira manifestação dos filhos de Deus. E, segundo São Paulo, faz-se necessário esta manifestação:
"a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus". (Rom. 8, 19)
Obrigado Carminha por este presente tão manifesto. Deus permita que todos os ministérios de música tenham a consciência de que são chamados não só a louvar ao Senhor com seu canto, com sua música, mas a pregar o evangelho. Aqui me recordo de uma admoestação do apóstolo Paulo a Timóteo:
"Tu, porém, sê em tudo, paciente nos sofrimentos. Cumpre a missão de pregador do Evangelho. Consagra-te ao teu Ministério" (2º Timóteo 4, 5). Que este livro ajude muita gente a consagrar-se de verdade a seu ministério.
Sendo este livro também um hino de gratidão a Deus pela história de 15 anos do Ministério Abba Pai, louvo e agradeço com vocês!
Santo Agostinho dizia que
"cantare amantis est". Cantar é próprio de quem ama.
Continuem amando!
Continuem cantando!
À você Carminha, e ao Ministério Abba Pai e aos leitores dessa escritura sagrada, minha benção sacerdotal. Que Maria, aquela que melhor louvou a Deus com seu canto de gratidão, seja a grande maestrina de todos e nos afine sempre mais segundo o diapasão de Deus. Paz! Muita Paz!
"Aquele que é chamado ao ministério, dedique-se ao ministério."
(Rom. 12, 7)Pe. Antonio Maria


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História da santa que se tornou padroeira da música
e do Ministério de Música Abba Pai

Santa Cecília
     Certa vez, o cardeal brasileiro dom Paulo Evaristo Arns assim definiu a arte musical: "A música, que eleva a palavra e o sentimento até a sua última expressão humana, interpreta o nosso coração e nos une ao Deus de toda beleza e bondade". Podemos dizer que, na verdade, com suas palavras ele nos traduziu a vida da mártir Santa Cecília.
A sua vida foi música pura, cuja letra se tornou uma tradição cristã e cujos mistérios até hoje elevam os sentimentos de nossa alma a Deus. Era de família romana pagã, nobre, rica e influente. Estudiosa, adorava estudar música, principalmente a sacra, filosofia e o Evangelho. Desde a infância era muito religiosa e, por decisão própria, afastou-se dos prazeres da vida da Corte para ser esposa de Cristo pelo voto secreto de virgindade. Os pais, acreditando que ela mudaria de ideia, acertaram seu casamento com Valeriano, também da nobreza romana. Ao receber a triste notícia, Cecília rezou pedindo proteção do seu anjo da guarda, de Maria e de Deus para não romper com o voto. Após as núpcias, Cecília contou ao marido que era cristã e do seu compromisso de castidade. Disse, ainda, que para isso estava sob a guarda de um anjo. Valeriano ficou comovido com a sinceridade da esposa e prometeu também pro
teger sua pureza. Mas para isso queria ver tal anjo. Ela o aconselhou a visitar o papa Urbano que, devido à perseguição, estava refugiado nas catacumbas. O jovem esposo foi acompanhado de seu irmão Tibúrcio, ficou sabendo que antes era preciso acreditar na Palavra. Os dois ouviram a longa pregação e, no final, converteram-se e foram batizados. Valeriano cumpriu a promessa. Depois, um dia, ao chegar em casa, viu Cecília rezando e, ao seu lado, o anjo da guarda. Entretanto a denúncia de que Cecília era cristã e da conversão do marido e do cunhado chegou às autoridades romanas. Os três foram presos, ela em sua casa, os dois, quando ajudavam a sepultar os corpos dos mártires nas catacumbas. Julgados, recusou-se a renegar a fé e foram decapitados. Primeiro, Valeriano e Turíbio, por último, Cecília.
O prefeito de Roma falou com ela em consideração às famílias ilustres a que pertenciam e exigiu que abandonassem a religião, sob pena de morte. Como Cecília se negou, foi colocada no próprio balneário do seu palacete para morrer asfixiada pelos vapores. Mas saiu ilesa. Então foi tentada a decapitação. O carrasco a Golpeou três vezes e, mesmo assim, sua cabeça permaneceu ligada ao corpo. Mortalmente ferida, ficou no chão três dias durante os quais animou os cristãos que foram vê-la a não renegarem a fé. Os soldados pagãos que presenciaram tudo se converteram.
O seu corpo foi enterrado nas catacumbas romanas. Mais tarde, devido às sucessivas invasões ocorridas em Roma, as relíquias de vários mártires sepultadas lá foram trasladadas para inúmeras igrejas. As suas, entretanto, permaneceram perdidas naquelas ruínas por muitos séculos. Mas no terreno do seu antigo palácio foi construída a igreja de Santa Cecília, onde era celebrada a sua memória no dia 22 de novembro já no século VI. Entre os anos 817 e 824, o papa Pascoal I teve uma visão de Santa Cecília e o seu caixão foi encontrado e aberto. E constatou-se, então, que seu corpo permanecera intacto. Depois, foi fechado e colocado numa urna de mármore sob o altar daquela igreja dedicada a ela.
Outros séculos se passaram. Em 1559, o cardeal Sfondrati ordenou nova abertura do esquife e viu-se que o corpo permanecia da mesma forma. A devoção à sua santidade avançou pelos séculos sempre acompanhada de incontáveis milagres. Santa Cecília é uma das mais veneradas pelos fiéis cristãos, do Ocidente e do Oriente, na sua tradicional festa do dia 22 de novembro. O seu nome vem citado no cânon da missa e desde o século XV é celebrada como padroeira da música e do canto sacro.
Oração: "Ó Gloriosa Santa Cecília, apóstola de caridade, espelho de pureza e modelo de esposa cristã! Por aquela fé esclarecida, com que afrontastes os enganosos deleites do mundo pagão, alcançai-nos o amoroso conhecimento das verdades cristãs, para que conformemos a nossa vida com a santa lei de Deus e da sua Igreja. Revesti-nos de inviolável confiança na misericórdia de Deus, pelos merecimentos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dilatai o nosso coração para que, abrasados do amor de Deus, não nos desviemos jamais da salvação eterna. Gloriosa Padroeira nossa que os vossos exemplos de fé e de virtude sejam para todos nós um brado de alerta, para que estejamos sempre atentos à vontade de Deus, na prosperidade como nas provações, no caminho do céu e da salvação eterna. Assim seja."

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                               Introdução

        Viver em comunidade é um exercício diário, é complexo, difícil, e cada indivíduo tem o seu jeito de se relacionar com o outro. Na escola, no clube, na sua própria casa, com os seus vizinhos, cada momento deve ser especial para ele. Em razão disso perguntamos: O que é viver em comunidade?

Comum + unidade = viver em comunhão, unidos na mesma fé e no mesmo propósito, partindo e repartindo, tornando-se um só corpo em Deus.
É a esse corpo que esse livro se propõe. Já faz algum tempo venho amadurecendo a ideia de escrever sobre as memórias desse grupo para que não venha com o tempo cair no esquecimento as realizações, as alegrias e também os sofrimentos que só por amor Àquele que nos deu a salvação, por meio do martírio do calvário, nos proporcionou a realização e a formação desse ministério de música.
Todos nós nascemos com algum dom, talento, resta discernir qual o de cada um, e seja qual for, deve ser dividido com alegria, pois os primeiros cristãos tinham tudo em comum, dividiam os seus bens com alegria, Deus espera que os dons de cada um se repartam com amor no dia a dia.
2E pensando assim aqueles que nasceram com o dom da música se propuseram em servir a Deus por intermédio da sua voz e do seu instrumento musical, dividindo o seu tempo de pessoa física, dos
 afazeres cotidianos, com o serviço a Deus.
Sabemos que o trabalho para Deus é gratificante, porém árduo, por isso muitos são chamados e poucos são os escolhidos, e aqueles que o Senhor chama para trabalhar na sua messe, mesmo que não se sintam capazes de realizá-lo, sabem que o Senhor capacita os escolhidos.
Diante dessas palavras, peço a Deus que me ilumine e envie seus Anjos e Santos para me proteger, me guardar e me iluminar, para que eu possa realizar essa tarefa que ora inicio. E que eu apresente somente a verdade e que ela penetre nos corações daqueles que ainda têm dúvidas em servir a quem nos deu a vida, e em seu filho Jesus para nos redimir dos pecados, dando-nos a salvação eterna.
Esse é um projeto que tem a finalidade de mostrar a caminhada de pessoas que se doaram e que se dispuseram a servir a Deus por meio dos dons que receberam.
Somos todos uma grande família, entre jovens e não tão jovens... Procuramos estar sempre unidos. Amamos servir, servimos ao Amor... Somos instrumentos do Amor de Deus! Evangelizamos por meio de nossos dons, procurando sempre estar a serviço do Pai! E o mais importante de tudo é que somos uma família em Cristo muito feliz!
Primeiramente falaremos sobre o 1.º Festival de Música Mariana, realizado na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, com a participação ativa de todas as Pastorais e do Ministério Abba Pai, juntos para um bem comum.
Com a presença marcante de todos os jurados e dos dons que receberam, e, especialmente, da cantora católica consagrada, Aline Venturi.
Queremos esclarecer no decorrer dessas páginas porque se canta a missa e não se canta na missa. Reportemo-nos à mensagem do Monsenhor Habib:

O povo é movido à música e por meio dela evangelizamos, e a responsabilidade é muito grande, porque não se pode plantar abacaxi e colher uvas.(...) Devemos ter o compromisso com a fé e com Deus."
E o ministério levou muitos anos para obter a formação atual. Há quase quinze anos um grupo de pessoas compromissadas com a sua fé se uniu para cantar a missa com os talentos recebidos por Deus. Enfrentaram grandes problemas financeiros e técnicos para realizar a sua tarefa, mesmo assim o grupo seguiu em frente.
Lúcia Sobral, como verão mais adiante, nos conta sobre as dificuldades daquele tempo, nos relembra os nossos irmãos que já não estão mais entre nós, como Maria Aparecida, Paulo César, Jô, Bernadete... Também nos adverte que "viver em comunidade é muito difícil", há sempre os desentendimentos, mas não é impossível quando o trabalho é realizado para Deus e feito com amor.
Nesse grupo havia pessoas que sobressaíam mais e recebiam o carinho da assembleia, e como servos do Senhor tinham, às vezes, o discernimento de saber separar o artista de Deus e o ídolo do mundo, que satisfaz os anseios do povo, mas não devemos nos esquecer de que não podemos condenar essas pessoas, pois muitas não têm o conhecimento do que devem ou não fazer, e com isso, muitas vezes, advinha à incompreensão dos seus entes queridos, causando-lhes transtornos.
Atualmente, o ministério realiza o seu trabalho acompanhando o tempo litúrgico, usam-se os folhetos da missa no Domingo, mas nem sempre foi assim, às vezes não tínhamos recursos financeiros para adquirirmos esses materiais, mas realizávamos a nossa missão, conforme os desígnios do Pai. E sempre com muita alegria.
No final de cada missa, cantávamos um canto de Nossa Senhora, a pedido de Maria Aparecida e também porque somos uma Igreja Mariana.


Entre os grupos há sempre aqueles que cantam e encantam, mas também há aqueles que não cantam e pensam que cantam, porém é necessário ter jogo de cintura, estratégia para que esses acontecimentos não interfiram no bom andamento do trabalho de cada um, porque até mesmo para aqueles que não são bem afinados há espaço. Dentro de um ministério de música esse assunto deve ser tratado com delicadeza para que o irmão não se sinta discriminado, pois todos nós estamos a serviço do Senhor. E como estava Maria Aparecida que, ao cantar, parecia estar acompanhada de coros de anjos, mostrando com a sua voz um amor incondicional a Deus. Ela dizia que a sua voz era um dom de Deus e que seria usado somente para os céus, enquanto seu esposo, Paulo César, afirmava que o instrumento utilizado para louvar o Senhor tinha de ser respeitado e não usado para tocar as músicas do mundo.
O grupo enfrentou muitas dificuldades, mas elas serviram para uni-lo ainda mais, pois um sabia da dificuldade do outro e ajudavam-se. Às vezes, cantávamos a Capela porque a mesa de som não funcionava. E isso nos tornava mais e mais unidos e pessoas vinham se juntando ao nosso grupo e crescendo nesse trabalho tão bonito.
As mudanças ocorridas no grupo, a partir da saída de Padre Lucena e a chegada de Padre José Carlos Passos na Paróquia em 2002, foram de grande importância para o crescimento do ministério. E por que não dizer das Pastorais?
A divisão da coordenação do ministério entre José Henrique e Lúcia Sobral, o primeiro louvor, o retiro, a missa na televisão, a entrevista na rádio Catedral, a missa no Corcovado e na Casa da Moeda, todas essas atividades foram de grande valia para que o ministério crescesse em experiência, na fé e adquirisse confiança para que pudéssemos realizar o nosso primeiro festival de música Mariana.
Esse projeto do ministério foi realizado em 2009, atualmente esperamos ter em breve a conquista da realização da gravação
do nosso primeiro CD, contendo as dezoito músicas cantadas no festival, inclusive as três vencedoras do evento.
Com a Graça de Deus, a humildade e o serviço de toda a comunidade pastoral se unindo à espiritualidade e ao acolhimento do Padre Luiz Carlos, foi possível essa realização.
No dia 19 de dezembro de 2009, foi realizada uma Cantata de Natal com a participação das crianças da catequese que compõem o grupo, contamos com a regência da professora de música Manuela.
Há muito tempo o Ministério tem o sonho de formar um coral mirim, estamos conseguindo realizá-lo.

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Festival da Paróquia
1.º Festival de música da Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus.
N
o dia 23 de maio de 2009, foi realizado o 1.º Festival de música Católica Mariana na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus. Foram momentos vivenciados em duas etapas, sendo a 2.ª etapa no dia 30 de maio.
O evento esteve aos cuidados do Ministério de Música Abba Pai, com o qual uma grande porcentagem contribuiu com suas próprias composições. Foram dezoito músicas e, dentre essas, cinco foram sagradas finalistas e receberam o troféu os três primeiros lugares.
Esse festival foi aberto a toda a comunidade, tendo em seu quadro musical a participação de membros de várias pastorais que trabalharam em prol do bem comum.
O júri desse evento foi composto pela cantora Aline Venturi, voz consagrada da nossa música católica, pelo professor Rogério
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Soldados de Cristo
Esse projeto que ora desenvolvo surgiu num momento muito alegre e descontraído, numa conversa amistosa entre o coordenador do Ministério Abba Pai, José Henrique e essa pessoa que vos escreve, e confesso que é um projeto ousado para alguém que nunca escreveu um livro e hoje traz ao conhecimento de todos que se interessam por música e gostam de uma boa e bem interpretada música litúrgica.
Ao participar desse trabalho, que muito enobrece a música católica e todos que a ouvi-la, com certeza terão em seus corações a alegria, a fé, a confiança em Deus e em Nossa Senhora.
padre luiz carlos abençoando o evento
Nosso sacerdote Padre Luiz Carlos não mede esforços para que o Ministério de Música da Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus esteja sempre alerta como soldados que lutam por sua Pátria.
Assim também é o Ministério de Música Abba Pai. São soldados de Cristo que estão sempre alerta aos anseios, às necessidades de sua Paróquia e de seu sacerdote.
Os participantes desse Ministério de Música estão ativamente engajados em pastorais e serviços da Igreja.
Ao partilharem os momentos felizes e a comunhão com o Senhor Deus, que é nosso Pai e misericórdia, aqueles que não fazem parte do Ministério de Música Abba Pai, não conhecem a grande e tortuosa estrada por onde percorrem os que deram o seu sim a Deus e abraçaram essa causa.
Hoje temos um grupo de quase quarenta participantes que são escalados para realizarem o compromisso que se dispuseram: cantar a missa. Quando dizemos que o ministério canta a missa é porque existe uma grande diferença em cantar na missa e cantar a missa, como veremos mais à frente.

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Mensagem de Monsenhor Jonas
   Monsenhor Jonas nos explica a importância da música na evangelização das pessoas: "Os músicos são antes de tudo ministros do Evangelho. O povo brasileiro é movido à música, se não o levarmos pela música teremos muitas dificuldades. Mas por intermédio dela já temos o

meio para poder evangelizá-lo. Daí a importância e a responsabilidade de nosso trabalho como músicos de Deus. Antes de tudo somos ministros do Evangelho, nós ministramos a coisa de que mais o nosso povo precisa e está gritando: ‘Queremos ver Jesus’. A nossa música é capaz de fazer esse povo ver o Senhor numa impressionante maneira que talvez eles nem imaginem. A música tanto pode mexer o melhor ou o pior da gente, depende da música e daquele que apresenta a música. Ela é muito mais que uma semente, e claro toda semente produz aquilo que ela é. ‘Eu não posso plantar abacaxi e colher uvas, eu não posso semear urtiga e querer colher trigo’. "
"Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos"
(Marcos, 9,35b)
Todos nós, cristãos, temos que ter o compromisso com a fé e com Deus, é sobre esse compromisso que falaremos a seguir.
  
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Compromisso com a fé e com Deus
   Fazendo uso dessas mensagens do Monsenhor Jonas, gostaria de esclarecer que o Ministério Aba Pai levou muito tempo para obter essa formação que atualmente se insere a Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus. Como já foi citado anteriormente, um grupo de pessoas compromissadas com a sua fé se uniram a quinze anos num momento em que na Paróquia não havia um grupo formado para cantar a missa.

 Essas pessoas faziam uso de seus talentos recebidos por Deus, cantando e outras tocando, num tempo em que as dificuldades eram em demasia. Essas dificuldades as quais me refiro são falta de instrumentos, espaço físico, a falta de comprometimento com a causa (de alguns componentes), o pouco interesse do vigário vigente na época, por não ter condições físicas ou mesmo financeiras de adquirir o indispensável necessário para que fosse realizado um trabalho digno para Deus. Mesmo assim, com todos esses empecilhos, esse grupo, como se diz por aí, tirou leite de pedras.
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Lembranças de Lúcia Sobral
  Lúcia Sobral, coordenadora da Liturgia, nos presenteia com algumas lembranças desse grupo e confessa:
"Gente! Nem sei como iniciar! Quando me pediram para que relatasse as nossas memórias e falasse sobre o canto da Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, fiquei apreensiva e cheguei a ter insônia, pois não sabia como iniciar essa tarefa a mim incumbida, pois são tantas lembranças!
Nessa época a equipe de Liturgia era muito pequena, reuníamo-nos às terças-feiras para ensaiarmos os cantos para as missas de Domingo.
Há aproximadamente quinze anos, não usávamos o folheto da missa, pois não tínhamos estrutura e nem equipamentos adequados para acompanhar o canto, apenas o violãozinho do Paulo César, do senhor Joãozinho que nos ensinava a sua humildade e espiritualidade, havia ainda o violão do Beto da Neide.
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Depoimentos de Renato Bastos

Não podemos deixar de mencionar Maria Aparecida, que chegava a mim e perguntava: ‘Podemos cantar no final um canto de Nossa Senhora?’. Em todas as missas tínhamos que cantar um canto Mariano, afinal somos uma igreja Mariana.
Viver em comunidade é muito difícil, necessita-nos ter jogo de cintura, estratégias para que não haja desentendimentos pois somos humanos e cada qual com a sua forma de ver as coisas.
Dentro de um grupo de canto como esse, também existiam as divergências, aquelas pessoas que cantam, encantam, outras pensam que cantam e às vezes atrapalham, mas até mesmo aqueles que ‘desafinam’ têm o seu lugar no grupo e precisamos encontrar meios de solucionar esse dilema de uma forma em que não magoemos essas pessoas.
Eu ficava entre a cruz e a espada quando alguém me pedia para afastar aquele irmãozinho que no seu entender atrapalhava e deveria procurar outra pastoral. Sentia-me constrangida, pois todos estavam ali para servir a Deus por meio do seu trabalho.
Nesse grupo existiam ainda aquelas pessoas que se sobressaíam com a sua voz marcante, o seu carisma, o seu jeito todo peculiar de demonstrar carinho, sua dedicação a esse trabalho para Deus e que era expandido a toda assembleia, e essa tinha o seu ‘galã’ e esperava sempre que ele cantasse a música de sua preferência.
Um dia o Paulo César chegou e disse assim: ‘Lúcia, posso trazer uma pessoa para cantar no grupo? Ela fez o ECC (Encontro de Casais com Cristo) e canta muito bem! Só precisa saber lidar com ela’. Então respondi: ‘Isso não é problema, pode trazer! E adivinhem quem era? Você (Carminha) que, por várias vezes, nesses anos todos, diz: ‘Lúcia vou sair do canto e eu sempre lhe dizendo ‘vai rezar que é melhor’."
Nós como servos na obra do Senhor sabemos e temos que ter consciência e discernimento para identificar o servo do Senhor que está ali para servi-lo, mas não podemos condenar as pes

soas que não têm o conhecimento e não sabem separar o artista de Deus e o do mundo que está para satisfazer os anseios do povo. Isso acarreta para o servo do Senhor muitos problemas pessoais que às vezes não são compreendidos pela família. Mas o importante é ter a consciência de estar cumprindo o seu dever de cristão, lutando de cabeça erguida, e ter a certeza de que por onde passar será recebido com todo o carinho e respeito que lhe é merecido. São tantas as lembranças que não dá para citar todas, e com certeza algumas ficarão de fora porém guardadas nos corações daqueles que vivenciaram.
Essa trajetória da música na Paróquia nos faz relembrar fatos que atualmente, graças a Deus, estão bem mais amenos, e mais uma vez encontramos em Lúcia essas lembranças:
"Era feito um estudo das leituras da Liturgia do dia de acordo com o tempo litúrgico vivenciado, escolhíamos o canto, tirávamos quatrocentas a quinhentas cópias e distribuíamos nas missas, chegou-se um tempo que não tínhamos lugar para guardar tantos folhetos de canto."
A propósito, vivíamos pechinchando os preços de microfones para comprar para a equipe de canto, pois o pouco que tínhamos vivíamos emprestando para outras pastorais que também eram carentes como nós e não retornavam, muitas vezes sendo usados em louvores fora da paróquia por outros grupos. Também pedíamos emprestados ao ECC para o canto no Domingo.
Eram tantos os problemas que acredito que o atual coordenador está no céu, não falta nada! Será?
Muitas dessas pessoas que fizeram parte desse momento já não se encontram em nosso meio, da mesma forma que se doaram aqui com o seu canto magnífico e voz inconfundível, hoje com certeza cantam para Deus e Nossa Senhora.
Essas lembranças me fizeram recordar de um ser humano maravilhoso.

Quero falar de Maria Aparecida que ao soltar a sua voz parecia estar acompanhada de coros de anjos, ela abria o seu coração e mostrava o seu amor incondicional a Deus. Ela soube viver a sua fé e deixou um legado a todos que fazem uso de sua voz.
Dizia que a sua voz era um dom que Deus lhe tinha dado e porquanto só seria usada para louvar os céus, ela era uma mulher humilde, amiga de todos e não abria a sua boca para maltratar ou ofender o seu semelhante.
Assim também era o seu esposo Paulo César que tocava um violão maravilhosamente, era muito nervoso, pois era exigente com as coisas de Deus e afirmava:
"O instrumento que se usa para louvar o Senhor tem de ser respeitado e não ser utilizado para tocar as músicas do mundo."
E a tia Jô? Mulher de fibra e voz forte! Zelosa com as coisas da Igreja, realizava o seu trabalho com carinho, todos a amavam e a respeitavam, sentimos imensamente a falta dessas pessoas, mas segundo Padre Marcelo Rossi: "Saudades sim, tristeza não", tenho certeza de que todas essas pessoas estão rezando por nós no Céu.
Fazem parte ainda do atual Ministério alguns membros que ajudaram na formação desse grupo Litúrgico, sim, porque nessa época ainda não existia um ministério, esse grupo estava inserido no corpo Litúrgico da Igreja e tendo a sua frente, como coordenadora, a senhorita Lúcia que passou a coordenação da Liturgia, na parte do canto, para o jovem Renato.

P
ara dar sequência a essa fase de "memórias do ministério de música", é com muita alegria que trago ao conhecimento de todos o carinho, amor e dedicação de uma pessoa que muito contribuiu para que o grupo de "canto" na igreja Nossa Senhora de Fátima se tornasse o ministério de música que hoje existe nessa Paróquia.
Estou falando de Renato que por algum tempo foi coordenador da Liturgia e aqui nos relata a sua trajetória.
"Para falar desse período que antecedeu a formação do Ministério de Música que temos hoje em nossa Paróquia, lembro de duas frases muito significativas.
A primeira frase é de São Paulo:
‘Mas todas estas coisas as realiza o mesmo Espírito, que as distribui a cada um como quer’. ( I Cor. 12,11)
Lembro-me de que ao chegar à reunião, realizada todas as terças-feiras dentro da Igreja ao lado esquerdo do altar, vi que os rostos e os olhos dos componentes da equipe de Liturgia estavam vibrantes. Após a oração, a Lúcia, que era a coordenadora da equipe, nos comunicou que Eu (Renato) e a Renata éramos os coordenadores da Equipe de Liturgia.
Pensei e questionei a todos que ali estavam porque nos escolheram se éramos os mais novos da equipe, e, de imediato, o saudoso PC (Paulo César) falou que éramos sangue novo e que a Igreja precisava da força dos jovens para dar continuidade ao trabalho.
As dúvidas sobre se conseguiríamos ‘dar conta do recado’ e se saberíamos quais decisões tomarmos, já que a Liturgia ‘mexe direto’ com a vida da Igreja, nos atormentava, foi quando nos vieram essas palavras de São Paulo que nos deu forças para seguir adiante e fazermos o melhor para Deus com a força do Espírito Santo.


A segunda frase é:
‘Vejam como eles se amam’.
Nesse período éramos a Equipe de Liturgia da missa e dos eventos relacionados à Liturgia da Igreja.
Era um trabalho bem difícil, pois a liturgia não era quem organizava a dinâmica da missa.
A cada semana, uma equipe, um grupo era responsável pelas leituras, mensagens e organização das pessoas que participariam da procissão das ofertas. Ex.: CEBES, ECC...
Apesar dos inúmeros e incessantes chamados, comunicados, avisos e convites, raramente algum responsável ou coordenador aparecia nas reuniões.
Então qual era a função da Equipe de Liturgia? Nós éramos os responsáveis pela música da missa. Podemos dizer que este foi o processo embrionário do nosso Ministério de Música atual.
Devemos lembrar que nessa época havia a seguinte disposição de escalas de missa aos domingos:
8:00
- Comunidade (CEBES, Pastorais, ECC, entre outros grupos)
10:00
- Catequese
19:00
- Jovens.
Os grupos eram ‘autossuficientes’, pois ensaiavam entre si, faziam as escalas de leitura com os seus próprios componentes.
A presença em grande número dos outros grupos na nossa reunião só se dava quando mudavam os cânticos da missa, ou quando havia a participação nas leituras em eventos e solenidades da missa.
Por diversas vezes havia desentendimentos, pois a todos era feito o convite para participarem da reunião e participar das leituras. Quando chegavam faltavam poucos momentos para começar a celebração, éramos questionados pelo padre Lucena porque outras pessoas não estavam na leitura. Por vezes para evitar proble

mas fazíamos mudanças na escala de leitores para ensaiar uma ou outra pessoa na celebração daquele dia.
Apesar da aparente ‘autossuficiência’ dos grupos, se faltasse alguém para cantar ou tocar violão nas missas a nós era recorrido para que supríssemos aquela ausência.
Os grupos viviam em verdadeiro isolamento. Nas reuniões da Crisma quem tocava eram os membros da Pastoral e assim pela maioria dos grupos.
Mas e o nosso grupo como eram as reuniões? Podemos dizer que eram maravilhosas. Não estavam ali pessoas para executar funções e sim um grupo de irmãos que inspirado pelo Espírito Santo colocavam suas limitações, imperfeições, ‘afinos’ e ‘desafinos’ ao dispor da comunidade. Contávamos com aparelhagens que não atendiam às nossas necessidades. A mesa não ligava, microfones não funcionavam, entre outras coisas que nos surpreendiam no momento da missa.
Essas dificuldades só trouxeram uma empatia no grupo, um sabia da dificuldade do outro e estava ali para ajudar. Não foram poucas as vezes que cantávamos a Capela, pois a mesa não funcionava.
E isso nos tornava mais e mais unidos e pessoas vinham se juntando ao nosso grupo e crescendo nesse trabalho tão bonito.
E por fim a frase:
‘Tu és eternamente responsável por aquilo que cativas’. (Antoine de Saint-Exupéry)
Da boa lembrança daquele período ficou a nossa amizade. Não quero dizer que não quebrávamos o ‘pau’ mas tudo acontecia na reunião e nela ficava, não ultrapassava o limite e o respeito entre as pessoas, nada se tornara pessoal.
Acredito que na época éramos vistos como uma panelinha, mas não era verdade. Éramos, ou melhor, somos um grupo de amigos que se reuniam, pois o Espírito nos deixava inquietos para trazer os dons e os carismas que Deus nos deu a serviço da nossa comunidade. Se hoje temos um Ministério de Música maravilhoso que é referência e exemplo para outras comunidades, devemos

agradecer a Deus por ter colocado tanta gente boa desde a fundação da capela até essa data.
Esse período se encerra quando em conversa com Padre Passos eu disse que precisava me afastar, pois iria formar a minha sagrada família e que desse a oportunidade de outra pessoa conduzir esse grupo maravilhoso.
Mas qual foi a minha contribuição neste período? Quase nenhuma. Foi Deus quem realizou tudo e me colocou junto de irmãos que foram ‘fora de série’ na alegria e na dor foram 100%, a palavra ‘não’ era quase inexistente.
Eu só tenho a agradecer a Deus esse período que conheci essas pessoas tão maravilhosas."

  

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Depoimentos do Padre José Carlos Passos
   Muitas coisas mudaram no decorrer do ano 2002 em nossa Paróquia: saiu Padre Lucena e chegou Padre José Carlos Passos que, dando início ao seu sacerdócio nessa Igreja, fez os ajustes ao seu dispor e conforme às necessidades pastorais.
No decorrer desse ano coordenava o grupo de canto o jovem Renato, porém havia necessidade de mudanças em todas as pastorais para que fossem lançadas novas ideias. E deu-se uma profunda mudança nos quadros das pastorais e consequentemente no canto também.
Lúcia Sobral nos conta como se deu a transferência da responsabilidade do canto para o atual coordenador do Ministério de Música:

"Padre Passos falou-me do trabalho que o Zé Henrique estava realizando na paróquia, combinamos que eu ficaria na coordenação da Liturgia, dividindo com ele esse trabalho, pois o mesmo era uma pessoa maravilhosa e muito especial, fruto do trabalho do Encontro de Casais com Cristo que nos presenteou com a sua presença e de sua esposa Sueli na nossa Paróquia.
O José Henrique tem uma coisa importantíssima para o canto Litúrgico, a sensibilidade, ele entende que não se canta na missa, se canta a missa.
Entramos em contato com o Padre Passos para que ele nos falasse sobre o grupo musical existente na paróquia quando ele chegou aqui. E quais foram as mudanças realizadas por ele. Ficamos muito contentes com a sua resposta e com mais garra de continuar esse trabalho."
Vejamos o seu depoimento:
"Havia a necessidade da música na Igreja. Havia um grupo que já tocava há algum tempo, e esse grupo era baseado num documento que Dom Eugenio havia falado sobre o silêncio na Igreja, então pensei:
Nós tínhamos que fazer um Ministério de música mais conjugado, com escalas, fazendo um rodízio, onde todos cantassem com todos e não uma separação onde só Maria canta com João e vice-versa. Essa proposta de imediato foi aceita pelo coordenador José Henrique.
Ele, apesar de suas limitações de locomoção, se tornou uma pessoa ainda mais ativa, e o Ministério cresceu mediante a sua gerência e a minha preocupação era facilitar para ele e para todos que necessitassem um melhor acesso à paróquia. Por isso fiz várias portas na igreja para que também as pessoas de idade não precisassem ficar dando voltas para satisfazerem as suas necessidades.
Confesso que me surpreendi, e foi à ação do Espírito Santo, eu não sabia que algumas pessoas cantavam, pudessem tocar algum instrumento e de repente passo a ter 48 participantes no ministério de música. E a característica da batida do violão? Depois veio o teclado do Davison, do Rafael e tudo isso veio de alguma forma mostrar que eles estavam crescendo, falavam a mesma linguagem, tinham a mesma proposta e o sentido rotativo.
Às vezes, as pessoas que participavam desde o início não entendiam o fato de eu tentar fazer de uma forma que elas não ficassem dependentes uma das outras.
Lembro-me de uma vez que pedi que abaixassem o microfone do Moura, porque a voz dele era mais alta do que as das meninas que estavam cantando, acredito que talvez eu tenha sido mal interpretado, mas é porque uma voz mais baixa tem que estar na mesma altura da voz mais alta! Se eu canto mais alto, tenho que baixar o meu microfone para ouvir as outras vozes. Como eu tenho um pouco de ouvido queria ouvir todas as vozes, então eu mandava baixar aqui ou aumentar ali, e às vezes algumas pessoas não entendiam isso e diziam:
‘Poxa! O padre está perturbando’. Mas é porque eu não estava ouvindo as três vozes, só uma e o que as outras duas estavam fazendo lá? Até que chegou um momento que eu não tive alternativa e comprei aqueles microfones de estúdio, mas tinha sempre um que queria cantar mais perto do microfone.
Isso tudo foi difícil?
Eu diria que não, no início foi embaraçoso, mas depois foi se assimilando tudo isso e o Ministério cresceu muito. Cresceu tanto a ponto de ter o seu próprio estilo, diferente de todos os ministérios que a gente possa imaginar! Tinha uma batida de música religiosa, mas ao mesmo tempo estilizada, diria que era muito mais próxima do jazz, que é uma arte, do que do Rock ou do samba de uma nota só.

Foi muito bom e a música cresceu muito. E sem querer desmerecer os outros colegas, Dom Ednei um dia falou:
‘O nosso Ministério de música é o melhor da zona Oeste.’
"
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Depoimento do coordenador do Ministério de Música Abba Pai
      Também procuramos o atual coordenador para nos brindar com as suas lembranças e falar um pouco sobre o nascimento do Ministério de Música Abba Pai.
E José Henrique com muita paciência e humildade não se fez de rogado e disse:
"A coordenadora da Liturgia que também era responsável pelo grupo musical da Paróquia passou a incumbência de coordenar para o jovem Renato que ficou responsável pelo canto nas missas de Domingo.
Nessa época eu estava começando a tocar violão, havia um grupo que tocava na missa das 18:00 horas, com a coordenação do jovem Hugo, responsável pela banda, uma banda de jovens conhecida como Ministério de música, paralelamente a do grupo existente.
No dia 13 de maio de 2002, o novo sacerdote foi apresentado à comunidade, ficou algumas semanas na paróquia para se adaptar antes de assumir o seu cargo.
Uma semana antes houve um incêndio na igreja queimando a imagem da padroeira Nossa Senhora de Fátima, sendo restaurada a tempo para a sua festa. Logo na semana seguinte, o Padre Lucena
   
se despediu da comunidade e o Padre Passos assumiu o seu lugar. Padre novo, casa nova, mudanças.
Houve a necessidade de trocar a coordenação de várias pastorais, sangue novo, novas ideias, deu-se uma profunda mudança nesse quadro e também no canto, havendo grandes transformações.
Recebi o convite para assumir esse grupo uma semana antes de Domingo de Ramos, mais especificamente no dia 17 de março de 2003, eu já participava do canto desde agosto de 2001, na ocasião a senhorita Lúcia Sobral também foi chamada e até pensávamos que ela seria a coordenadora do Ministério, na verdade a Liturgia está acima do ministério de música e, portanto, ela é também a coordenadora.
Comecei a coordenar e logo nos primeiros momentos entrei em contato com o Hugo, tentamos encontrar uma solução que suprisse as necessidades do canto nas missas.
Nessa época, já existia um grupo responsável pela missa das crianças que era a catequese e o grupo jovem tocava na missa das 18:00 horas. Comecei a fazer um elo com esses grupos tentando uma unificação, eu participava de suas reuniões, mas me sentia deslocado, parecia que eu era um intruso, pode até ser uma cisma da minha parte, mas havia um clima estranho, mas eles eram um grupo de muita qualidade e se dispunham a ensaiar bastante.
Houve algumas divergências e uma sequência de problemas entre o coordenador do grupo jovem e o Padre.
Aconteceu então a união dos grupos e a divisão de escalas para suprir as necessidades das missas dominicais, e assim o grupo jovem e os outros grupos se unificaram formando o atual Ministério de Música Abba Pai.
Uma das condições colocada pelo padre Passos foi que acompanhássemos a Liturgia por meio do folheto ‘A Missa’, e graças a Deus o Ministério sempre foi muito fiel a isso, sabemos 
   que não são todas as igrejas que fazem uso desse material, mas por obediência, como deve ser, o Ministério age em conformidade a ela.

Em uma missa campal realizada na Paróquia e com a presença de Vossa Eminência o Bispo Dom Assis, ele impôs as mãos sobre o Ministério e fez o envio, então o Padre Passos nos apresentou como ‘Ministério de Música Abba Pai’.
Frequentemente acontecia o louvor depois da missa das 18:00 horas, pois padre Passos gostava muito de música e incentivava bastante o ministério.
Enfrentou-se e continuava-se enfrentando vários problemas, e um deles era que no mesmo momento em que o grupo estava superlotado, esvaziava, as pessoas se afastavam, ficavam somente aquelas compromissadas com a obra de Deus e com a missão a elas incumbidas, com os seus talentos recebidos pelo Pai. Mas graças a Deus nunca ficou sem ninguém.
A ideia do primeiro retiro no dia 22 de novembro de 2003 surgiu porque eu participava do grupo jovem, o Vicariato Suburbano e a Paróquia Santa Terezinha, cujo Padre hoje Monsenhor Luiz Artur, faziam muitos retiros, uma oportunidade para nós termos uma noção do que os grupos realizavam lá fora e ficarmos por dentro da Liturgia da Igreja.
Buscamos conhecimento por intermédio de palestras, testemunhos e tivemos pouco tempo para a montagem desse evento, e também da confraternização. Eu tinha experiência em participar, mas não na montagem de retiros, foi uma caminhada e as responsabilidades tanto minha quanto do Moura.
Foi realizado em apenas uma parte do dia, muito trabalhoso mas também emocionante, a palestra do César foi muito proveitosa para aquele início de caminhada.
Mantivemos essa ideia e programamos o próximo e contamos com a presença de Willian com a palestra de formação.
Um retiro não é melhor que o outro, e sim uma experiência nova, as pessoas que estão à frente do retiro querem que tudo dê certo e nós não caminhamos apenas em função do retiro, a Liturgia da igreja não para."
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Dificuldades na missão de coordenar
   Como coordenador, explica José Henrique, a grande dificuldade é que de vez em quando é preciso tentar acalmar os ânimos das pessoas para que seus problemas íntimos familiares não venham causar constrangimentos aos novos participantes que não estão acostumados a esse tipo de assunto. 2.º retiro do ministério de música abba pai: dia 22 novembro de 2004
"Devemos saber discernir o que é certo e errado para que os nossos problemas não prejudiquem os outros, afinal o nosso compromisso é com Deus e não com o Zé Henrique.
É difícil chamar a atenção das pessoas para essa responsabilidade, claro que cada participante deve estar imbuído no que ele deseja para si."
Querendo ser tão obediente, às vezes passamos sérios problemas que nos prejudica emocionalmente e devemos saber contornar o mesmo, para que a nossa missão na Igreja seja para o bom andamento do que for proposto pelo sacerdote.
Pensando nas dificuldades de chamar as pessoas para uma proposta melhor de canto, nos foi dado um presente do qual trataremos nesse momento.
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Aulas de canto e de violão
  
    O ministério não deixou de presentear o grupo com aulas de canto como preparação para a missão. Pessoas pertencentes ao grupo se dispuseram a ministrar essas aulas para o ministério, e também uma fonoaudióloga para que aprendêssemos a impostar a voz. Além disso, o próprio coordenador ministrava aulas de violão para aqueles que se interessassem em servir na Paróquia com o seu dom, assim como atualmente existem jovens que aprenderam instrumentos e hoje servem à Igreja nas missas e nos eventos da Paróquia.

Para que possamos ter força e continuar nessa caminhada, precisamos nos abastecer do alimento espiritual que é Deus e vem de Deus.
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Faz-se necessário que expliquemos detalhadamente como isso acontece em nossa caminhada.
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O alimento do Ministério Abba Pai
  
      O  Ministério de Música Abba Pai se alimenta espiritualmente por meio da Adoração ao Santíssimo realizada especialmente para todos os participantes do grupo, além disso todas as últimas sextas-feiras do mês reúnem-se para adquirir força e dar prosseguimento à missão a eles conferida.
A oração acalma o coração, pois não é possível rezar as dezenas do terço após as missas e guardar rancor do irmão, a oração fortalece a alma e nos dá ânimo de prosseguir.
É preciso estar sempre em oração, como o ouro é provado no fogo nós também somos, mesmo dentro da Igreja é preciso estar preparados, somos espelhos e devemos refletir nossos atos e nossas ações.
Num passado bem próximo vivíamos constrangidos, e algumas pessoas se preocupavam em nos observar para criticar, por isso devemos estar vigilantes, pois o Ministério de Música é um espelho, somos vidraça onde deve refletir aquilo que estamos nos propondo a fazer, o nosso vestir, o nosso trajar, por acaso alguém vai nadar no mar de calças compridas? Da mesma forma devemos respeitar a casa de Deus, não ir a missa com roupas indecorosas e chamando a atenção das pessoas.
Precisamos ter o discernimento, temos que dar o exemplo para que não sejamos chamados à atenção e depois achar que o
padre é chato ou antiquado, a verdade é que devemos respeitar e nos dar o respeito.
Devemos olhar o outro com cordialidade e sempre com um sorriso, pois estamos ali para servir. Mesmo que estejamos passando por problemas pessoais é ali o principal momento e lugar onde o Ministério se alimenta que é a Santa Missa.
Bem alimentados e com a certeza de estarmos realizando a vontade do Pai, nós, Ministério de Música Abba Pai, fomos chamados a colocar em prática os dons recebidos de Deus.
        
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                                                      Eventos fora da Paróquia
         
      E   assim servindo foi que o Ministério participou de missas do Cristo Redentor, missa na TV Globo e na TV Brasil no dia 17 de Fevereiro de 2008.
O Ministério de Música Abba Pai foi homenageado pelos Diretores da Casa da Moeda por participarem sucessivamente das missas de fim de ano que são sempre realizadas naquele órgão, recebendo uma carta de agradecimento e medalha de honra ao mérito.
O Ministério participou ainda de uma entrevista na rádio Catedral com a participação do Padre Passos.
Participou ativamente das missas de Corpus Christi na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição nos anos consecutivos.

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Humildade e trabalho
  
  A  nossa caminhada é muito serena, assim nos relata Zé Henrique, procuramos cativar, pois a nossa raiz é concentrada na Liturgia, estamos trabalhando para que seja realizada a gravação do nosso primeiro CD com as músicas vencedoras do primeiro Festival de Música da Paróquia realizado em 2009.
E pedimos a Deus sempre que nos dê a humildade para poder realizar com dignidade a sua obra.
O Ministério Abba Pai deve ter o compromisso com Deus e não com o Zé Henrique, espero que o dia em que eu entregar a coordenação desse Ministério as pessoas possam ter esse mesmo compromisso, porque o compromisso é com o Pai.
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Pelotão de Frente
     Por   intermédio do livro "Formação Espiritual Evangelizadora", encontrei alguns ensinamentos essenciais e que todos nós que estamos à frente de um trabalho na Igreja devemos conhecer e colocar em prática.
O ministério de música é pelotão de frente, porque é aquele que vai à frente de todo exército de Deus para abrir as trincheiras do coração dos homens com a melodia.
Quando cantamos para o Senhor somos intercessores, aqueles que fazem da música uma súplica ao Deus longânime, ao nosso
Deus sempre disposto a abençoar aos filhos que rogam seu favor. Porém de nada adianta sermos hábeis em usar a música como meio de evangelização, se não fizermos discípulos, se não multiplicarmos servos dispostos a também formar outros.
Como Igreja que somos, cada um de nós queremos servir com intuito de fazer o Senhor aparecer em nossa música e poder sempre dizer: "Importa que Ele cresça e que eu diminua".

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Postura de Guerreiro
     Postura de guerreiro foi a expressão que melhor encontrei e que se encaixa nessas explicações a seguir:
Ao partilharmos os momentos vividos dessa vocação, que é o cantar a missa por meio do Ministério Aba Pai, quero dizer que nem sempre se colheu flores.
Como em qualquer caminhada a serviço do Senhor, muitas pedras e espinhos foram pisados.
As pessoas que estão cantando a missa tornam-se espelho, vidraça, e a postura de cada indivíduo que faz parte desse corpo é de estar sempre em oração, ser sal da terra e luz do mundo, a nossa postura deve ser a de um guerreiro que está à frente de uma batalha, estar vestido com capacete e lança, armadura de todo o guerreiro, que no caso em questão é estar sempre em oração para não cair em tentação, a tentação da egocentricidade, da autosssuperioridade. Ao contrário, deve-se estar imbuído em realizar o melhor para Deus e não para a sua autopromoção.
Para que isso não aconteça, o Ministério e aqueles que fazem parte desse corpo necessitam estar em constante oração.
Os caminhos desbravados por essas pessoas são impressionantes, e também a força que move seus componentes. Só há uma explicação: que é pela fé em Deus e na sua Santíssima mãe, além de colocar o coração naquilo que faz, pois tudo que é realizado com amor é gratificante a nós, e Deus retribui com chuvas de Graças.
Como em toda família, que é o que somos, uma família de Deus, existem divergências de opiniões, nossas ideologias, cada qual com a sua individualidade, mas por amor a Deus é possível a realização desse trabalho, que é voltado somente para o Pai, sem engrandecimento algum para cada indivíduo. Sim, porque se alguém faz parte de um corpo Litúrgico e se acha envaidecido pelo trabalho realizado saiba que não tem nenhum valor aos olhos do Criador e é melhor que se afaste desse trabalho, e procure algo que venha lhe trazer lucros financeiros e ascensão social. Encontramos nas palavras do Monsenhor Jonas muitos alertas para a nossa caminhada e fiquemos atentos a eles:
"O trabalho realizado para Deus não é para se enriquecer, você não ganha dinheiro, fama ou se beneficia de alguma forma, você recebe as glórias do Senhor para a sua vida, e para o cristão verdadeiro isso é o que mais importa."

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Regras básicas para participar de um Ministério de Música
Algumas regras básicas são essenciais para que sejamos um participante de ministério de música, e o Monsenhor Jonas nos alerta quanto a ser um fiel depositário nas mãos de Deus.
Para viver a sua consagração, você precisa abolir o fumo, o álcool, a droga.
O fumo faz mal para sua voz. O álcool também faz mal para sua voz, mas faz maior dano para a sua pureza e para a sua sexualidade. De aperitivo em aperitivo, de cervejinha em cervejinha, você acaba indo longe e cai. No ministério de música não se deve fumar nem se deve beber. Mas isso é radicalismo? Você pode perguntar: "Que mal existe em fumar e em beber?"
De quem você está a serviço: da vida ou da morte? O fumo traz vida? Não, o fumo traz morte! Ele acaba com o alimento da sua vida, que é o oxigênio para os seus pulmões. Não condeno os que fumam. Mas quero tirar o fumo da boca dos que fumam. Você pode entregar o seu cigarro para Deus hoje. E nunca mais fumar. É importante que no ministério inteiro todos tomem essa decisão.
Um membro da nossa comunidade é irmão de um rapaz que jogou vôlei e foi da Seleção Paulista. Certa vez, o time estava saindo em viagem quando o técnico aproximou-se desse rapaz, colocou a mão no bolso da camisa dele, e arrancou o maço de cigarros, jogou no chão, pisou em cima e disse: "Ou você joga fora essa droga e não a põe nunca mais na boca ou você não joga no meu time!". O técnico tinha razão. Num jogo de vôlei é preciso ter fôlego e por isso não se pode fumar. Da mesma forma, um músico de Deus precisa ter fôlego e fôlego espiritual! "Ou você joga fora essa porcaria, essa droga, ou você não toca nem canta na minha banda. Decida-se!" Com o álcool é a mesma coisa. Quem teve um pai ou mãe alcoólatra sabe o que é isso… E muito músico foi vítima da bebida. Se você não teve esse problema na sua casa, graças a Deus, já deve ter visto em outras famílias o que é alguém que bebe. A bebida é morte. Satanás usa o álcool para matar pessoas. Matar famílias. Matar vidas. Matar amor.
Você queria ser concebido pela embriaguez do seu pai? Queria ser fruto de um relacionamento em que seu pai, bêbado, teve

sua mãe de maneira forçada e brutal? Claro que não! O álcool leva à degradação, à morte, à morte do amor. Por que em seu ministério de música você precisa beber? Há tanto suco, refrigerante e tanta água neste mundo de Deus! Você não precisa do álcool!
Por que estou dizendo isso? Porque se outros conjuntos e bandas estão a serviço de satanás, é preciso que você, de um ministério a serviço de Jesus Cristo, se mortifique e faça um jejum voluntário. O nosso ministério de música faz jejum voluntário de cigarro, de álcool e de drogas, para que cada um seja realmente consagrado com força.
Se você não começar a fazer jejum dessas coisas mínimas, como cigarro e álcool, você não resistirá à tentação nenhuma: não viverá como consagrado nem conseguirá se afastar da tentação que atinge de cheio o músico de Deus. Não seja mais ingênuo, comece o seu jejum de álcool. Deixe, a partir de hoje, o cigarro e a bebida. Seja como João Batista!
Você músico, que prepara o caminho do Senhor, tem de ser como João Batista. Do contrário, você é um ingênuo.
Você só quer sucesso? O seu sucesso vai derrubar você! Queira Deus que ele (sucesso) não derrube a sua banda, o seu conjunto, o seu ministério de música! Se você vê alguém entrar nessa, tire esse menino ou menina do grupo. Você não pode confiar em alguém que só quer sucesso: ele não aguenta nada.
Aquele treinador de vôlei arrancou o maço de cigarros daquele rapaz, jogou-o no chão, pisou em cima e disse: "Ou você joga fora essa droga e não a põe nunca mais na boca ou você não joga no meu time!". Jesus tem o direito de fazer a mesma coisa. Você que está à frente do seu ministério de música tem o dever de fazer isso também: seja um treinador severo como aquele treinador de vôlei.

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Alimento da alma
T
odo corpo necessita de alimentos para realizar a proeza de sobreviver, vitaminas, sais minerais, água, e assim também é a nossa alma, ela precisa ser abastecida, mas não só desses alimentos relacionados acima, mas para o cristão a oração é o que nos purifica e sustenta a nossa fé e que deve ser vivida diariamente.

O Ministério Abba Pai abastece as suas energias na fonte de água pura, que é o próprio Cristo Jesus que está presente a todo o momento na Sagrada Eucaristia, toda última sexta-feira do mês quando é realizada a adoração ao Santíssimo, com a participação das pastorais da Paróquia, e nos retiros anuais, para que os grupos se encontrem e se descontraiam, mas encontrem o Cristo em cada irmão e por intermédio da oração.
Monsenhor Jonas nos convida a lutar, lutar e estar sempre alerta e nunca desistir da batalha, porque todos nós já somos vencedores em Jesus Cristo.
   
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Guerreiro com Jesus e Maria
N
as bodas de Cana, encontramos nos lábios de Jesus uma expressão intrigante que muitas vezes tem sido mal interpretada:"Jesus também foi convidado às núpcias como também os seus discípulos. Como faltasse vinho, a mãe de Jesus lhe disse:

‘Eles não têm vinho’. Mas Jesus lhe respondeu: ‘Que queres de mim, mulher? A minha hora ainda não chegou’
(JO, 2, 2-4)."

"Essa palavra ‘mulher’ sempre me intrigou. Fui verificar se os judeus tinham o costume de chamar suas mães de ‘mulher’, e constatei que não, os judeus são muito respeitosos. Então porque Jesus chamou sua mãe de ‘mulher’? Verificando a nota na Bíblia, entendi que o termo ‘mulher’ usado aí é o mesmo usado no Gênesis, nas bodas de Cana e no alto da cruz. Fiquei maravilhado, estava aí a explicação. Um termo especial que não se usa comumente e quer dizer ‘Mulher’, usado no início da Sagrada Escritura, no Gênesis, no meio, nas bodas de Cana, onde se inicia a salvação, no coração da Bíblia, no calvário, aos pés da cruz, e no livro do Apocalipse."
(ABIB, Jonas, 2007, p.49.).
É como se Jesus dissesse na cruz: "Minha mãe, a senhora deve ter estranhado eu te chamar de "mulher" nas bodas de Cana, dizendo que a minha hora ainda não tinha chegado".
"Agora mãe, com tua carne em mim, com o teu sangue em mim, em obediência ao meu Pai, nesta cruz, junto estamos pisando a cabeça da serpente, eu e a senhora, estamos realizando a profecia de Gênesis.
Para isso precisei ter uma carne: a tua carne. Alguém tinha de me dar carne, o pai te escolheu. Poderia ser outra, mas foi a senhora. A carne que a senhora me deu. O teu sangue agora derramado na cruz. A minha carne estraçalhada em obediência ao Pai.
Dessa forma mãe, a senhora que é a mulher e eu que sou a tua descendência, eu que entreguei legalmente nesta terra, sendo tua descendência, estamos realizando a profecia de Gênesis. A salvação está acontecendo. (...).
A vitória já aconteceu por onde você passou, por isso você não pode faltar (...) estou habitando lá e você também: e isto não é presunção é fé. É esperança (...) por essa razão Jesus lhe deu o Ministério de Música. A vitória é dEle, e você é vitorioso com ele.
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Por isso você precisa lutar e a vitória é certa.Você está lutando agora, já está ressuscitado no Céu, já tem um corpo glorioso como o de Jesus(...)."
"Meu filho, minha filha, lute, lute! Não se deixe vencer! Você já está vitoriosa, lute."
  
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Um dia de cada vez.
O Amanhã a Deus pertence.
"
Há dois dias em todas as semanas com os quais não nos deveríamos preocupar. Dois dias que deveriam estar livres do medo e da apreensão.Um desses dias é o ontem, com os seus erros e ansiedades, com suas falhas, dores e sofrimentos. O ontem passou para sempre, está para além do nosso controle. Nem todo o dinheiro do mundo pode trazer de volta o ontem. Não podemos desfazer um único ato que fizemos. Não podemos apagar uma única palavra que dissemos. O ontem já partiu… O sol do amanhã irá levantar-se ou em esplendor ou por detrás de uma máscara de nuvens, mas levantar-se-á. Até que ele chegue, não temos nenhuma garantia do amanhã, pois ainda não nasceu. Isso deixa apenas um dia, o hoje.
Não é a experiência do hoje que enlouquece alguém. É o arrependimento ou a amargura por algo que aconteceu ontem e o receio do que o amanhã pode trazer. Portanto, vivamos não mais que um dia de cada vez.
Somente por hoje serei feliz, somente por hoje serei agradável, somente por hoje falarei baixo, agirei com sensatez, não criti


carei ninguém, não acharei erros em nada e nem tentarei melhorar alguém antes de me melhorar. Ontem é história, o amanhã é um mistério, mas o hoje é uma dádiva. Por isso é chamado… presente! Que vivamos o hoje plenamente e que tenhamos um dia cheio de alegrias… Deus te abençoe e que você descanse o seu coração no Senhor. Faça a sua parte, mas espera Nele. O Senhor sabe o que faz! Que Nossa Senhora, a mãe da Divina Providência, passe a frente de todas as situações nas nossas vidas! Amém!"
No início desse livro, prometemos explicar a diferença entre cantar na missa e cantar a missa, e fomos buscar explicações no texto de Frei José Ariovaldo que coloca muito bem as suas palavras de uma forma esclarecedora

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Cantar a missa ou cantar na missa
por
Frei José Ariovaldo da Silva
"Em minhas andanças como missionário da Liturgia, encontro pessoas que se queixam de certas missas barulhentas demais. Observam que o pessoal da música e/ou as ‘bandas’, com baterias, teclados, guitarras e cantores tocando e cantando a todo vapor, não levam a sentir Deus se comunicando com a gente na Palavra e na Eucaristia. Não ajudam a se concentrar. Não favorecem a oração. Tem-se a impressão de se estar assistindo antes a um show do que participando realmente do mistério de Deus. Outros ainda observam que, muitas vezes, cantam-se músicas que não têm nada a ver com o mistério celebrado. Como aconteceu uma vez em São
Paulo: numa determinada comunidade, em plena festa de Corpus Christi, começaram a missa, cantando ‘Mãezinha do céu’. Ao lado dessas observações, me vem à lembrança também uma pergunta que muitos me fazem: Afinal de contas, quando uma música é litúrgica ou não? Vamos refletir um pouco sobre esta pergunta, fixando nossa atenção mais na missa, para depois indicarmos algumas orientações práticas para o uso da música na liturgia.
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Música Litúrgica

 

     Quando uma música é litúrgica ou não? Quem nos responde é o próprio Concílio Vaticano II, em 1963. Há 40 anos, portanto.
No capítulo VI da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, dedicado à música sacra, o Concílio nos ensina o seguinte: ‘A música sacra será tanto mais santa quanto mais intimamente estiver ligada à ação litúrgica, quer exprimindo mais suavemente a oração, quer favorecendo a unanimidade, quer, enfim, dando maior solenidade aos ritos sagrados" (n.º 112). Como se vê, o Concílio diz que a música sacra será tanto mais santa, isto é, litúrgica, ‘quanto mais intimamente estiver ligada à ação litúrgica’.
Este é o critério fundamental para discernir se uma música é litúrgica ou não. Em outras palavras, ela (a música) é litúrgica quando está a serviço do mistério de Deus que se celebra na liturgia. Vamos repetir: a música é litúrgica na medida em que estiver intimamente ligada à ação litúrgica. E, no caso da missa, o que é

uma ação litúrgica? São as diferentes ações que se realizam para celebrar o mistério de Deus em Cristo: procissões (entrada, ofertório, comunhão), ritos iniciais, proclamação da Palavra, proclamação da Oração Eucarística, comunhão, despedida etc.
Então uma música é litúrgica na medida em que expressar o mistério de Deus celebrado em cada uma dessas ações, sem esquecer também do tempo em que estamos (Advento, Natal, Quaresma, Tempo Pascal, Tempo Comum, Festa especial do Senhor, de Maria ou outro santo). Por exemplo, qual é o mistério de Deus que celebramos no momento de iniciar a celebração? É o mistério do Deus que nos acolhe em sua casa, nos reúne em comunidade (em assembleia) para nos comunicar sua Boa Nova e sua Vida, na Palavra proclamada e na Eucaristia celebrada.
A música deve expressar, de alguma maneira, o mistério deste Deus e a nossa oração a este Deus ‘hospitaleiro’; nos ritos iniciais, a música deve expressar o Deus que nos reúne e nos prepara para ouvir a sua Palavra e participar da sua Ceia. Na liturgia da Palavra, a música deve expressar o mistério de Deus que fala ao seu povo reunido, e da assembleia que fala para Deus. No ofertório, a música que acompanha a ação litúrgica deve expressar, de alguma maneira, o mistério de Deus que nos reúne em torno à sua mesa para celebrar a Eucaristia e, ao mesmo tempo, o mistério da assembleia que se coloca como oferta para Deus.
Na comunhão, a música deve expressar o mistério de Deus que entra em comunhão conosco, para entrarmos também nós em comunhão uns com os outros, em favor da vida. E assim por diante... Assim sendo, com base nesses critérios emanados pela Igreja na Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Vaticano II, aponto a seguir, para os músicos de nossas comunidades, algumas orientações práticas importantes.

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Orientações práticas


        Em primeiro lugar, os músicos devem ter sempre em mente que são parte da assembleia. Por isso, não devem tocar nem cantar ‘para’ a assembleia, mas ‘com’ a assembleia. Seu papel (isto é, tocando e cantando ‘com’ o povo presente) é dar apoio à assembleia centrada naquilo que se celebra na liturgia. O centro (no caso da missa) é a mesa da Palavra e o altar, a Palavra proclamada e o sacrifício de Cristo. Por isso, junto com a assembleia, os músicos celebram (tocando e cantando) aquilo que acontece na mesa da Palavra e no altar do Senhor. E não outra coisa!
Consequentemente, que os músicos toquem e cantem (como a assembleia faz) com a atenção voltada para a Palavra e para o altar. Por isso, fiquem mais voltados para este centro de atenção, e não simplesmente ‘de frente’ para a assembleia (como se estivessem tocando e cantando ‘para’ o povo). Importantíssimo: os músicos tomem muito cuidado para não ‘roubar a cena’ do mistério que se celebra na mesa da Palavra e na mesa da Eucaristia. Sua atuação deve antes ‘convergir’ e levar a ‘convergir’ para este centro. O estilo show ‘rouba a cena’ (tira a atenção!) daquilo que é central na celebração. Isso não deve acontecer.
O mistério de Deus é o mais importante. E mais: cantem e toquem músicas que ‘batem’ realmente com a ação litúrgica que se realiza e com o momento (e época) da celebração. Não é qualquer música, só porque é ‘bonita’... Como diz o Concílio, tem que ser música que esteja ‘intimamente ligada com a ação que se realiza’. E ainda: dentro do princípio de que a música deve estar intimamente ligada à ação litúrgica, quando termina a ação cessa também a música. Finda a procissão de entrada, ou de ofertório, ou de comunhão, para também a música. Nada de ‘espichar’ o canto com as restantes estrofes que sobram.

Pois a finalidade da música sacra é acompanhar (solenizar) a ação litúrgica, celebrando o mistério. Outra coisa muito importante: evitem fazer muito barulho! Já está mais que provado: o mistério de Deus, a gente o sente é na suavidade, na calma, na serenidade, no silêncio. Por isso, os músicos - na arte de tocar e cantar - devem deixar, em primeiro lugar, o mistério de Deus ‘aparecer’! E é no silêncio que ele se manifesta. Por isso, privilegiem a maneira suave e silenciosa de tocar e cantar. Enfim, uma última sugestão: a música litúrgica deve ter sempre um caráter orante. Por isso, os músicos devem cantar e tocar na liturgia com espírito de oração. Orando! Sua música deve ser oração em forma de sons e acordes. Canto, sons e acordes, tudo oração."
Na Comunidade Família de Nazaré, procuramos compreender a diferença entre Bandas e Ministérios, e nós o que somos?

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Banda ou Ministério de Música?
 
           "(...)       o grande perigo para um ministério de música é que ele deixe de ser um ministério de música e passe a ser apenas uma banda". De fato, Marcelo tem razão na sua colocação e isso acontecerá facilmente a qualquer ministério de música se os seus componentes deixarem de ser ministros para serem apenas músicos." Com o termo apenas músicos, não estou querendo diminuir aqueles que investiram a vida no estudo da música e fizeram dela a sua profissão. Essas pessoas precisam ser valorizadas, pois, em geral, são pessoas de grande sensibilidade e que não recebem do
mundo o reconhecimento que merecem. Mas eles são profissionais da música e não ministros de música.
Um ministro de música, além de tocar bem, tem a função de ministrar a música. Ministrar significa servir. Veja que interessante: quando se diz que alguém está ministrando a música, significa dizer que ele está servindo a música, o louvor de Deus, à adoração àqueles que desejam aproximar-se de Deus e sentir o seu amor. O ministro de música não precisa de reconhecimento do seu "público", pois eles não estão ali somente para ouvir o ministério cantar e tocar, eles estão ali porque desejam se aproximar de Deus e você ministro, você ministra, foi escolhido e escolhida por Deus para servir a esse povo que precisa da sua música para entrar em sintonia com esse Deus.
A responsabilidade de um ministério de música é, então, muito maior do que a de uma banda musical. É preciso conduzir um povo sedento até o seu Deus e nesse caminho, o ministério de música precisa fazer com que esse povo tenha os olhos fixos no seu Deus. Se a música for apenas tocada e não ministrada, o povo poderá desviar os olhos de Deus e colocá-los no ministério, ficando no meio do caminho, perdendo-se em meio a gritos, palmas e frases vazias, ficando somente no "abra o coração, feche o coração".
Isso não significa que um ministério de música não tenha que tocar bem. Embora o objetivo principal seja levar as pessoas para Deus, não podemos nos acomodar e fazer o nosso trabalho de forma medíocre. É preciso estudar e estudar pra valer o instrumento e a própria voz. A cada dia, a música católica tem buscado a profissionalização e já é possível hoje, graças a Deus, atrair o público mais exigente em termos de música. Também devido a isso, muitos músicos profissionais têm sido atraídos para tocar só para Deus, isso está exigindo cada vez mais empenho dos ministros no estudo musical.
Portanto, nem somente ministério, nem somente música, o que precisamos é de ministério de música. É claro que a tarefa não é fácil, como conciliar o pouco tempo disponível dos componentes, com oração, formação e ensaio? Foi exatamente a pergunta que fiz a Salete Ferreira da Canção Nova. Ela me disse: "façam meia hora de adoração antes de cada ensaio". É como se ela estivesse dizendo: "não pergunte a mim, pergunte a Jesus"! Ou então "Não são vocês quem vão fazer, será Jesus em vocês"!
Não estamos falando aqui de algo lógico, segundo os critérios humanos, estamos falando de algo sobrenatural, divino, inexplicável com palavras, mas que acontece de fato. Quantas vezes já fizemos shows, fomos a eventos e não tivemos tempo de ensaiar o suficiente e, ao entregarmos tudo a Deus, nos surpreendemos tocando muito bem, com harmonia melhor do que tantas vezes que ensaiamos bem. Só pode ser coisa de Deus. Não tem outra explicação.
Porém, é preciso cuidado. Em Ecl. 15,9 a Palavra de Deus nos diz que "o louvor não é belo na boca do pecador". Portanto, um ministério de música, precisa ser composto de adoradores, pessoas que lutam, com todas as forças, por meio da oração e entrega, contra o pecado e rejeitam as seduções do maligno, transmitindo por intermédio dos próprios lábios e dos instrumentos o que de fato vivem ou desejam viver no seu dia a dia.
"Ninguém consegue servir a dois senhores", diz a Palavra. É preciso decidir-se radicalmente por Deus e levar uma vida de santidade e louvor a Ele, para que esse louvor do dia a dia transborde naturalmente nos encontros, shows e celebrações.

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Matemática do Ministério de Música
50% Oração + 50% Técnica = 100% Unção
        
         
    Se tem uma coisa que um músico profissional recém-chegado a um ministério de música sente incômodo em ouvir é a célebre frase: "ministério de música é 90% Oração e 10% Técnica". Pra ele, isso muitas vezes soa como desvalorização de anos dedicados ao estudo da música, das horas diárias de treino, das madrugadas a fio tirando músicas… e, pior, como se apenas com oração alguém tenha o desplante de pensar que tocará tanto quanto ele, tão dedicado no estudo musical.

É óbvio que a oração é mais importante do que qualquer coisa na nossa vida, pois é ela que nos coloca em sintonia com Deus que nos sustenta e sustenta a nossa missão. Tanto que não há nada mais frustrante para um ministério de música quando começam a perceber que aquele músico profissionalíssimo que entrou não quer saber de oração, falta o dia de espiritualidade, formação e só quer saber de ensaio, pois sabem que o ministério de música não se sustenta sem oração, pois não se trata apenas de dar uma ajuda para a Igreja, trata-se de uma missão de levar as pessoas a um encontro pessoal com Jesus, por meio da música.
Entretanto, ao longo desses anos de ministério de música, Deus vem nos ensinando que para tocar com unção tanto a oração quanto a técnica precisam, em pé de igualdade, ser alvo da preocupação de um ministério de música. Não estamos aqui entrando no mérito de quem é mais importante, pois isso já disse no parágrafo anterior. O que estou dizendo é que devemos nos empenhar em ambas.
Muitas vezes somos levados a colocar essas duas coisas como concorrentes, quando na verdade precisam andar juntas. A própria Bíblia traduz esse conflito no trecho abaixo:


"Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa. Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar. Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse: Senhor, não te importa que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude. Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada". (Lc. 10, 38-42)
Veja esse outro trecho da Bíblia:
"De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo? Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. (Tg. 2, 14-18)
De fato, há membros de ministérios de música que, por não terem formação musical, acabam acomodando-se com o conhecimento limitado de música que possuem e não procuram evoluir. É preciso cuidado, pois muitas vezes vestimos uma capa de pessoas santas e orantes e apontamos o dedo para o irmão que se empenha no estudo dizendo que ele não quer saber de Deus.
Na verdade, quando agimos assim, também não estamos querendo saber de Deus, pois se é para Deus que canto, se é para Deus que toco, tenho que fazê-lo da melhor forma que puder e isso exige estudo, dedicação, ensaio. Servir a Deus exige empenho, sair da zona de conforto. Não posso dar esmola para Deus. Para Deus, o melhor!
Por outro lado, evidentemente, um ministério de música não pode ser apenas uma banda. Normalmente, não há remuneração

para os músicos de um ministério, por isso, todos estão ali porque querem. E por que querem?
Os motivos são diversos: porque gostam de tocar, pra servir a Deus, pra assumir uma missão, para fazer amigos… Tudo isso é muito bom, mas é preciso ter consciência de que um ministério de música não é lugar para alguém que só quer tocar/cantar por prazer, hobby, diversão ou coisa parecida. É preciso ter consciência de que somos todos missionários e estamos incumbidos da tarefa de mudar a vida das pessoas em nossas apresentações.
Por isso tocar/cantar com unção requer tanto oração, quanto técnica. Um ministério de música precisa buscar o equilíbrio entre essas duas coisas. Digo sem medo de errar: "quanto mais orante for um ministério de música, maior a sua preocupação com a técnica".
Porém não se trata de uma preocupação vazia, com a técnica em si. Trata-se de tamanha intimidade com Deus que não admitimos servi-lo de qualquer jeito, que iremos nos empenhar ao máximo para agradar os seus ouvidos perfeitos.
"Cantai-lhe um cântico novo, cantai bem para Ele! Alguém pergunta como cantar para Deus. Canta para Ele, mas não cantes mal. Ele não quer que seus ouvidos sejam molestados. Cantai bem irmãos. Diante de um musicista de bom ouvido, dizem-te para cantar de modo que lhe agrade. Ora se não foste instruído na arte musical, temes cantar para não desagradar ao artista. Não sabendo que és ignorante, ele te repreenderá. Quem se oferecerá para cantar bem a Deus, a Ele que de tal modo julga o cantor, de tal modo examina tudo, de tal modo sabe escutar? Quando poderás apresentar um canto com tanta arte que absolutamente em nada desagrades aos ouvidos perfeitos?" (Santo Agostinho)
O ideal seria que cada membro do ministério de música tivesse tanta preocupação com a técnica quanto tem com a oração, porém, a realidade é que nossos ministérios de música, como qualquer grupo de pessoas, são formados de pessoas diferentes, com
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histórias e experiências diferentes. É natural que em uns sobressaia o empenho na oração e em outros o empenho na técnica. O importante é que ambos, oração e técnica estejam presentes na vida de todos no ministério.
No final das contas, a matemática geral do ministério de música tem que ser 50% Oração + 50% Técnica = 100% unção.
(comunidade família de nazaré, 2009)Na Oficina da Música Católica encontrei algo realmente interessante e que devemos estar preparados, principalmente aqueles que fazem parte do corpo de Salmistas de uma Paróquia.

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Salmo surpresa
   Estávamos uma vez diante do sacrário, adorando a Jesus (geralmente finalizamos o grupo de oração fazendo esta adoração), e a pessoa que estava conduzindo a oração neste dia falou assim: "agora nós vamos cantar um salmo ao Senhor... um salmo onde possamos adorá-lo".

Confesso que fui pego de surpresa, pois realmente eu não esperava por aquilo. Na realidade já estava dedilhando uma outra música no violão e só estava esperando-a terminar para começarmos a cantar.
Bom, na hora mudei os planos e tratei de pensar em algum salmo (e que ainda precisava ser de adoração, exaltação ao Senhor, pois era o momento que estávamos experimentando).
Por incrível que pareça não me vinha nenhum na cabeça e eu dedilhando o violão como que tentando achar alguma melodia

algo que eu pudesse lembrar rápido. Fui mudando as tonalidades, o dedilhado e nada… Comecei a ficar um pouco tenso porque a pessoa insistia: "…vamos, vamos cantar um salmo em adoração ao Senhor…"
Vejam só que fria…
Bom, no final deu tudo certo, pois lembrei de um salmo e finalizamos o grupo.
Logicamente no final conversei com essa irmã e expliquei que algumas coisas precisam ser "combinadas". Não saí pedindo qualquer música e a qualquer hora. Claro que conversei numa boa e ela entendeu que eu tinha ficado numa "saia justa".
Com tudo isso, refleti: precisamos SEMPRE estar preparados. Não basta fazer uma listinha das músicas que vamos tocar no grupo de oração. No início até entendo, mas com o tempo é bom ter um acervo de músicas dos vários momentos que são utilizados no grupo.
Pensei também a respeito do seguinte: todos os domingos nós músicos estamos acostumados a tocar o Salmo de resposta, porém vem a dúvida: será que sabemos mesmo o que estamos cantando? Se o salmo é de ação de graças ou súplica, se é um salmo de louvor ou poéticos, enfim… nós músicos precisamos ter mais intimidade com os Salmos, pois tenho certeza que muitas vezes após sair da Santa Missa nem lembramos mais que salmo foi cantado.
Precisamos de mais intimidade com os salmos para também rezá-los com eles, para também levá-los ao coração das pessoas. Para inseri-los no nosso dia a dia.
Faça essa experiência: após a missa tente lembrar quais foram as leituras do dia. Com isso você estará medindo seu nível de atenção com a liturgia da Palavra.
Uma boa ajuda também é ter o costume de ler as leituras do dia e não simplesmente só se prender às leituras do domingo.
Em um dos seus livros, Monsenhor Abbi diz que salmos são como frutas que são bem-vindas a todos os instantes. Sempre


bom ler e meditar um Salmo. Meu convite final é esse: sermos salmistas de verdade, que experimentam profundamente o que esses hinos podem fazer em nossas vidas.
Assim não seremos pegos de surpresa nos mais diversos dias de nossas vidas.
Deus abençoe!
Jorge.
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Um sonho que se realiza
    Nesse ano de 2009 houve grandes realizações em nossa Paróquia e sempre com a presença marcante do Ministério Abba Pai.Sonhávamos em formar um coral com as crianças de nossa Paróquia, e estamos conseguindo realizá-lo. No dia 19 de dezembro de 2009 foi realizado uma Cantata de Natal com a participação das crianças da catequese que compõem o grupo, contamos com a regência da professora de música Manuela.
                                 
 Na caminhada do Ministério de Música Abba Pai, nesses oito anos de serviço à Igreja Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, construímos uma família, somos os membros de um corpo que é a Igreja e todo corpo tem um coração que pulsa constantemente bombeando o sangue (FÉ) que nos dá vida e Cristo é a cabeça desse corpo que nos ama e guarda todos dentro do seu coração.


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Projeto de Deus
O ser humano é chamado a ser grande. No projeto de Deus, o ser humano foi criado para ser o senhor da natureza e de todas as coisas do mundo. Deus nos criou parceiros. Mas é preciso se convencer da necessidade de multiplicar os talentos. Aliás, esse é o grande verbo bíblico: multiplicar. É a conta que Deus melhor sabe fazer. Ele sempre une nossos esforços com as suas graças. Quando a graça de Deus se encontra com um espírito puro e batalhador, os milagres acontecem. Na grande parábola dos talentos (MT 25,14ss.), um dos servos ganhou um talento e o enterrou. Depois veio com a esfarrapada desculpa de que teve medo. Mas o senhor não aceitou essa desculpa e o medroso acabou perdendo até mesmo esse talento. Quem não multiplica seus dons acabará perdendo tudo. É preciso frutificar os dons. Não podemos nos acomodar nunca.


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Considerações finais
  
     É com imensa alegria que finalizo esse projeto que teve início logo após o encerramento do 1.º Festival de Música Mariana da Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus.
Por vários momentos cheguei a pensar em desistir, mas perseverei em respeito aos meus irmãos que muito me incentivaram e colaboraram para que fosse levada adiante essa obra e àqueles que lutaram bravamente para que hoje pudéssemos ter um Ministério de Música reconhecido em todas as paróquias e na Diocese do Rio de Janeiro.
Não poderia permitir que os meus momentos de angústias e saudades daquelas pessoas que no passado fizeram parte dessa família deixassem de serem lembrados.


Esse é um momento ímpar para mim, procurei nesse livro mostrar as dificuldades daquelas pessoas que se doam com os seus talentos, sua sabedoria, seus desprendimentos, dos sacerdotes que nos auxiliaram conforme as suas condições financeiras e da paróquia, e que muitas vezes não havia o suficiente para que pudéssemos realizar os nossos trabalhos dignamente. Mesmo assim, com a graça de Deus e de Nossa Mãe Maria Santíssima, vamos conseguindo levar a todos a evangelização, por meio de cada voz aqui anunciada, de nossos atos e ações.
Esse livro não conta somente os trabalhos e realizações do Ministério de Música Abba Pai, mas também nos leva a conscientização dos deveres aos quais devem estar imbuídos aqueles que se propõem a realizar qualquer trabalho na Igreja e dos nossos sacerdotes, obedientes aos mandamentos de Deus e às diretrizes da Igreja, servindo, pois "a fé sem obras é uma fé morta", e estando sempre de prontidão como um exército em ordem de batalha.
Segundo Padre Léo:
"(...) Se você acha que rezando terá uma predileção especial de Deus, pode parar de rezar. Nossa oração não muda Deus; Deus não precisa mudar. Nossa oração modifica a nós mesmos, e nos faz compreender que a vida cristã é um contínuo e constante combate."
E seguimos cantando assim:
"Quero ouvir teu apelo, Senhor, ao teu chamado de amor e responder.
Na alegria te quero servir, e anunciar o teu reino de amor.
E pelo mundo eu vou. Cantando o teu amor.
Pois disponível estou para servir-te, Senhor.
Dia a dia, tua graça me dás; nela se apoia o meu caminhar.
Se estás ao meu lado, Senhor, o que, então, poderei eu temer?
E pelo mundo eu vou. Cantando o teu amor.
Pois disponível estou para servir-te, Senhor."



Os 30 pecados do músico católico
1.
Fazer do altar um palco;
2.
Impor sempre seu gosto pessoal;
3.
Cantar por cantar;
4.
"Só toco se for do meu jeito";
5.
Ir sempre contra a ideia da equipe de celebração e do padre;
6.
Escolher sempre as mesmas músicas;
7.
Nunca sorrir;
8.
Usar instrumentos desafinados;
9.
Tocar músicas de novela em casamento;
10.
Afinar os instrumentos durante a missa;
11.
Colocar letra religiosa em música da "parada";
12.
Nunca estudar liturgia;
13.
Não prestar atenção na letra do canto;
14.
Não ler o Evangelho do dia antes de escolher as músicas;
15.
Cantar forte demais no microfone, ou seja, o seu é sempre o mais alto;
16.
Volume dos instrumentos muito acima do volume dos microfones;
17.
Coral que canta tudo sozinho;
18.
Cantar só para exibir-se (estrelismo);
19.
Distrair a assembleia com conversas paralelas durante a missa;
20.
Não avisar ao padre as horas que serão cantadas; 73
21.
Nunca ensaiar novas canções nem estudar o instrumento que ministra (voz, violão, teclado…);
22.
Ensaiar tudo antes da missa;
23.
Cantar músicas desconhecidas;
24.
Usar roupa bem extravagante, que chame a atenção;
25.
Fazer de conta que está em um show de rock;
26.
Perder contato com a assembleia;
27.
Músicas fora da realidade e do tempo litúrgico;
28.
Fazer o máximo de barulho;
29.
Não ter vida interior ou oração com o ministério inteiro;
30.
Repetir no fim de cada celebração: "vocês são ótimos, eu sou apenas o máximo!".



Até aqui me ajudou o Senhor!
Obrigado!
                                
                                   
                                             Ministério De Música Abba Pai





Bibliografia
ABIB, Jonas, Músicos em Ordem de Batalha, edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1998.
Buscai as coisas do Alto, Pe. Léo, 42 ed., São Paulo, Editora Canção Nova, 2006, pg. 15.
II Crônicas cap. 20-versículos 15 e 20-22 (II Cron. 20,15,20-22).
http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/2007/09/17/os-30-pecados-do-musico-catolico/
http://blog.cancaonova.com/ministeriodemusica/tag/monsenhor-Jonas-abib
http://blog.cancaonova.com/ministeriodemusica/2009/03/31/os-musicos-sao-antes-de-tudo-ministros-do-evangelho ho/
http://clayton.cfn.blog.br/?tag=musica-catolica
http://clayton.cfn.blog.br/?tag=banda
http://www.frasesfamosas.com.br/de/antoine-de-saint-exupery.html
http://diocesedejundiai.org.br/comissaoliturgia/downloadmaterial/cantoeamusica.htm.noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=245691
http:// paroquias.org/oracoes/?o=184
http://pime.org.br/mundoemissao/teologiamissa.htm



Entrevistas realizadas:
1. Coordenador do Ministério de Música Abba Pai José Henrique21 de Outubro de 20092. Lucia Sobral24 de Novembro de 20093. Renato Mendonça de Barros11 de Março de 2010
projeto gráfico
: Guilherme Peres
Este livro foi composto em
Arno Pro e English, corpo 12/15.







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