segunda-feira, 28 de novembro de 2011














Essa história que hora inicio é uma ficção, mas que bem po­deria ser a de cada um de nós, pois o amor é um sentimento que nasce no coração de cada ser humano, mas nem todos possuem a essência, a dignidade, valores e éticas. Buscam ser felizes através de uma vida de mentiras, falsidades, enga­nando a todos, fingindo ser uma pessoa quando na verdade possuem múltiplas personalidades.
Nunca devemos construir a nossa felicidade dependendo de outras pessoas, pois, com certeza sofreremos porque o ho­mem é um ser falho. A nossa felicidade e a nossa casa deve ser construída sob a rocha que é Deus e os seus mandamen­tos que nos torna capazes de superar todas as adversidades da vida, onde nenhum vendaval destrói, e no fim vai preva­lecer o amor e a verdade.
Nessa história conheceremos Julia que no afâ de ser rica e feliz foge de sua casa, esconde-se no bagageiro do carro de Sérgio, que se apaixona por ela, mas Júlia se aproveita da oportunidade de conhecer Eduardo, homem rico e bonito, que passava por provações familiares, por ter perdido sua família, vivia amargurado e fragilizado. Júlia viu em Eduardo a possibilidade de realizar seus objetivos.
Sérgio apaixonado por Júlia e por ter perdido o seu amor para o seu melhor amigo, muda-se para Portugal onde co­nhece Magda uma cantora de Fado e se casam. Enquanto isso, Clarisse e Carlos, primeira família de Eduardo, vivem uma vida de dificuldades, porém o respeito e o amor que nutrem entre  eles supera todas as barreiras da vida, e assim Carlos se torna um médico. No decorrer dessa história vere­mos que mais uma vez a força do amor prevalece entre os homens, numa realidade de fé e esperança para todos que compõem esse enredo da vida.Nesse ínterim Carlos conhece Marta,que no decorrer da história descobrirá que possui uma doença muito séria, mas com a ajuda  de todos e principalmente do amor de Carlos vai conseguir superar.




   


segunda-feira, 27 de junho de 2011

Fechei os olhos e senti cair sobre mim gotas cristalinas como se fosse chuva. O cansaço e o sono não me deixavam dar continuidade a leitura que ora realizava. Inclinei a cabeça e recostei na mesa e ali me deixei vencer pelo sono que me roubou segundos de minha lucidez. Até que uma voz ressoou ao longe, e ouvi como se estivesse dentro de um túnel, a voz me pedia: faz um cafezinho para mim?Acordei sobressaltada, desliguei o computador no qual tentava encontrar informações que me ajudassem a dar continuidade a escrita do livro “Estamos a caminho sob os pés dos Eucaliptos'.Fui até a cozinha, fiz o cafezinho e  saboreamos esse néctar dos deuses.
    Voltei ao que havia dado uma pausa e escrevi um pouco mais.
     Felizmente conseguí chegar ao término do livro e depois de tantos sacrifícios, tendo muitas vezes esquecido até mesmo de mim para que esse trabalho fosse realizado, tive uma decepção, ela foi tão grande que cheguei a ficar doente. Vi um trabalho realizado com tanto carinho e dedicação sendo achincalhado. Ainda ouço aquelas palavras em meus ouvidos e ficaram entranhadas em minha mente, palavras saindo da boca de alguém que só deveria exalar amor, compreensão, humildade, me dizendo que ao realizar esse trabalho eu estava querendo que todos batessem palmas para mim, e que eu não tinha humildade e estava querendo aparecer perante as pessoas, ser elogiada!.E ainda me proibiu de falar com quem quer que seja que ele havia me proibido. Meu Deus! Jamais pensei que tudo isso aconteceria! Mesmo porque sempre fui fiel a igreja católica e nunca pensei  em trocar a minha religião por qualquer outra.Sempre procurei andar nos caminhos do Senhor, viver em comunidade, fazer partes de pastorais, enfim, a minha vida está sempre ao dispor das necessidades do meu irmão, mesmo ele não comungando da mesma fé.
  Tenho chorado e sofrido muito com tudo isso e só escrevendo desse jeito é que consigo me acalmar, pois nem desabafar com outras pessoas eu posso.
Nos sermões que ouço essa pessoa fazer, todas as palavras parecem ter um destino certo, os meus ouvidos. Sei que estou morrendo aos poucos, a cada dia sinto o meu coração apertar, sofro e choro sempre que me recordo daquelas Palavras.   Peço a Deus que o perdoe, sei que ele já está em idade avançada e pode até estar com a mente cansada, não deve ser fácil para alguém se entregar totalmente a um serviço da igreja durante tanto   anos, mas sei também que não sou responsável pelas tribulações de sua vida.Por isso estou fazendo esse desabafo, para que eu possa a partir disso me concentrar nos deveres e serviço de minha paróquia, não sou uma pessoa que fica chorando pelos cantos, procuro enfrentar as situações que vão surgindo em meu caminho, 
   Infelismente sou obrigada a admitir : a cada dia que passa mais e mais me decepciono com o ser humano.
Percebí que a convivência de anos com as pessoas não é sufuciente para que se conheçam, mesmo que sejamos honestos, amigos para toda hora,companheiros de caminhada,onde um pode se apoiar no outro, confiar.Mas tudo isso não é sufuciente para se ter a certeza de uma amizade sincera porque basta uma das partes se afastar um pouquinho por necessidade, isso já é motivo suficiente para que sejamos execrados e colocados numa posição consttrangedora diante das pessoas, enfim seja feita a vontade de Deus, se é assim que ele quer, amém!!!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

História da Fundação da Paróquia Nossa Senhora de Fatima e São João de Deus

                  Livro da Paróquia Nossa Senhora de Fatima e São Joaõ de Deus.

Introdução

(...) Os livros sagrados são produtos da ação transcendente de Deus que suscita, dirige e envolve, inteiramente, a atividade humana agindo em constante coordenação com ela.(...) É a ação sobrenatural pela qual (Deus) excitou e moveu os (hagiógrafos) a escreverem e os assistiu enquanto escreviam para que concebessem fielmente e exprimissem aptamente e com verdade só aquilo que ele mandasse.
        Esta ação Divina estende-se a todas as faculdades e atos dos homens que concorrem para a produção dos livros santos; a todas as partes dos livros e a todos os gêneros literários que neles se encontram. No entanto isso, longe de tornar passivo o hagiógrafo, favorece a sua livre espontaneidade. Porque o homem é tanto mais livre e ativo quanto mais o Espírito Santo o acompanha. Deus, quando atua no homem, fá-lo sempre com delicadeza, respeitando a sua liberdade e a sua maneira de ser. Não se trata pois de um ditado mecânico, mas de uma obra em que Deus e o homem intervêm: Deus com as suas perfeições infinitas, e o homem com as suas faculdades e conforme a sua capacidade relativa. E, por isso, os dois são verdadeiros autores dos livros santos.    (Bíblia Sagrada,edição Papal,p10.)
Viver é uma dádiva, lutar e seguir em frente numa estrada tortuosa e cheias de terrenos íngremes, vem e vai, entristece, ri, chora, mas sempre buscando dias melhores, olhando nos olhos dos outros, e com essa atitude percebemos que os nossos caminhos não são tão mais árduos do que os deles e que, unindo nossas forças e seguindo um mesmo ideal, uma utopia pode se tornar uma realidade, mas tudo isso só é possível se acreditarmos  que existe um ser supremo, que te carrega no colo ao sentir-se cansado, frágil, sem forças para continuar a caminhada. Como Ele fez com os nossos pais Abraão, Isaac e Jacó, dando-lhes a terra prometida.
   Também nós fomos agraciados, recebendo de suas mãos a obra realizada pelos benfeitores dessa Paróquia que um dia disseram sim como Maria e tudo se realizou. 
     Dando início a esse trabalho, elevo e entrego a Deus todas as minhas ações e lhe imploro que me capacite, e que eu possa realmente ser digna de levar aos meus irmãos uma história verdadeira. Assim como foi verdadeira a intenção daqueles, desde o mais humilde, que de uma forma ou de outra se uniram para erguer uma capelinha, que ao longo dos anos se tornou uma Paróquia conhecida pelos atos e feitos de todos os sacerdotes que por ela passaram.
  Todos os sacerdotes tiveram excelentes intenções, que, mesmo com suas falhas, contribuíram de alguma forma para que hoje pudéssemos relatar toda história da Paróquia e também dessa comunidade abençoada.         
Neste livro vamos conhecer os anseios e aspirações de um grupo que, no passado, idealizou a construção de uma capelinha para glorificar a Deus e venerar Nossa Senhora de Fátima. Um local coberto de eucaliptos, lugar inspirado pela fé, pelo trabalho e o desejo de realizar esse empreendimento.


Num momento em que a localidade do Jardim Novo estava em plena expansão e urbanização, esse povo unido, como os primeiros cristãos, deu início à construção de uma capela, pelos desígnios de Deus e a perseverança de algumas pessoas, e em particular do incansável Senhor Antonio Mello, que lutou bravamente para que fosse erigida uma igrejinha. 
     Essa aspiração teve início no ano de 1953, quando o Rio de Janeiro era ainda a Capital Federal, as terras onde hoje está situada a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus faziam parte de uma fazenda chamada Fazenda do Macaco e pertenciam ao espólio de Ermínia Freire Caire. Essas terras foram adquiridas pela Empresa CICO - Companhia Industrial de Construções, que reservou um espaço respeitável para a construção de uma praça para os seus moradores e um parquinho para as crianças.                                                                                                           
     O local era repleto de eucaliptos que ajudavam a drenar a água que por ali era abundante.
     Grupos de pessoas usavam esse local para rezar o terço. E num dia de domingo estavam todos reunidos quando Sr. Mello sugeriu que construíssem uma capelinha naquele lugar, e todos que ali estavam foram unânimes ao desenvolvimento do projeto. Com a ajuda e a união da comunidade, ergueram um barracão de madeira e assim deu-se início a construção de uma capelinha que se tornou a nossa atual Paróquia.
    Esse empreendimento começou a tomar forma quando Monsenhor Turíbio, a pedido do precursor Sr. Mello, foi até o local e colocou a pedra fundamental, celebrando a primeira missa na capela de Nossa Senhora de Fátima.
        Foi pedida a colaboração de todos que no momento construíam suas casas, e cada um ajudou conforme as suas possibilidades para levantar a capelinha.  
       Construíram um cômodo e ali realizaram as primeiras atividades pastorais, como a catequese das crianças, os batizados, reza do terço, a oração da Ave Maria em louvor a Nossa Senhora de Fátima.
      A capela foi aumentando gradativamente com a cooperação da comunidade e a força de vontade e de trabalho até mesmo braçal do Sr. Mello. Ele muito lutou para que na capela.
        
houvesse missa aos domingos. Ia às igrejas para conseguir padres, e muita das vezes procurava em igrejas distantes da capela, buscava e levava de volta no seu próprio carro.
      Porém, havia muita pressão para que a capela fosse fechada. Os nossos irmãos separados, insatisfeitos, se incomodaram, não admitiam e nem se conformavam com a derrubada dos pés de eucaliptos.
       A capela, no princípio de tão pequena só tinha uma mesa que o padre usava como altar para a celebração, ficava repleta de fiéis do lado de fora. 
       Sua primeira missa foi celebrada pelo padre Zaqueu da Paróquia do Divino Espírito Santo. E teve na figura do Padre Joaquim seu primeiro padre.
      Quando Padre João de Deus chegou da Paróquia do Divino Espírito Santo, em novembro de 1969, já havia uma capela construída por Monsenhor Turíbio, ele então começou a trabalhar para torná-la uma paróquia. No dia 29 de novembro de 1969, Padre João de Deus celebrou a sua primeira missa na capela.    
       Um dia, Dom Jaime de Barros Câmara foi celebrar uma missa na Capela e disse assim para o padre João: “se você tiver onde morar eu vou tornar essa igreja uma paróquia’. Isso porque o padre precisava residir na Igreja ou pelo menos perto dela. E Dom Jaime anexou um segundo padroeiro, pois havia muitos  portugueses no bairro e já existiam muitas Paróquias de Nossa Senhora de Fátima. E assim essa  passou a se c
Em fevereiro de 1971, Dom Jaime faleceu e a obra ficou suspensa. Foi construída  apenas a casa paroquial e as obras pararam.
   Com a chegada de Dom Eugenio Sales ao Rio de Janeiro, foi necessário esperar sua adaptação para dar continuidade à obra. Em 24 de junho de 1971, a paróquia ficou pronta, sendo a primeira construção realizada por Dom Eugenio aqui no Rio de Janeiro. Ela foi edificada por Dom José de Castro Pinto.

 E Dom Eugênio fez a vontade de Dom Jaime transferindo Padre João de Deus para essa Paróquia.   
    Com a presença diária do sacerdote pôde-se dar sequência aos trabalhos já existentes na paróquia, mesmo já havendo muitas coisas organizadas anteriormente, como, por exemplo: a catequese, a liturgia, a Pastoral da Família, encontros de noivos. Nessa época havia muitos casamentos de pessoas da própria paróquia e muitas catequistas com uma imensidão de alunos.  
A missa das crianças era um sucesso! Tanto que O Jornal O Globo fez uma reportagem e até os dias de hoje Padre João de Deus é muito elogiado pelos trabalhos prestados a essa comunidade e muitos sentem até saudades! Mas foi preciso nos conformarmos, pois como ele mesmo nos disse: “um padre ao ser transferido para outra paróquia não deve ficar por ali “rondando” porque atrapalha o padre que está chegando”.
    Com a saída do Padre João de Deus, veio para o nosso convívio o Padre João Salles e na sequência Padre Barcelar, Frei Leon e  Frei José Colosso, esse trouxe um modelo novo para a nossa igreja: a Comunidade Eclesial de Base, um grupo em cada rua para orar e evangelizar, uma igreja de base.
  
Ele preparava os colaboradores dando curso de acordo com o carisma de cada um. Deu oportunidades aos jovens de trabalharem.
   Trouxe o Encontro de Casais com Cristo para a paróquia na esperança de que as famílias estivessem unidas na igreja.
      A paróquia tinha o serviço dos Messes, e os Srs. Mello e Guanabara realizavam essa   maravilhosa incumbência de levar o Cristo àqueles que não podem se locomover até a Igreja. Realizavam ainda celebrações nas casas escolhidas para a reunião das CEBES.   A missão das CEBES consistia em ajuda humanitária e nas reuniões semanais, na reflexão, eles sempre precisam de alguém que discutissem com eles o tema da leitura 
        Não existia ainda um ministério de Música, havia apenas um grupo de jovens que realizava esse trabalho, quando o Moura veio do ECC, deu uma roupagem diferente na música.
   
Padre Lucena deu uma abertura à participação dos jovens e das mulheres no trabalho de Ministros da Eucaristia e ampliou a crisma e só os jovens organizavam..
     Deu muitas oportunidades para as pessoas trabalharem.    
     Ele intensificou o Encontro de Casais e esse passou a realizar determinados trabalhos, construíram o salão novo, a cozinha, cujo espaço era todo tomado por um matagal. Como está nos documentos: ECC é serviço.                           
     A Igreja estava ficando pequena, ele resolveu construir uma nova Igreja. Os desentendimentos começaram quando foi apresentado o custo da obra que era muito alto. Começou também um dilema: é melhor fazer uma obra ou uma reforma?
   De repente chegou o Padre Ednei (que hoje é Bispo) já com o novo padre, Padre Passos, que havia se formado há poucos dias.
  
     Ao chegar na Igreja, uma semana antes da festa de Nossa Senhora, deparamos com um padre novo conversando com o Padre Lucena, era o Padre Passos que ficaria no lugar dele,   também nesta mesma semana a imagem de Nossa Senhora sofreu um incêndio e muitas pessoas se apegaram a esse fato como um sinal pela saída do Padre Lucena.
      Padre Passos  chamou muita gente nova para o Ministério da Eucaristia.
      A maior parte dos fiéis se afastou porque  não faziam parte de nenhuma pastoral, só do movimento do Encontro de casais com Cristo.   
     
Quando Padre Passos chegou no ano de 2002, fez o  (ECC) e no ano seguinte acabou com esse serviço na paróquia.  Ele centralizou todos os trabalhos.
     Padre Passos deu início à reforma da paróquia, ele achava que derrubar não era uma boa solução. Ele dizia que a arquitetura de nossa Igreja é a mesma da Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Pamplona na Espanha, e a frente da Igreja, “se percebermos bem, é o Cristo deitado de braços abertos”, e que toda a arquitetura tem um sentido espiritual. Nesse período também indicou para o curso de Diácono três Ministros da Eucaristia  da paróquia: Francisco, Flávio e Tadeu.
  
    Comprou um terreno da LIGHT e o Diácono Francisco deu início à construção de uma capela.
     Para o Padre Passos, havia a necessidade da música na Igreja, nós tínhamos que fazer um Ministério de Música, ele não sabia que alguns participantes do grupo cantavam ou tocavam algum instrumento e de repente passou a ter quarenta e oito participantes no Ministério de Música, cresceu tanto a ponto de ter o seu próprio estilo. Dom Ednei elogiou nosso Ministério e chegou a dizer que ele era o melhor Ministério de Música da zona oeste.
   Essa Igreja era muito quente no verão, só tinha uma porta, então ele deu início a uma obra e colocou mais janelas e portas.
     Padre Passos recebeu de presente uma imagem de São Jorge, construiu uma capelinha ao lado da Paróquia, e todos os anos durante a sua permanência realizou procissões dos cavaleiros de São Jorge, isso resgatou muitas pessoas que estavam afastadas da religião.
     Ele fundou a Pastoral do Turismo e todos os anos realizava-se a  Romaria à Aparecida do Norte.E Intensificou  a Pastoral do Dízimo.  
       Atualmente, Padre Luiz Carlos vem realizando um excelente trabalho  resgatando uma espiritualidade  e intensificando a devoção aos padroeiros dessa paróquia  
       Uma coisa muito importante nesse trabalho do Padre Luiz Carlos é o seu capricho com a Igreja.
  
Logo que chegou aqui assumiu essa comunidade como um pai que acolhe os seus filhos, mostrando o verdadeiro sentido de ser igreja e comunidades.  
        O nosso povo é solidário e prestativo, Padre Luiz Carlos sabe que pode contar com ele sempre, pois esse mesmo povo já  demonstrou várias vezes a sua cooperação.
        Deu continuidade a obra da igreja, e para tanto transferiu a igreja para o salão da paróquia até que as obras terminassem. Padre Luiz Carlos  ajudou a concluir a obra da capela Nossa Senhora Do Rosário e são Benedito,e a sua inauguração aconteceu no dia três de julho de 2010, com a presença de padre Passos, Monsenhor Luiz Artur e o Diácono Francisco.
        No primeiro capítulo desse livro, abordaremos “A História da Fundação da Capela de Nossa Senhora de Fátima”, a luta de uma comunidade para erigir uma capela para glorificar Deus e louvar sua Mãe Maria Santíssima. Retrataremos as primeiras atividades na capela ainda num barracão de madeira e lembraremos os primeiros padres que celebraram missas nesta capela.
  
No segundo capítulo contaremos  como se deu o início de tudo, quando se cogitou a construção de uma paróquia. E o seu primeiro pároco nos conta a sua história e o seu trabalho.
      Ainda nesse capítulo mencionaremos padre João Sales que pouco sabemos sobre o seu trabalho nessa paróquia e Frei José Colosso que fez um trabalho magnífico fundando pastorais e serviços.
        No terceiro capítulo daremos ênfase aos trabalhos do Padre Lucena, num período conturbado para ele e para a comunidade.
      Trataremos também de Padre Passos que fundou pastorais, e intensificou mais ao trabalho das que já existiam, deu início à reforma da igreja, criou o Ministério de música Abba Pai e deu início às obras da capela na LIGHT.
      No quarto e último capítulo, falaremos sobre os trabalhos realizados na atual gestão. Padre Luiz Carlos, que tem feito um trabalho maravilhoso tentando resgatar uma espiritualidade adormecida pelos percalços da vida, um pai amoroso que tem demonstrado compreensão cobrando dos fiéis somente aquilo que está nas suas possibilidades, mas com a firmeza de um pai que ama e a ajuda de uma comunidade, como costuma dizer: “uma comunidade a caminho”, está dando continuidade a obra da igreja com grande esforço.
No  dia três de julho foi inaugurada a Capela de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Essa obra tinha sido iniciada por padre Passos e o Diácono Francisco prosseguiu com a ajuda da comunidade e da Matriz, com total aval do Padre Luiz Carlos.    

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                                                                Capítulo I

Fundação da Capela Nossa Senhora de Fátima

E assim tudo começou...

Há aproximadamente 57 anos, mais especificamente no ano de 1953, o Rio de Janeiro era ainda a sede do Governo Federal a (Capital da República) e existiam muitas fazendas na zona oeste, principalmente na localidade do Jardim Novo no Bairro de Realengo.
Uma dessas fazendas era conhecida como a Fazenda do Macaco que pertencia ao espólio de Ermínia Freire Caire que, no ano acima citado, vendeu suas terras para a CICO, uma empresa de construção imobiliária, que se tornou proprietária dessa grande extensão de terra, dando início às obras de arruamento dividindo as terras em lotes.  
   Com a urbanização crescente, chegaram novos moradores, mas o meio de transporte era muito precário, e não mudou muito porque, até mesmo nos dias atuais, a população sofre com a falta de opção e a escassez de condução que os leve até a cidade ou a qualquer outro lugar mais distante.
      Nessa época a condução era muito pior! A mesma que transportava as pessoas, os trabalhadores até a estação de trem, traziam-nos no final de sua jornada de trabalho. Essa condução era chamada pela população de “cabritinho”, porque trepidava muito em virtude dos buracos do chão que era de terra batida.  
      Com as ruas ainda em pré-urbanização, não se conhecia e nem se falava em asfalto ou calçamento.  
   Tudo por aqui era novo, uma localidade começando a viver e a fluir os seus sentimentos de fraternidade para com os seus vizinhos, que na verdade eram escassos e afastados uns dos outros. Uma casa aqui outra acolá, acredito que, talvez, por isso tenha sido batizado o lugar de Jardim Novo. 
       Por volta dos anos de 1955, a Companhia Industrial  (CICO), contratada para a execução das obras, concluiu a urbanização da extensa área. As ruas foram abertas e numeradas com aproximadamente 70 números.
         Foi reservado um imenso espaço para que se construísse uma praça nesse loteamento, para que os seus moradores tivessem uma área de lazer. Nessa área reservada, existia uma grande quantidade de eucaliptos, pois a terra era muito úmida e os eucaliptos serviam para drenar a água.    
        A companhia CICO fincou uma cruz e fez um pequeno parque para as crianças brincarem e Dona Eugenia costumava levar seus filhos a esse lugar para se divertirem.   
    Esse espaço era usado também pelos moradores adjacentes e rezava-se ali o terço de Nossa Senhora.

      Ali Dona Eugenia conheceu o Sr. Mello que certa vez falou::
      “─ Esse lugar é ideal, podíamos construir uma capela, um lugar de oração. E ela respondeu: “ ─ O senhor está muito certo, vamos tratar disso!”
   Passou-se pouco tempo e apareceu aqui a Dona
  
Alcina que, juntando algumas crianças, passou a administrar a catequese, tudo isso realizado ao relento.
   Dona Eugênia sempre foi muito chegada à religião e ficava observando o que a professora fazia e a chegada de mais e mais pessoas e também o aumento da quantidade de casas ao redor.
     Dona Alcina ficou grávida e o seu marido não queria que ela continuasse com o seu trabalho, então ela se afastou e pediu à Dona Eugenia que ficasse em seu lugar até que ela voltasse. Mas ela nunca mais voltou.
     Dona Eugenia tinha um amor imenso a Deus e  Continuou com esse trabalho,  começou a olhar mais além e cada vez chegava mais pessoas para ajudar nessa empreitada.
   Havia uma senhora chamada Dona Penha que fez de sua sala um armarinho e nele vendia várias coisas, inclusive fitas e Bíblias e assim permaneceu ajudando por vários anos.
   Dona Eugenia e o Sr. Melo, homem decidido, íntegro e de muita fé, saíram em campo, foram procurar os órgãos competentes para que a capela fosse construída. Eles se encontraram com o Monsenhor Turíbio Villanueva Segura, que na época era o vigário Episcopal da Igreja de Nossa Senhora da Conceição. O Monsenhor fez uma visita ao local e disse: ─ “É preciso colocar uma pedra fundamental para que a Igreja seja construída”.
Mas o que é afinal uma pedra fundamental?
       “─ É o local onde será erguido uma Igreja, é abençoado pelo Bispo vigente, ficando naquele lugar uma placa com o nome da Paróquia.”
       A pedra fundamental foi colocada por Monsenhor Turíbio, vigário Episcopal da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, que celebrou a missa de fundação. E assim tudo começou, houve coroação de Nossa Senhora, com as meninas que vieram de outras paróquias.
     Com a presença de vários padres e seminaristas, foi realizado um almoço ao ar livre para os padres, o sol estava muito quente e foi coberto com uma lona para que suportassem tanto calor e uma grande festa aconteceu.
Do bairro de Campo Grande veio uma banda composta por crianças para abrilhantar a festa, tudo isso organizado pelo Sr. Mello e Dona Eugenia.
   Todos que ali se encontravam queriam que a capela fosse em homenagem a Nossa Senhora de Fátima. Com o dinheiro arrecadado nesse armarinho o Sr. Mello comprou a imagem de Nossa Senhora de Fátima que é a mesma que existe atualmente na paróquia, essa imagem foi colocada sob um telheiro e com o tempo foi-se construindo a capelinha que na verdade era ainda um barraco de madeira.
    Foi feito um monumento para ela, segundo tia Anita, “esse monumento era tão alto que ao longe se podia vê-lo”.
    Ainda estava sendo construído o Jardim Novo, as máquinas trabalhavam a pleno vapor abrindo ruas e a cada dia crescia mais a população em virtude do expansionismo e das novas propostas da comunidade.  
        Com a ajuda da comunidade e a participação ativa do Sr. Melo, todos se uniram para construir uma capela, na esperança de um dia, quem sabe essa se tornar uma Igreja! 
        E por iniciativa de alguns moradores católicos, a comunidade se uniu com a finalidade de construir um templo para Honra e Glória de Deus e louvor a Nossa Senhora.  
        Nessa área, um pouco mais a frente, encontra-se hoje a Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus. A quadra de esportes é recente, mas a Escola data do início da construção do barracão que deu origem à capela e hoje se tornou uma Paróquia.                                                                                                                                                               
     Deu-se início então a uma campanha, e a todos que estavam construindo suas casas foi pedida ajuda e colaboração através da doação de tijolos, cimento, areia, enfim tudo o que é preciso para levantar uma construção e todos participaram ativamente, além disso realizavam-se quermesses, almoços, leilões e rifas para angariar fundos para que a capela fosse erigida. 
   
As primeiras atividades na Capela, ainda um barracão de madeira.
  
         Nesse barraco de madeira já se realizavam as primeiras atividades pastorais, como a catequese das crianças, os batizados, a reza do terço, a oração da Ave Maria em louvor a Nossa Senhora de Fátima.

                  
                                       Corpo de catequistas da capela:
   
        Dona Isaltina, tia Anita, Rute, Sara e Eugenia, graças a Deus algumas se encontram ainda entre nós.

        As missas eram celebradas uma vez por semana pelos padres trazidos de outras paróquias, pelo incansável morador e líder do movimento pró-igreja Antonio Martins de Melo, o Sr. Melo para os amigos.
         O então vigário Episcopal da igreja Nossa Senhora da Conceição de Realengo, Monsenhor Turíbio apoiou totalmente a iniciativa e vibrou muito ao saber que o povo fazia mutirão e estavam empenhados para a construção da capela, pois na redondeza a igreja mais próxima era a de Nossa Senhora da Conceição em Realengo e ficava distante para os fiéis.
       A capela foi aumentando gradativamente. O Sr. Melo trabalhou muito para que na capela fosse celebrada missa aos domingos. Ia às igrejas para conseguir padres, buscava e levava de volta no seu próprio carro, e muita das vezes procurava em igrejas distantes da capela como em Marechal Hermes, na igreja de Nossa Senhora das Graças, na Igreja Divino Salvador, na Piedade. E Monsenhor Turíbio foi um dos que sempre manteve contato com o Sr. Melo.
        Era necessário obter ajuda para erguer a capela, e mais uma vez o Sr. Mello bravamente saiu em campo. 
         A realidade é que eles estavam sofrendo pressão para que a capela fosse fechada. Os irmãos protestantes estavam incomodados e não admitiam a derrubada dos pés de eucalipto que havia na praça, e muito mais incomodados com a construção de um templo católico.
         O fato era que a capela estava crescendo, e a partir de um barracão de madeira, uma cruz e a força de vontade de nossos irmãos bem feitores, estava  sendo construída  uma capela dentro dos padrões exigidos e os primeiros ensinamentos cristãos estavam sendo administrados, mesmo com a falta de meios adequados para tanto.
        Porém Deus colocou à frente desse projeto um homem de coragem e de fé, que não se abalou diante das divergências existentes, católico exemplar e devoto de Nossa Senhora de Fátima, que conseguiu acalmar os ânimos exaltados e dar prosseguimento ao projeto de construção da igreja: Sr. Melo.

                       
       Um senhor chamado Rolim possuía um apartamento situado aqui perto da igreja e ofereceu para que Padre João ficasse morando até que a obra da casa paroquial fosse concluída.    
       Um dia Dom Jaime de Barros Câmara foi celebrar uma missa na capela e falou para o padre João: “se você tiver onde morar eu vou tornar essa igreja uma paróquia”.
      Mas depois de pronta, a casa paroquial precisava ser mobiliada e padre João expôs a situação para a comunidade e essa se uniu e cada um deu a sua contribuição, realizando leilões, livro de ouro, tudo para angariar fundos para aquela finalidade.
       A casa paroquial foi toda mobiliada com doações da comunidade, para que fossem supridas todas as necessidades do primeiro pároco, pois só poderia se tornar paróquia se houvesse uma residência para o padre e condições apropriadas. Enfim, a comunidade de Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus sempre foi muito participativa e muita solícita para com todos os sacerdotes que ajudaram na realização do desejo daquele grupo que era de construir uma capela. 
      A Igreja recebeu doações dos fiéis e da comunidade, como os bancos da igreja que existe até os dias atuais, os ventiladores, o primeiro piso, e, quando não havia condições financeiras,   para as celebrações litúrgicas foram também doados pelos fiéis.
                                                                                                   
   Relatos de Padre João de Deus sobre a sua trajetória nessa comunidade

Procurei o Padre João Deus e ele me contou como foi a sua permanência na paróquia:



 Quando cheguei da Paróquia do Divino Espírito Santo em novembro de 1969, havia uma capela construída por Monsenhor Turíbio, comecei a fazer um trabalho para tornar a capela uma paróquia. 
Quando completei dez anos de padre, em dezembro de 1970, Dom Jaime de Barros Câmara foi celebrar uma missa e prometeu criar a paróquia só que ele anexou um segundo padroeiro, pois havia muitos portugueses no Bairro e já existia muitas Paróquias de Nossa Senhora de Fátima e assim a Paróquia passou a se chamar Paróquia de Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus. Prometeu ao povo que me transferiria da Paróquia do Divino para a essa, só que em fevereiro de 1971 ele faleceu e tudo ficou suspenso. Ele fez a casa paroquial e as obras pararam. Com a chegada de Dom Eugenio, até a sua adaptação, em 24 de junho de 1971, foi a primeira paróquia que Dom Eugenio construiu aqui no Rio de Janeiro foi a de Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus. Transferiu-me para ela e disse: “Vou fazer a vontade de Dom Jaime”.
  
 

   Por que São João de Deus?

Perguntei ao Padre João por que um segundo padroeiro e justamente São João de Deus? E ele me respondeu da seguinte forma:
        
         Quando o Cardeal anexou São João de Deus e Nossa Senhora de Fátima, uma pessoa me disse que o dono da casa Mattos daqui tinha recebido uma imagem de São João de Deus para um padre que havia encomendado, mas quando a imagem chegou na alfândega foi muito caro e o padre não quis retirá-la e a abandonou, porém o dono da casa Mattos regatou a imagem e eu fui até lá e pedi a mesma, mas ele não quis me dar, então eu fui até São Paulo e mandei fazer outra imagem e quando ela chegou, foi levada do Barata em carro aberto até o Jardim Novo. De todas as verdades contadas sobre a imagem até aqui, o sentido está em o Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara ter dito que ao criar a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, ia anexar um segundo padroeiro e daria como padre da Paróquia o padre João de Deus, isso Dom Jaime falou a assembleia.Quando ele faleceu deu-se uma parada na construção da casa paroquial e ao chegar Dom Eugênio resolveu criar a Paróquia e no dia 24 de junho de 1971 ela foi edificada por Dom José de Castro Pinto. Essa foi a primeira Paróquia construída por Dom Eugenio aqui no Rio de Janeiro, e me transferiu para a Paróquia dizendo “vou fazer a vontade de Dom Jaime”.
       No dia oito de julho desse mesmo ano eu tomei posse e me tornei pároco dessa Paróquia  e só voltei  a Paróquia do Divino Espírito Santo para dar posse ao novo padre.   Começamos com dificuldades, construímos a torre, melhorou a Igreja, a casa paroquial já estava pronta e por sinal é a melhor casa paroquial que existe do Rio de Janeiro. E começamos o trabalho, tudo foi se adaptando aos poucos, porque o pessoal era pobre, muita gente não havia pagado ainda suas casas, as coisas foram feitas com muita dificuldade.    A Paróquia cresceu, ficou com muita gente, ficou com mais movimento do que a do Divino Espírito Santo, porém economicamente não ficou igual, a do Barata era mais rentável do que o lado de cá, mas era mais fácil para os trabalhos, para as procissões, porque a circulação de ônibus era mais fácil, tinha a escola Dalva de Oliveira, que achávamos que nunca iam construir.
      - Essa é, pois, a verdadeira história sobre a imagem do padroeiro São João de Deus. Ele veio e o povo não tinha muito conhecimento sobre ele e depois no ano seguinte nós fizemos a festa e um tríduo com preparação e o povo ficou conhecendo quem era São João de Deus.
   No dia 8 de julho de 1971, às 20:00 horas, com a presença de Dom José Alberto de Castro Pinto, Vigário Geral da Arquidiocese do Rio de Janeiro, padre João de Deus tomou posse. Realizaram o exercício das XL horas agradecendo a Deus o grande benefício da  instalação da paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus.
   Promoveu-se o exercício das XL horas durante as quais os fiéis acorreram à nossa Igreja Matriz, louvando e bendizendo o Criador com salmos, hinos e cânticos espirituais.
    O exercício durou das 17:00 horas do dia 19 de julho até o dia 11 de julho às 9:30 horas, quando foi solenemente concluído.
  
   No dia 21 de outubro de 1971, Padre João de Deus mudou-se para a casa paroquial ainda em fase final de obras.
   No dia 13 de dezembro de 1971, foi celebrada a primeira Eucaristia na paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, e em agosto de 1973 foi instalado o telefone da Igreja.  

   Essa nota logo abaixo é um telegrama que os fiéis endereçaram a sua Excelência Reverendíssima Senhor Cardeal Dom Eugenio de Araújo Salles: 
    
      Nota-se na comunidade um contentamento geral pela criação da paróquia. Não se pode deixar de registrar o esforço e a colaboração por parte de muitos para que se concretizasse a ideia, sonho acalentado por vários anos.  Todavia não se pode parar aqui. “É preciso ir sempre à frente em busca de novas metas, a fim de se poder realizar um trabalho profundo de evangelização.
 Na festa do Padroeiro São João de Deus, foi realizado um tríduo preparatório nos dias 8, 9 e 10 às 20:00 horas, com a presença e colaboração dos padres José da Silva Heiros, José Lessa e Raul Bonfim Borges.
 Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus.

E assím comenta padre João de Deus:       
      “Fiquei dois anos e meio nessa paróquia e  logo depois fui transferido para outra. E depois vieram outros padres que passaram por essa paróquia, que eu nem tenho conhecimento.  
Padre João nos conta que ficou dois anos e meio nessa paróquia, porém se somarmos os anos anteriores quando ainda era capela, ele veio em meados de 1969 e se despediu no dia 20 de outubro de 1974, portanto  ele ficou aproximadamente cinco anos.

E continuou a sua narrativa dizendo:

 “Segundo me contaram, quando fizeram o conjunto Jardim Novo-Realengo, alguns terrenos ficaram determinados para praça, inclusive um  era para a igreja.  Da Piraquara até a estrada dos Teixeiras não havia calçamento ou asfalto e eu vinha a pé do Jardim da Saudade, eles me ajudaram com donativos para os pobres. Antigamente não se falava em cesta básica.  O Jardim da Saudade estava começando, do outro lado da paróquia Nossa Senhora de Fátima era mais fácil para eu vir pela Estrada dos Teixeiras do que pelo outro lado de Magalhães Bastos, ou mesmo de Realengo até aqui ficava contramão  Uma bênção foi a construção da escola Dalva de Oliveira, porque ninguém esperava mais que houvesse uma escola no Jardim Novo.   Outra coisa que não havia no meu tempo era ônibus, não tinha condução, porém hoje já tem e nós lutamos muito, pedimos a Câmara dos Vereadores, cheguei a falar com o Dr. Sérgio amigo nosso e melhorou.”
      
E prosseguiu o seu relato:

    “Na minha passagem pela paróquia foi feita uma coroa de ouro para Nossa Senhora, com braceletes e anéis que as pessoas doaram, sobrou um pouco de ouro e foi feito um resplendor para São João de Deus. O Sr. José Rolim trabalhava na Casa da Moeda e realizou essa tarefa para a paróquia.  

História da coroa de Nossa Senhora
 
    Desde a peregrinação do mês de maio, o Vigário lançou uma campanha para a aquisição de ouro, a fim de confeccionar uma coroa de ouro para a imagem da padroeira, uma coroa que tivesse um pouquinho de cada um. Ficou encarregada de dirigir a campanha a Sra. Jussara Resende Rolim. Quando o ouro adquirido (anéis, cordão, brincos, dentes, broches etc.) parecia suficiente, foi fundida a coroa que pesou 600 gramas em ouro maciço.
                                           

Inauguração da torre

  No dia 17 de dezembro de 1973, inaugurou-se a torre que teve início a sua construção no mês de agosto. A Bênção e a inauguração oficial foram presididas pelo Exmo. Revmo. Sr. Dom José A. L. de Castro Pinto, Vigário Geral da Arquidiocese.
     

Uma história interessante é essa que ele me contou. Observem!

“Quando eu cheguei ao Rio de Janeiro, Padre Luiz Carlos era um seminarista em Bangu e me disse brincando: ‘Um dia vou ser vigário daqui’ e quando ele foi nomeado para a paróquia eu disse a ele, ‘poxa Luiz Carlos você vem lá de cima onde tem tantas capelas para ali que é tão pequena?’ Em razão do que ele tinha dito”.  
                                

Trabalhos realizados

     Para tomarmos conhecimento dos seus trabalhos, perguntei ao padre João de Deus: Quais foram as suas realizações nessa paróquia? 
  
Ele, com toda calma, me contou assim:

       “Quando cheguei aqui, eu mantive a estrutura que encontrei, fazendo apenas a torre que até hoje é referencial dessa igreja e a puxada lateral, a casa paroquial ficou atrás com a secretaria e por sinal é a melhor casa paroquial existente no Rio de Janeiro. 
         O meu desejo era murar tudo e fiz uma grande parte murada, e foi realizado a conselho de Dom Eugenio.
   Mas era tudo muito caro e precisava de muito dinheiro e o pessoal não tinha condições de ajudar muito. Muita gente não tinha ainda terminado de pagar suas casas, eu consegui bastante ajuda de fora. 
          Mas tinham muitas coisas organizadas: a catequese, a liturgia, a Pastoral da Família, muitos encontro de noivos, muitos casais que se casaram nessa Igreja, era um pessoal que vinha para se reencontrar, havia muitos casamentos, pessoas da própria paróquia, havia um movimento, o movimento esportivo, construí a quadra de esportes atrás da igreja.
         Deixei um gabinete dentário, mas nem sei se ainda existe porque cada padre que vem ou vai faz obras.
         Os movimentos importantes são esses, muitos padres foram pregar nessa igreja. Fazíamos as peregrinações de maio a outubro com a imagem. Tinha a congregação Mariana. 
         Muitas pessoas nos ajudaram quando cheguei na Capela Nossa Senhora de Fátima que hoje é a paróquia, foram como, por exemplo, os Srs. Jurandir, Alcides Souza, Heitor Inácio e Aladir, depois foram aparecendo outras pessoas como o casal Antonio e Maria Morais, José Rolim e Jurema, José Brito e Neuza, me ajudaram muito a visitar as pessoas, e várias coisas precisavam ser feitas, mas a pobreza era demais.
         Dona Ieda queria construir uma capela no morro onde eu coloquei o cruzeiro, mas eu a aconselhei que ela doasse o dinheiro para comprar os bancos da Igreja.
        Havia muitas catequistas e muitos alunos. A missa das crianças sempre foi um sucesso. Até o Jornal O Globo fez uma reportagem. As peregrinações com a imagem de Nossa Senhora de Fátima aconteciam todos os dias  treze de cada mês, de maio a outubro, sempre em ruas diferentes para que toda a comunidade pudesse participar. Havia a procissão e ida para aquele lugar onde eu celebrava a Santa Missa, e depois havia a procissão de retorno.”
     
      As missas com o padre João de Deus eram maravilhosas! Pois tinha a missa das crianças que ficava lotada, na hora das leituras ele fazia perguntas, e na hora do evangelho tinha um teatro para que todos entendessem melhor, também havia muita música, inclusive uma que as crianças daquela época não esquecem, era assim: “A minha velha tinha um pintinho, piu, e o pintinho piu e o pintinho piu, a minha velha tinha um cachorro e o cachorro au e o cachorro au e o pintinho piu”. E assim cada vez que entrava um animal, se cantava rápido e não podia errar e isso chamava a atenção de todas as crianças, todos treinavam para fazer o melhor, enfim a missa era um prazer. 
  A missa dos jovens também era diferente, a celebração era só para eles, entravam os casais de braços dados, sem maldade alguma, porém alguns resultaram em casamentos.
   Na Escola Nossa Senhora de Fátima eram administradas aulas de catecismo.  E era um lugar onde os jovens depois da missa se encontravam para dançar, bater papo, colocar os assuntos em dia com o maior respeito.
    Engraçado e ao mesmo tempo assustador era o dia das provas! As avaliações eram aplicadas pelo Padre João, era o mesmo ensino atual, porém mais divertido, pois sempre queriam fazer o melhor possível para agradar o padre e as catequistas, e quando ele visitava as salas de aula era uma verdadeira festa.
    O Padre João de Deus implantou a missa pelas almas todas as segundas-feiras, o curso de catequese tinha duração de dois anos e as professoras usavam uniforme: saia e blusa com mangas cor de telha.                                                   


  Padre João nos conta porque saiu da igreja:
    
     Eu fui transferido oito vezes e na última vez eu fui chamado e foi dito assim: ‘Você foi transferido para Del Castilho sem apelação, se alguém vier aqui pedir para você ficar não será recebido’. Apesar disso uma freira fez uma carta bem bonita a pedido de um casal, não deram resposta.
     Queriam que eu tomasse posse aqui no dia sete de outubro, dia da Padroeira, e eu disse que no dia treze de outubro eu tenho que encerrar a peregrinação, me deixe até esse dia e depois eu tomo posse. A peregrinação foi na rua José Maria de Abreu, e foi a última peregrinação, não me despedi de ninguém e nem falei que eu iria sair, justamente para não criar uma situação embaraçosa e de manhã eu celebrei as duas missas e me despedi, de tarde eu desci, veio ônibus de lá me trazer aqui e várias pessoas, no dia 20 de outubro eu tomei posse aqui.”


  Porque não fez uma visita para aqueles paroquianos mais antigos que sempre falam no senhor?


“Quando você sai  de uma paróquia não pode ficar por ali rondando, porque atrapalha o outro padre que vem. Eu ainda cheguei a ir à paróquia do Jardim Novo, mas o padre João Sales não compreendia  isso, achava que o pessoal gostava muito de mim e que eu ia lá atrapalhar o seu trabalho e me pediu que não fosse mais lá. Quando foi a época do padre Barcelar eu fui uma vez e depois não voltei mais.
Não tive nada contra ninguém, mas sempre há alguém que é contra o nosso trabalho, mas tinha muita gente boa ali, lembro-me de dona Ieda, Jordelina, dona Anita, quando o marido dela faleceu o Apostolado da Oração foi todo em peso fazer oração e levar apoio. Gostávamos de estar unidos.
Eu não tive desgosto, só que eu mudando de Paróquia, aqui foi muito trabalho, muitas coisas para consertar, fui deixando de lado, mas nunca me esquecendo, até mesmo quando passava por Realengo não queria passar por dentro para ficar mais fácil para mim, mas as pessoas me viam e ficavam me chamando. Depois de muito tempo algumas pessoas vinham à missa aqui e eu perguntava carinhosamente, vocês não tem padre não? Eles lembram de mim porque fui o primeiro padre dali e eles me ajudaram a construir, mas o melhor padre não devo ter sido. Quando você sai e o outro não faz a mesma coisa o povo sente.
O padre é feito para isso, há lugar que o padre fica mais tempo. Enquanto o padre está com ânimo para recomeçar em outro lugar, é bom que ele seja transferido, ajuda o povo, recebe apoio de outro padre. O pior é quando o outro padre que vem não dá certo,  e peço a Deus que o Padre Luiz Carlos, meu grande colega e amigo faça um bom trabalho pastoral que essa paróquia merece. Dê minhas recomendações. Troquemos nossas orações. Um forte abraço.”
                                                                                            Padre João de Deus Góes

Padre João de Deus despediu-se dessa paróquia no dia 20 de outubro de 1974 às 20:30 horas.

                                    
                                        Padre João Salles

 Quando ele chegou aqui já havia uma estrutura e várias pastorais trabalhando com afinco, mas vale a notificação de sua estada em nossa comunidade.       
      
      No dia 20 de outubro de 1974, tomou posse em nossa paróquia o padre João Salles. A missa de posse foi celebrada pelo vigário Episcopal do Oeste, Padre Celso José Pinto da Silva.
     Padre Salles tinha muita espiritualidade e como realização deu início à construção do salão antigo e a obra foi feita pelos Srs. Heitor e Cícero, ficando pronta no dia 14 de março de 1976.
           Padre Salles trouxe com ele um jovem conhecido por Bira, e esse rapaz gostava muito de cantar, formou um coral com as crianças de nossa Paróquia e esse grupo recebeu o nome de “Canarinhos do Jardim Novo”.
Nessa época não possuíamos instrumentos musicais, comenta Dona Rita, mas ao longe se podiam ouvir as vozes harmoniosas das crianças!
Era um padre atencioso, carinhoso e carismático.
Formou um grupo de jovens ótimo com muita fé! E nas festas juninas ele colocava um remendo em sua calça e brincava também, porém algumas pessoas achavam isso uma insensatez. Ele possuía muita religiosidade e participava das brincadeiras entre os jovens. Ele sofreu muito por causa dos preconceitos que havia na comunidade por ele ser negro.

   Muitas pessoas se afastaram da paróquia por ele ser de cor negra, houve um grande preconceito nessa comunidade mas não foi por parte de todos.
   Padre João Salles ficou nessa paróquia por dois anos, agradeceu a todos pela participação e realizações durante esse período, e disse: “foi colocado mais um tijolo na construção do Reino de Deus”.
Esse padre ficou na paróquia até o dia 30 de maio de 1976.
                                                 
     
  
Frei Leon

     Frei Leon tomou posse no dia 26 de agosto de 1978, pelas mãos de Dom Carlos Alberto Navarro, Bispo auxiliar e vigário geral, esteve também presente na cerimônia o Padre Manoel Tenório de Oliveira, chanceler do Arcebispado.
   Na sua gestão foi instalado o serviço de alto-falante interno que teve o custo de 93.000 cruzeiros e teve a ajuda financeira de algumas pessoas. Na sua gestão foi realizada a catequese com base nos tempos passados, infelizmente as aulas de catequese eram realizadas ao ar livre e ao redor da igreja, todos os domingos, as catequistas ditavam e as crianças copiavam pois não havia livros.
   Era também realizada grande festa e numa delas uma feijoada para angariar recursos para as obras do salão. O dia estava lindo favorecendo o sucesso do evento.
   A permanência dos três últimos sacerdotes foi extremamente passageira, Padre João Salles, Padre Barcelar e Adonildo, ao mesmo tempo julga o padre existir espírito de união. Tomando com satisfação o surgimento de cinco Círculos Bíblicos. O problema era a falta quase completa de lugar para as reuniões.
      A obra em construção era insipiente, embora de dimensões estruturais que quase assustava a comunidade por aparente gigantismo.
   Frei Leon ficou dois anos nessa Paróquia. 




Padre Adonildo

Padre Adonildo ficou apenas três meses nessa paróquia, quando ele chegou já encontrou aqui as pastorais trabalhando a pleno vapor, no entanto, vale deixar registrado que todos que por aqui passaram foram grandes colaboradores e devem ser mencionados. 


Frei José

                       Tomou posse no dia 9 de março de 1980.
       
    Ao chegar para a nossa paróquia, o Frei José Cafasso subiu um muro nos fundos da casa paroquial, isolando o terreno, foi construído uma praça com balanços para as crianças e uma quadra de futebol.
        Nesse local era para ser construída uma escola, mas transformou-se numa pracinha que infelizmente está abandonada.
  
Frei José e os seus sonhos
 
          O sonho de Frei José era ver o bairro dividido em pequenas comunidades, ele dizia que a Paróquia era central, mas os trabalhos não tinham necessariamente que ficar só dentro da igreja! O certo seria a igreja célula, funcionando durante a semana e no Domingo todos se encontrariam na paróquia.
          A implantação da Comunidade Eclesial de Base não foi fácil, foi mais trabalhosa do que qualquer outra pastoral, pois uma vez por semana se reuniam, liam os Evangelhos juntos com os coordenadores, Frei José explicava a leitura do evangelho, cobrava as ações referentes à leitura, ensinava a ler e a cantar.
         As CEBES responsáveis  pela leitura da missa tinha que proclamar o evangelho como ele achava que deveria ser. Recorda Ana Maria: “visitávamos os doentes, fazíamos as bolsas de cestas básicas para as famílias carentes e visitávamos as mesmas”. 
        É sabido que as pessoas necessitadas vão procurar logo a igreja para saciar sua fome, para Frei José, era preciso procurar ajudar aquele que estava mais próximo de nós. Era um trabalho difícil de realizar porque na maioria das vezes eram as senhoras já com uma certa idade que estavam à frente dessa tarefa e não havia muitos jovens. A própria pastoral da juventude estava com dificuldades.
    Ele tinha a ideia da igreja primitiva, tudo em comum.
     Logo em seguida fundou a Pastoral do Batismo e sempre a frente desse trabalho estava Ana realizando palestras e, por não ter pessoas interessadas em assumir esse compromisso, ficava a seu encargo.
          Frei José queria que fosse preparado o ministro da Eucaristia, pois ele não podia levar a comunhão a todos e dizia: “preciso ter ministros”, deu-se início a mais esse trabalho na Paróquia. Ele queria que todos participassem da vida paroquial.
Esse período foi de muito trabalho e o Frei José foi o pai responsável por essa família que caminha. Ele se preocupava com a segurança de todas as pessoas e principalmente das que faziam parte do trabalho na Paróquia. 
            Ele era um homem muito esperto e sábio, “um homem do seu tempo”, ele não via aquela explosão de pessoas na Comunidade de Base como esperava. E ele dizia que eram as viúvas na fé, viúvas de marido vivo, porque as mulheres iam para a igreja sem os seus maridos e diante disso, ele sabendo do Encontro de Casais na Igreja de São José, algumas pessoas conversaram com ele e achou-se por bem a importância de implantar aqui nessa Paróquia o ECC - Encontro de Casais com Cristo - e convidou alguns casais que foram fazer o primeiro encontro.
A intenção dele era que ao fazerem o encontro de casais, os mesmos participassem de uma CEBE mais próxima de sua casa, para fazer crescer a Comunidade Eclesial de Base e fortalecer as pastorais.
Ele acreditava que através do encontro de casais, pudesse fazer a paróquia crescer e assim ter toda a família participando das atividades religiosas. Essa era a visão do Frei José, trazer os casais e fundar a Pastoral da Família. A partir do encontro de casais é que também foi possível estruturar melhor a Pastoral do batismo e fazer com que ela seguisse em frente, pois muitos casais abraçaram esse trabalho na Paróquia e começou-se realmente a ser uma pastoral. 
  
Depoimento do Dr. Rogério sobre a paróquia, aproximadamente no ano de 1986.
Eu era um jovem recém-chegado na Paróquia.  
 
             “Nessa época o Sr. Guanabara era o responsável pela catequese, pela crisma e era também o sacristão, porque nesse período ainda não havia a figura do Diácono, ele era a pessoa de confiança do Frei José.
        Frei José dava muita ênfase as CEBES que se reuniam uma vez por semana, cada uma tinha o seu coordenador.
Frei José para evangelizar não tinha igual, era uma espiritualidade imensa
Ele não era muito adepto à celebração de missas para as almas, tinha uma linha mais progressista, uma concepção diferente, preocupava-se com a formação das pessoas que atuavam na Igreja. Os jovens que chegavam, como por exemplo “eu” me tornei coordenador do grupo jovem, porém o Frei José nos deu um curso sobre o assunto. Ele possuía uma estante superlotada de livros sobre todos os assuntos, ele nos emprestava os livros e depois discutíamos com ele o que foi lido, e assim nós aprendíamos com esse professor.
Frei José deixava os jovens trabalharem, confiava neles, uma vez  nós jovens pedimos a ele para organizarmos a festa do mês de maio, não tínhamos dinheiro e faltavam apenas dois dias para a festa, então chamamos um conjunto para animar e foi um fracasso total, choveu muito e eles tocaram pessimamente, falavam palavrões no palco e as senhoras da CEBE ficaram muito chateadas. No domingo estava ameaçado de não haver festa, pois não parava de chover, porém na parte da tarde a chuva cessou e chamamos um grupo de jovens da comunidade, alguns filhos de paroquianos, crias da casa, montamos o palco, às 19:00 horas começou a missa, depois que terminou a celebração, por volta das 20:00 horas, os jovens começaram a tocar, eles tocaram até as 22:30 horas, as pessoas adoraram e a  festa foi um sucesso!
         E quando nós pedimos para organizar a Crisma, o Frei José aceitou, pois ele só dava a coordenação a alguém quando acreditava que seria capaz de realizá-la.
        Naquela época não havia Ministério de Música e nem instrumentos musicais na Paróquia, e as pessoas que estavam escaladas para fazer a leitura se não comparecessem na reunião não realizavam essa tarefa. A presença na reunião era indispensável, pois Frei José tinha uma preocupação muito grande com a formação dos paroquianos.
Ele dava muita força às comunidades e preocupava-se com os acontecimentos ao redor da Paróquia. Em 1988, houve uma grande chuva e vários desmoronamentos de barracos e o Frei José permitiu que a associação dos moradores fizesse reuniões na Igreja, porém fez um pedido: que as reuniões não se transformassem em reuniões de partido, porque se convidassem o partido A teriam que convidar o partido B. Mas ele permitia que as pessoas se reunissem na Igreja para discutirem os problemas da comunidade. E vários assuntos eram tratados nessa reunião de interesse em comum. 
         Na época da formação da Associação de moradores uma das ideias foi a de que houvesse inserido na coordenação algum paroquiano, pois a Igreja precisava de alguém nessas reuniões.
Frei José estava sempre disponível, só se afastava da Paróquia quando estava de férias.                                                                                                                                                         
    Havia a tradição da festa do mês de maio e Rogério lembra com detalhes aquele tempo e diz assim: ‘em cada rua e dia era realizada uma festa que iniciava com a festa da Paróquia e o ciclo da festa terminava no campo do periquito, e elas só pararam de ser realizadas na paróquia quando apareceu o ‘funk’, pois os jovens bebiam desregradamente, quebravam garrafas na rua e as pessoas começaram a se preocupar com as confusões que ocorriam.
      Era muito engraçado porque os jovens da rua Capitão Teixeira não podiam vir à festa aqui e vice-versa se não havia brigas por ciúmes das garotas. Começavam também algumas mudanças no perfil das pessoas e as festas passaram a acontecer no Campo do Periquito que até bem pouco tempo ainda eram realizadas.
       Esse padre tinha uma ligação muito grande com o povo, e eles sempre vinham conversar com o Pároco, pois esse estava sempre à disposição de alguém para dialogar, tirar dúvidas e, como padre Diocesano ele tinha autonomia. Durante muitos anos ele foi referência para essa comunidade, por ter ficado tanto tempo aqui a Paróquia também se tornou referência para o logradouro.”
    Frei José deu continuidade à obra do salão com boa parte de um financiamento vindo da  organização Católica Alemã.
   Frei José implantou o Encontro de Casais na Paróquia e não conseguiu ver os frutos do seu trabalho, pois logo após saiu dessa comunidade, mas saiu de cabeça erguida pelos seus trabalhos realizados e a sua vida íntegra.   A sua passagem por essa paróquia houve grandes transformações e crescimento espiritual para todos que viveram nesse período descrito, e nós agradecemos a esse padre pelas suas realizações. Nunca mais ele voltou a essa paróquia, para que o outro sacerdote pudesse dar continuidade ao seu trabalho junto a essa comunidade. Frei José foi um dos padres que mais trabalhou com a finalidade de trazer as famílias para dentro da Igreja. Pois antes dificilmente se via os maridos nas missas.
   Mais uma vez voltamos com a história da coroa de Nossa Senhora e o resplendor de São João, que no passado padre João de Deus mandou confeccionar com ouro doado pela comunidade. Volto a repetir essa história com a finalidade de desvendar esse mistério.
   Conversando com dona Anazira, uma paroquiana da paróquia Nossa Senhora de Fátima, ela me contou que houve um assalto na casa paroquial, os bandidos prenderam Frei José, bateram nele até quase matá-lo, mas não roubaram a coroa. Quando tudo terminou o Frei José fez uma reunião com o Conselho paroquial e propôs a venda das joias e com a arrecadação construíram barracas para as pastorais trabalharem em tempo de festas, pois quando chegava essa época era muito trabalho montar as tais barracas
Todos do Conselho concordaram com essa decisão, porém algumas pessoas que deram o ouro não ficaram muito contentes com essa resolução. 
  Quando Frei José foi embora deixou na paróquia 12 CEBES, várias pastorais trabalhando com toda a força e muito amor a Deus.
   Ele se despediu em 1988.
   Infelizmente esse excelente padre faleceu no dia 6 de dezembro de 2008. 
 
Capítulo III


A chegada de Padre José Lucena

Após a saída de Frei José da paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, veio para o nosso convívio o padre José Lucena, um homem de saúde frágil, de muita devoção a Nossa Senhora, realizou a construção do salão novo com a ajuda das pastorais, que estavam em formação, da comunidade e do ECC. Ele deixava várias tarefas para as pastorais, aquilo que Frei José dominava bem, padre Lucena delegava as pessoas para realizar.
 Foi uma época que todos na paróquia não podem reclamar de não fazer as coisas, raramente padre Lucena dizia “não pode”, o ECC passou a ser a força de trabalho na Paróquia.   
Construiu o salão novo, e com isso o Encontro de Casais com Cristo passou a ser realizado na paróquia porque esse encontro estava sendo realizado no colégio Jardim Novo. A participação do ECC foi importantíssima para a Igreja.   
                                                                                           

Sobre a Confraria de São Vicente de Paula, o coordenador Sr. Duda nos contou como é esse serviço e quando foi implantado em nossa Paróquia.

Antes de existir a Confraria de São Vicente, havia a Ação Social que consistia em apenas em distribuir alimentos e roupas para as pessoas mais necessitadas, mas não realizavam um trabalho mais abrangente, mais profundo, não procuravam as famílias para se inteirar de sua realidade, sua situação, como viviam, como era a sua moradia.
A Ação Social não tinha conhecimento do que acontecia com essas famílias. Então, certa vez, o Padre Lucena foi fazer uma visita à Paróquia Nossa Senhora da Conceição, cujo Pároco era o nosso atual sacerdote Luiz Carlos. A visita culminou com o dia do trabalho realizado pelos Vicentinos, estavam fazendo a entrega das bolsas de alimentos para as famílias carentes.
Padre Lucena ficou entusiasmado com esse trabalho e se interessou em realizá-lo em nossa Paróquia, uma Conferência dos Vicentinos onde o trabalho é mais amplo do que a Ação Social que existia.
Foram designados dois confrades, os Srs. Ivo e Carlos de Deus vieram para a nossa comunidade dar início a esse trabalho. Esses dois senhores ficaram preparando as pessoas, orientando sobre essa sociedade a qual cuidava dos pobres e necessitados. 
     Esse curso de preparação durou um ano. Quando completou o tempo necessário, foi levado ao conhecimento do Conselho em Realengo que o grupo estava preparado para a fundação da Confraria de São Vicente de Paula da Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, sacramentada em 2 de agosto de 1998.
     Como está nas diretrizes dessa Confraria, o primeiro presidente não é eleito, ele é proclamado, ficando nesse trabalho durante um ano e após esse tempo é realizado uma eleição e os membros que fazem parte dessa confraria vão eleger aquele membro que a partir daí realiza o seu trabalho num período de três anos.
    Nessa época quem estava na presidência era o Sr. Ivo, mas com a saída do Padre Lucena ele renunciou e a primeira pessoa proclamada presidente da Confraria dessa paróquia foi a Sra. Odete. Depois foi eleito o Sr. Duda e atualmente é a Sra. Severina.
    A Confraria dos Vicentinos existe há doze anos, teve início em 1997 com a preparação para a sua fundação com reuniões para que todos conhecessem como se realizava esse trabalho.
    Porque transformar Ação Social em Vicentinos? 
    Para muitas pessoas por uma questão de vaidade pessoal, por estarem fazendo esse trabalho há muitos anos, por terem sido os fundadores, não querem passar para os Vicentinos essa obra.
   Os Vicentinos é um trabalho mais amplo, não oferece as famílias carentes somente bolsas de alimentos, além da parte espiritual que é o objetivo maior, eles vão às casas das pessoas, conversam, fazem oração, convidam a ir à missa e ainda dão a oportunidade de ir a médicos, clínica geral, cardiologistas e tratamento dentário.
    O dinheiro que arrecadamos no bazar com a venda de roupas e misturas compra-se remédios e doamos, sabendo que: somente com prescrição médica e a apresentação das receitas, e toda ajuda vem de doações das comunidades.
   A Confraria dos Vicentinos possui salas com computadores para que os filhos dos assistidos possam receber aulas e conseguir uma profissão que lhe sustente, porém a procura por essa oferta é muito pouca, pois esse curso é estendido àqueles que tenham pelo menos a oitava série e entre eles são poucos os que se encaixam nesse módulo.
Os Vicentinos oferecem ainda ajuda nos reparos das casas se estiverem correndo risco de vida para os seus assistidos. Como podemos observar, o trabalho dos Vicentinos na Paróquia Nossa Senhora de Fátima
e São João de Deus é um trabalho realizado há muitos anos e poucos conhecem a sua extensão, porque ela é realizada no amor e na vivência do evangelho.                                                                                                

                                                 Pastoral da Saúde
 
     A Pastoral da Saúde é uma Pastoral Social da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
     É uma sociedade cívico-religiosa, sem fins lucrativos, fundada no dia 9 de maio de 1986 e com estatuto aprovado em Assembleia Nacional em setembro de 1999.
   Para a Pastoral da Saúde não basta estar bem com o próprio corpo, mas o pensamento e emoção devem estar em comunhão.
   Esse trabalho da Pastoral é realizado em domicílios, hospitais, asilos, creches, conselho de saúde, escolas, associações de bancos, sindicatos e em outros lugares que se importam com a saúde. Anunciamos o evangelho, promoção da saúde em três dimensões: Solidária, Comunitária e Político-Institucional.
   Nessa Paróquia, a Pastoral da Saúde tem realizado um excelente trabalho e em união com as pastorais de outras paróquias levam a todos que dela necessitam o bem-estar do corpo e da mente e ajuda humanitária.
   No dia 17 de julho de 2010, foi realizada no salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, com a presença do nosso pároco Padre Luiz Carlos, uma reunião com os membros da Pastoral da Saúde de várias Igrejas circunvizinhas.
    A reunião foi marcada por palestras referentes ao trabalho realizados por essa pastoral, com aulas de ginásticas administradas por um professor do grupo e também com a participação do Ministério de Música Abba Pai. 
Abertura para as mulheres e os jovens 
    

    A paróquia tinha o serviço das Messes nas pessoas dos Srs. Mello e Guanabara, mas Padre Lucena deu uma abertura à participação dos jovens e das mulheres no trabalho de Ministros da Eucaristia.
     A crisma foi ampliada e só os jovens a organizavam, não existia ainda um ministério de Música, havia um grupo jovem que realizava esse trabalho e quando o Moura apareceu vindo do ECC, apesar dele não tocar nenhum instrumento, deu uma roupagem diferente na música, teve mais dedicação, selecionava as pessoas para cantar, e assim começou a ter uma organização dos cantos.       

   A coordenadora da Liturgia Lúcia Sobral nos relembra alguns fatos daquele tempo.
“Nessa época, a equipe de Liturgia era muito pequena, nos reuníamos às terças- feiras para ensaiarmos os cantos para as missas de Domingo. Há aproximadamente anos não usávamos o folheto da missa, pois não tínhamos estrutura e nem equipamentos adequados para acompanhar o canto, apenas o violãozinho do Paulo César, do Sr. Joãozinho que nos ensinava a sua humildade e espiritualidade, havia ainda o violão do Beto da Neide. Não podemos deixar de mencionar Maria Aparecida, que chegava a mim e perguntava: ‘podemos cantar no final um canto de Nossa Senhora?’ Em todas as missas tínhamos que cantar um canto Mariano, afinal somos uma igreja Mariana.  
     
                                           A propósito, vivíamos pechinchando os preços de microfones para comprar para a equipe de canto, pois o pouco que tínhamos vivíamos emprestando para outras pastorais que também eram carentes como nós e não retornavam, muitas vezes sendo usados em louvores fora da paróquia por outros grupos. Também pedíamos emprestado ao ECC para o canto no Domingo.”                                                                              
                                                                                            

   A Pastoral da Criança é um serviço voltado para atender às crianças desnutridas, os idosos e os portadores de deficiência, a Sra. Ana nos conta como se deu a implantação desse trabalho voluntário nessa paróquia.

        Quando Padre Lucena veio para essa comunidade ela era muito carente mais do que hoje é. Ela necessitava de atendimento, preocupávamos com tantas crianças doentes, raquíticas, e nos empenhamos em fundar a Pastoral da Criança.
        Aguardávamos a oportunidade e convidamos alguns casais para realizar o curso, mas o padre Lucena não deu continuidade. Porém não desanimamos, e junto com outras pessoas interessadas nesse trabalho, procuramos a capela Sagrada Família para nos inteirarmos do assunto e fundar a pastoral, já que ninguém mais se dignava a fazer esse trabalho tão necessário nessa paróquia. 
         Padre Lucena, vendo o empenho de algumas pessoas e a necessidade desse trabalho na comunidade Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, prometeu que falaria com a Irmã Missay que coordenava a pastoral no Rio de Janeiro e foi dado início à fundação da Pastoral da Criança.
  
Sueli do Carmo nos faz conhecer o que é a Pastoral da Criança.
     
       “Comecei o meu trabalho no dia 11 de novembro de 2001, junto com Ana, Dodora, Sr. Mello, tia Anita e a secretária da paróquia; na época padre Lucena deu todo apoio e incentivo.
       Após Ana desistir da coordenação, eu fui colocada como coordenadora na primeira visita.
      Gostava do que fazia, pois era gratificante.
      Começamos na comunidade São Cosme e São Damião, sempre com o apoio do presidente da Associação Sr. Irineu Serge, tínhamos um brechó, a celebração da vida, um mingau delicioso e muita atenção e carinho para com todos.
      Carminha teve uma ideia de começarmos a fazer um jornal da pastoral para informar e convidar toda a comunidade a vestir a nossa camisa.
      Recebíamos o repasse, doação de leite, fazíamos farelo, o leite forte, festas das crianças, natal.
      Trabalho é que não faltava, eu trabalhava como brinquedista e dava curso.”

  Suely ressalta ainda:

“Gente! Eu com um barrigão da Rafaela ia administrar curso em Campo Grande e Santa Cruz, era ótimo passar o dia a brincar.  Comecei a passar mal e tive que me afastar de tudo  que eu gostava, dar à luz,  tive  várias complicações e fiquei sabendo que a Pastoral da Criança tinha acabado no São Cosme e São Damião e no São Sebastião, fiquei muito chateada, mas Deus falou que a semente tinha sido lançada e não dependia de mim florescer  ou frutificar, e aí obedeci e fiquei cuidando da minha filha.
   Fiquei à frente desse trabalho até fevereiro de  2006.
     Hoje é gratificante ver que aquelas crianças cresceram, são jovens e estão lá todos os domingos na missa.
   E aprendi que podemos evangelizar, mas só Deus pode converter o coração do homem.”
     
A Pastoral hoje assiste em torno de 174 famílias e 218 crianças, com nove líderes. Nossa pesagem precisa de pessoas fortes para o trabalho.
   Na visita domiciliar percebemos que há casas que precisam de oração, pois eles não vão à missa.
   É interessante que ao pedir socorro as pastorais nos ajudam.
   Hoje trabalhamos com três comunidades: São Cosme e São Damião, São Sebastião e Ligth (local 2/12 de largura), um local inadequado para fazer o trabalho, já pedimos que em cada comunidade seja criada uma CEB. Vale ressaltar que catequese já existe na LIGTH.

 “O POUCO QUE FAZEMOS É MUITO DIANTE DE TANTOS FRUTOS QUE JÁ COLHEMOS”.
 
    Trabalhamos em conjunto com o Batismo, catequese, Vicentinos e Pastoral da Família. 
    Esse trabalho foi de grande valia para essas comunidades carentes e por oito longos anos foi desenvolvido esse trabalho que foi expandido para outras comunidades, e hoje tem o seu trabalho dando frutos, porém é muito árdua a sua realização, é necessário que a própria comunidade esteja interessada e não só as pessoas que se prontificam a subir o morro e visitar cada casa. 
        É cansativo e não é remunerado, os líderes que se prontificam a trabalhar nesse serviço deve saber que a recompensa vem de Deus, e, portanto, deve ser realizado com amor. Como todo o trabalho na Igreja, não se deve esperar recompensa de ninguém, e algumas  vezes você quer fazer o seu trabalho com dignidade mas é impedido até mesmo por aqueles que deveriam estar à frente mas ficam na frente impedindo o desenrolar do trabalho.

Nessa foto, dia 25 de maio de 2002 mostra uma colaboradora da pastoral (Nica) cortando o cabelo  das crianças e das mães. Todos gostaram demais!
Uma colaboração muito importante também foi a união da Pastoral da Criança com a Casa de Parto. Ao realizar visitas às casas, se encontrarmos uma mulher no início de sua gravidez, a encaminhamos para realizar o seu pré-natal nessa entidade, para que ela tenha todo o conforto e tranquilidade ao chegar a  hora de dar a luz ao seu bebê. 
   
                                            As CEBES  

      Padre Lucena incentivou a participação de mulheres como ministras da eucaristia.
     As CEBES sempre dependiam daquele apoio ideológico, elas recebem um folheto do Vicariato e há uma reunião semanal, e na reflexão eles precisam de alguém que vá lá e discutam com eles aquele tema. Não havia o suporte necessário  que eles precisavam e os grupos começaram a ficar escassos, as pessoas ficando mais idosas dificultando esse trabalho.
       Quando a Ana estava ainda havia algum trabalho porque ela incentivava, mas houve uma  época em que a paróquia passou a participar menos na comunidade e mais na Diocese.
       Padre Lucena tinha um conhecimento muito grande com os Bispos, e eles    começaram a vir aqui  freqüentemente
       Por um lado, a Paróquia deixou de ser o centro do Jardim Novo na organização da comunidade, e começavam a surgir várias Igrejas protestantes, mas por outro lado ele fez uma coisa que a paróquia não estava acostumada que era esse contato com a Diocese.  
         A Paróquia ficou conhecida, deixou de ser aquela Paróquia do cantinho de Realengo, tornou-se referência.
         
                   
                     Oportunidade de servir e exagero no servir.
 
       Padre Lucena deu muitas oportunidades para as pessoas trabalharem  e sempre havia algum grupo trabalhando, fazendo reunião, fazíamos louvor.  E o ECC organizava determinados trabalhos. Construiu o salão, a cozinha, cujo espaço era todo tomado por um matagal. Como está nos documentos: ECC é serviço.
       Padre Lucena não tinha a preocupação de saber se o que as pessoas estavam realizando tinha sido autorizado ou não,ele confiava.
       Havia na paróquia a pastoral do teatro coordenada por Sérgio Moura, com a participação de Carminha, tia Anita, Seleni e vários outros que compunham essa pastoral, e também faziam parte do elenco. Todos os anos no período da Páscoa encenávamos a Paixão de Cristo e o Moura fazia o Cristo. Era muito lindo! E nós nos entregávamos ao personagem, vivíamos plenamente o papel.Comenta D. Rita.
       
                               
                                      O sonho do Padre Lucena  
  

          A Igreja estava ficando pequena, essa foi a grande questão,  a  participação na Igreja era imensa, as pessoas ficavam do lado de fora pois a igreja se tornou pequena demais e não comportava todos os fiéis.  As vezes ele celebrava somente uma missa no domingo, pois ele tinha um problema sério de saúde,  passava mal no altar e chamava o Sr. Mello ou o Sr. Amaro para dar sequência à celebração. 
         Sr. Amaro nessa época era o coordenador das messes e alguém muito especial na paróquia.
          Há um caso interessante, Rogério conta: “eu fazia tantas celebrações na Paróquia que um dia uma criança me encontrou na rua e falou para a sua mãe: ‘mãe, olha o padre’, então eu disse: ‘não sou padre, sou ministro’”. 

  O que ocorreu com o padre Lucena foi o seguinte:
    
 Ele resolveu  construir uma nova Igreja e cada padre que entra quer deixar a sua marca e acaba mudando alguma coisa.
        Quando ele mostrou o custo da obra, começou também uma discusão: é melhor fazer uma obra ou uma reforma? Alargar a Igreja?. E o povo ficou dividido, alguns a favor de construir uma Igreja nova, outros de alargar a Igreja e outros ficaram na dúvida, então ele resolveu construir uma nova Igreja. 
        As pessoas ultrapassaram os limites e começaram a se aproveitar da situação indicando quem faria a obra, quanto cobrava.  .
     Foi realizada uma reunião entre os interessados pela obra, desunião, o dinheiro começou a ficar escasso. 
   Começou-se a gastar muito dinheiro com a construção e por fim não pode concluir pois o dinheiro acabou.  Ele deveria ter feito como o nosso atual Padre Luiz Carlos que abriu para a comunidade e deu o serviço a alguém de fora, mas isso não aconteceu e foi o seu grande problema.


 Deram-se início a várias denúncias que prejudicou imensamente o padre Lucena.

       A comunidade não participou da denúncia contra o padre Lucena, ela foi feita por um grupo que tinha interesses em comum. E a comunidade ficou chocada com o ocorrido, pois eles não sabiam o que estava acontecendo, de repente chegou o Padre Ednei, que hoje é Bispo, já chegou com o novo padre, Padre Passos, que havia se formado há poucos dias.

Porque Padre Passos?

Segundo nos conta Rogério:

  Não dava para ser um padre que interagisse com a comunidade, como Frei José, por exemplo, tinha que chegar   impondo a sua autoridade. E ele deu um ultimato ao povo.
‘Todas as pessoas que se desentenderam com o Padre Lucena, só voltem aqui para assistir missa se quiserem, do contrário aqui dentro da comunidade eu não quero’. Ele veio para fazer mudanças, mexeu em todas as pastorais, mudou todas as coordenações, chamou muita gente nova para ministros da eucaristia.
Quando ele chegou no ano 2002, ele fez o ECC e no ano seguinte acabou com esse serviço na paróquia.  
Veio da Diocese, tinha um perfil próprio, os seus atos eram para mostrar que era ele o responsável pela paróquia a quem deviam respeito e obediência. Quando ele dizia isso, não era para escarnecer as pessoas, era para que lembrassem que havia ali um Dirigente espiritual responsável pela comunidade.   
Padre Passos  era preocupado com a liturgia, centralizou mais, foi aquele tipo de pai que mantinha a rigidez e resgatou tudo aquilo que a Igreja havia perdido.
 Depois de algum tempo ele criou e incentivou a Escolinha da Fé, me deixando como um dos responsáveis e ficou com a Liturgia.
Ele se resguardou, poucas pessoas tinham acesso ao interior da casa paroquial.
          Ele às vezes não tinha motivos para falar certas coisas, mas falava porque se alguém insinuasse qualquer coisa ele já estava precavido, ele estabeleceu limites.”
                                    
                                    Reforma da Paróquia

Padre Passos deu início à reforma da Paróquia porque derrubá-la não era uma boa solução, ali havia toda uma história e o trabalho de gerações, muitas pessoas que já não se encontram entre nós, mas que se doaram incansavelmente e outras continuavam
ajudando da forma que podem. Portanto, desmanchar a Igreja ou fazer uma nova descaracterizava um ponto histórico e não estava nos seus planos.

Em conversa com Padre Passos, ele me disse o seguinte:

 “Fiquei muito triste no início porque a Igreja estava muito feinha, telhado de amianto pra fora, sobra de aterro na frente da Igreja. E a primeira providência foi fazer um paredão para conter o aterro e depois ver o que poderia ser feito.
Aquela arquitetura é a mesma da Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Pamplona na Espanha, aquelas sacadas. E quando eu vi aquilo eu achei bonito e interessante e a ideia era dar uma característica de algo que pudesse se destacar no bairro, visto que é um bairro populoso, bonito e espiritual em todos os sentidos.
E a primeira coisa foi fazer a frente para poder ostentar a presença da mulher Nossa Senhora.
E à frente da Igreja, se percebermos bem, é o Cristo deitado de braços abertos, e toda a arquitetura tem um sentido Espiritual.”

“Havia a necessidade da música na Igreja”.

“Nós tínhamos um grupo que já tocava há algum tempo, e esse grupo baseado num documento que Dom Eugenio havia falado, sobre o silêncio na Igreja, então  eu pensei: Nós tínhamos que fazer um Ministério de Música mais conjugado, com escalas, fazendo um rodízio, onde todos cantassem com todos e não uma separação onde só Maria canta com João e vice-versa. Essa proposta de imediato foi aceita pelo coordenador José Henrique.

Ele, apesar de suas limitações de locomoção, se tornou uma pessoa ainda mais ativa, e o Ministério cresceu mediante a sua gerência e a minha preocupação era facilitar para ele e para todos que necessitassem de um melhor acesso na Paróquia. Por isso, fiz várias portas na Paróquia, para que também as pessoas de idade não precisassem ficar dando voltas para as suas necessidades.”

  

E continuou sua explicação dizendo:

“Confesso que me surpreendi, e foi à ação do Espírito Santo, eu não sabia que algumas pessoas cantavam, mediante algumas pessoas que participavam do Ministério pudessem cantar ou tocar algum instrumento e de repente passou a ter 48 participantes no Ministério de Música, e a característica da batida do violão, depois veio o teclado do Davison,  do Rafael e tudo isso veio de uma forma mostrar que eles estavam crescendo, falavam a mesma linguagem, tinham a mesma proposta, e o  sentido rotativo.

Às vezes, as pessoas que participavam desde o início não entendiam eu tentar fazer de uma forma que elas não ficassem dependentes uma das outras. Lembro-me que uma vez eu falei para que abaixassem o microfone do Moura, porque a voz dele é mais alta do que das meninas que estavam cantando, acredito que talvez eu tenha sido mal interpretado, mas é porque uma voz mais baixa tem que estar na mesma altura da voz mais alta! Se eu canto mais alto, tenho que baixar o meu microfone para ouvir as outras vozes. Como eu tenho um pouco de ouvido, eu queria ouvir todas as vozes então eu mandava baixar aqui ou aumentar ali, e às vezes algumas pessoas não entendiam isso e diziam: ‘poxa o padre está perturbando’, mas é porque eu não estava ouvindo as três vozes, só uma e o que as outras duas estão fazendo lá? Até que chegou um momento que eu não tive alternativa e comprei aqueles microfones de estúdio, mas tinha sempre um que queria cantar mais perto do microfone.”  

       Isso tudo foi difícil?

“Eu diria que não, no início foi embaraçoso, mas depois foi se assimilando tudo isso e o Ministério cresceu muito. Cresceu tanto a ponto de ter o seu próprio estilo, diferente de todos os Ministérios que a gente possa imaginar! Tinha uma batida de música religiosa, mas ao mesmo tempo estilizada, diria que era muito mais próxima do ‘jazz’ que é uma arte do que do ‘rock’ do que do samba de uma nota só, sem querer desmerecer, foi muito bom e a música cresceu muito. E sem querer desmerecer os outros colegas, Dom Ednei um dia falou que:

‘O nosso Ministério de música é o melhor da Zona Oeste’.”

Eventos fora da Paróquia

E assim servindo foi que o Ministério participou de missas do Cristo Redentor, missa nas TVs Globo e Brasil, no dia 17 de fevereiro de 2008. O Ministério de Música Abba Pai recebeu homenagens dos Diretores da Casa da Moeda por participarem sucessivamente das missas realizadas nos fins de ano que sempre são realizadas naquele órgão. Recebendo uma carta de agradecimento e medalha de honra ao mérito.
O Ministério participou ainda de uma entrevista na rádio Catedral com a participação do Padre Passos.
Participou ativamente da missa de Corpus Christi na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, consecutivamente.

Postura de guerreiro, foi a expressão que encontrei e que melhor se encaixa nessas explicações a seguir:

            Ao partilharmos os momentos vividos dessa vocação que é o cantar a missa, através do Ministério Abba Pai, quero dizer que nem sempre se colheu flores.
          Como em qualquer caminhada a serviço do Senhor, muitas pedras e espinhos foram pisados.  
         As pessoas que estão cantando a missa elas tornam-se espelho, vidraça, e a postura de cada indivíduo que faz parte desse corpo é de estar sempre em oração, ser sal da terra e luz do mundo, a nossa postura deve ser a de um guerreiro que está à frente de uma batalha, estar vestido com capacete e lança, armadura de todo o guerreiro, que no caso em questão é estar sempre em oração para não cair na tentação da egocentricidade, da autosuperioridade, ao contrário, deve estar imbuído em realizar o melhor para Deus e não para a sua autopromoção.
        
Para que isso não aconteça, o Ministério e aqueles que fazem parte desse corpo necessitam estar em constante oração.
Os caminhos desbravados por essas pessoas são impressionantes, e também a força que move seus componentes. Só há uma explicação: que é pela fé em Deus, e na sua Santíssima Mãe, além de colocar o coração naquilo que faz, pois tudo que é realizado com amor é gratificante a nós, e Deus retribui com chuvas de Graças.    
         Como em toda família que é o que somos, uma família de Deus, existem divergências de opiniões, nossas ideologias, cada qual com a sua individualidade, mas por amor a Deus e a realização desse trabalho que é voltado somente para o Pai, sem engrandecimento algum para cada indivíduo, sim, porque se alguém faz parte de um corpo Litúrgico e se acha envaidecido pelo trabalho realizado, saiba que não tem nenhum valor aos olhos do Criador e é melhor que se afaste desse trabalho, e procure algo que venha lhe trazer lucros financeiros e ascensão social, porque:  
O trabalho realizado para Deus não é para se enriquecer, você não ganha dinheiro, fama ou se beneficia de alguma forma, você  recebe as glórias do Senhor para a sua vida, e para o cristão verdadeiro isso é o que mais importa. 

Quando padre Passos chegou nessa Igreja ela era muito quente, só tinha uma porta, então ele falou:

   Fazendo obra aqui tenho que colocar muitas janelas e muitas portas para que a temperatura interna seja igual à externa e às vezes as pessoas não percebiam isso. Eu falava ‘vocês podem ver que a temperatura lá fora é a mesma que tem aqui dentro e outras vezes dentro era mais fresco do que lá fora’, tanto que as janelas se fechavam por causa dos ventos e apagavam as velas do altar. Foi uma proposta porque só quem passou o verão lá dentro daquela Igreja fechada, que só tinha uma porta na frente e uma de ferro e os ventiladores ringindo o tempo todo no alto do teto, é que sabe o sacrifício.”

                                                 

Relatos Do Diácono Francisco

    A passagem de Padre Passos por nossa Paróquia foi um período de grande aprendizado para todos nós. Depois de extinguir o Encontro de Casais com Cristo, ele fundou a Pastoral da Família, aumentou a quantidade de missas, passando a ter missa às segundas-feiras (das almas), às quintas-feiras (missa da família, com a presença e comando da Pastoral da Família) e aos domingos, três missas, às 7:30 da manhã, às 10 horas (missa das crianças) e à noite às 18:30 horas (missa dos jovens), e na primeira sexta-feira do mês, a missa do Apostolado da oração e a adoração ao Santíssimo.  

                                                                     

   O Padre Passos via no Encontro de Casais uma forma diferente, tinha uma evangelização muito forte no ECC, mas via também que muitos dos componentes se interessavam apenas pelo movimento do encontro e não participavam de nenhuma pastoral   Como serviço não existe outro movimento igual ao Encontro de Casais

   Ele sabia com quem podia contar, e o que o levou a acabar com o encontro nessa paróquia, a meu ver, foram as pessoas que não queriam aceitar a opinião dele, e, com a sua personalidade forte, ele precisava mostrar que coordenava tudo ali e acabou com o movimento.

   No início, quando ele fundou a Pastoral familiar, a sua intenção era mostrar para as pessoas que participavam do ECC que esse era apenas um movimento e que não queria subordiná-lo a Pastoral da Família, mas as pessoas colocaram na cabeça que ele ia acabar com o ECC e acabou mesmo, mas por outros motivos.                

     Padre Passos fundou a pastoral familiar a pedido de Dom Eusébio e escolheu  Francisco/Ana Paula e Flávio/Selma para coordenarem essa pastoral.

 A princípio, conta-nos Francisco:

“Pensávamos que era somente nessa paróquia, mas, depois de participarmos de uma reunião que ele mandou, acabamos assumindo a coordenação da pastoral em toda a região. Estávamos iniciando essa caminhada e já estávamos coordenando toda uma região. Foi preciso aprofundar bastante e ler muito sobre a pastoral familiar, e até hoje posso dizer que estamos aprendendo porque nunca sabemos tudo, estamos sempre aprendendo no dia a dia.”

   A pastoral familiar nessa paróquia é com certeza de grande valia, tanto que as pessoas que estão coordenando o ECC nessa retomada inicial, tendo a frente o novo sacerdote, sabem da importância da pastoral da família e sabem também que ninguém manda em ninguém, e em nada, pois uma coisa não tem nada a ver com a outra.

   Infelizmente alguns coordenadores do encontro de casais não entenderam isso, acharam que o ECC ficaria em segundo plano, quando na verdade ele era uma força de serviço, estava em primeiro plano mas em forma de serviço, porque a qualquer momento e para qualquer trabalho se podia contar com o ECC.

   Havia também os bens materiais que aos seus olhos  pertenciam a eles, porém sabemos que tudo que existe na igreja pertence à igreja.

  Muito triste também são as pessoas que  comparam entre um tempo e outro, dizendo assim: “no meu tempo era assim”, “no meu tempo fazíamos assim”, os tempos são outros, novos pensamentos, novas pessoas, novas realizações. O tempo é um só, algumas coisas que se fazia no ECC no passado não devem ser colocadas agora nesse encontro que se inicia, para que não aconteça novamente a suspensão do mesmo.

 “A gente tem que pegar somente as coisas boas”, diz o Francisco.

“Às vezes passamos tantas coisas na vida, e de repente foi ruim o que aconteceu com o ECC, mas ao mesmo tempo foi bom, porque retornando agora, vamos aprender muito mais. Fala-se que de tempos em tempos é importante que se dê um tempo no encontro, primeiro porque acabam os casais e há que se esperar por novos casais.”

E mais,

“Algumas pessoas veem o ECC como um cabide, fazem o Encontro de Casais e ficam ali, não procuram uma pastoral para trabalhar e esse foi um dos motivos que culminou para o seu fim.”

E Francisco continua,

    “Eles queriam trabalhar no encontrão, nas festas que se promovia, trabalhar numa pastoral, que é ralação, eles não queriam, trabalhar na pastoral do Batismo ninguém quer. Como está aí, começamos com a pastoral familiar, eu e o Flávio coordenando e até hoje o negócio voltou para a minha mão e da Ana Paula. Eu pergunto: Sou eu que quero fazer? Não! Ninguém quer assumir, ninguém quer essa responsabilidade! 

   Tenho um grande carinho pelo padre Passos, primeiro porque foi ele que despertou em mim algo que estava guardado, eu, quando adolescente, queria ser padre mas não era a minha vocação. Deus não quis isso para mim.

    Eu estava ali como muitos, só ia às missas aos domingos e de repente sem nem me conhecer ele me despertou de novo, e me chamou para ser Ministro da Eucaristia junto com você (Carminha) e Edinho. Mas eu estava ali fazendo o trivial, indo à missa aos domingos, dando o meu dízimo, fazendo a minha obrigação. Ele despertou em mim  e em várias pessoas. Ou você o ama ou você o odeia. Ele despertou muito amor, mais amor do que as pessoas que tinha mágoa dele.”

Ficaram muitas pessoas, Francisco, e de certa forma algumas comungavam com as suas atitudes e outras por estarem  na paróquia não pelo sacerdote, mas sim pelo Cristo.

 A Pastoral da família é de grande valia, através dela arrebanhamos muitas famílias para a igreja, continuamos com as visitas nas casas e fazemos o Lucenário.

Pergunto-lhe: O que é Lucenário Francisco?

   “Lucenário” é a oração que os primeiros cristãos faziam no começo da caminhada da igreja. Esse povo era proibido de rezar em público, eles eram caçados, torturados, sacrificados, então eles se reuniam na casa de alguns cristãos ao entardecer, acendiam as velas, rezavam, acendiam incenso, louvando e agradecendo a Deus pelo dia que tiveram.

   Conforme nós fazemos hoje em dia, vamos às casas, lemos a palavra de Deus, eles também liam  o evangelho, mas não tinham a Bíblia porque ela ainda não existia, mas usavam a oralidade  contada, passada de pai para filho, de uns para os outros. Hoje em dia nós vamos às casas e levamos o evangelho do dia, fazemos uma oração, pedimos por aquela família, acendemos o incenso, rezamos o Pai Nosso e Ave Maria, ungimos a casa com água benta, convidamos o casal a participar da missa e tentamos inseri-los em uma pastoral. Esse é um trabalho que fazemos há muitos anos, Padre Passos seguiu isso e o Padre Luiz Carlos abraçou essa ideia, nos dá liberdade de continuar esse trabalho de evangelização. É isso que a Missão Continental pede, que saíamos dos muros da igreja para fora e evangelize. Isso já estava sendo feito antes dessa proposta da Missão Continental. Olha a visão que o padre teve?”

    Isso vem de encontro aos trabalhos da CEBE, não é Francisco? Mas vocês vão mais além, vão para águas mais profundas. As CEBES evangelizam mas de uma outra forma, diga:

   “Eu vejo assim: desde a vinda do Padre Passos, seguindo uma ordem que lhe foi imposta pelo Arcebispo, mas a visão dele nos ensinando como era feito o Lucenário e nos mandar em missão. No tempo dele ele queria que só os ministros fizessem a oração. Hoje em dia o Padre Luiz Carlos dá mais liberdade de qualquer pessoa fazer, mas é preciso saber o que está fazendo, estar preparado para evangelizar, porque não pode chegar na casa das pessoas e falar coisas que não condiz com a leitura e com a oração. A pessoa tem que estar preparada para evangelizar, porque quanto mais a gente pensa que sabe alguma coisa é quando sabemos menos ainda.

   Vejo o Padre Passos dessa maneira, tenho um carinho muito grande por ele, pelo resto da vida vamos ter essa amizade.

    Em 2003, ele nos convidou para ser Diácono e ficamos até o final estudando, antes de começar 2007, como ele já tinha três Diáconos, eu (Francisco), Flávio e Tadeu, ele não queria escolher um de nós três  para não ficar mal com nenhum, suponho, já que ele tinha um carinho por todos e assim ─ ele tinha três capelas, o terreno adquirido na  LIGTH, a de  São Francisco, que já estava pronta na comunidade, e um terreno na comunidade de São Sebastião, ele reuniu os três e disse: ‘cada um assuma a sua e façam o seu trabalho, não vou dar dinheiro nenhum, cada um escolha o que quer. E o Flávio ficou com a do São Sebastião, o Tadeu com a de São Francisco.

   No meu íntimo senti que ele estava fazendo aquilo justamente para escolher um de nós, comecei a agilizar a obra da capela, fui olhar o terreno e em julho de 2007 ele lançou a pedra fundamental junto com Monsenhor Artur.

   Logo em seguida veio o meu aniversário e o presente que pedi foi cimento, pedra, e quando cheguei em casa lá estavam vinte sacos de cimento. E fizemos a fundação.

   Quando chegou a época de ordenarmos e eu já tinha começado esse trabalho, então ele falou: ‘dentre vocês três, o único que começou o trabalho foi o Francisco e para não ficar parado o trabalho pela metade, ele vai ficar aqui e vai dar continuidade a esse trabalho’.

 Ele me deu total liberdade de fazer como eu quisesse, sem se intrometer em nada, sem dar dinheiro nenhum. Fizemos bingos com a ajuda da comunidade da paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, saí pedindo sem vergonha alguma, tenho vergonha sim, de pedir para mim.

   A ideia de pedir um real na comunidade veio de uma situação inusitada, vou contar como tive essa ideia.

    Certa vez uma senhora chegou a mim e falou: ‘preciso falar com você!’, eu pensei que ela queria me dar muito dinheiro, porque do jeito que ela falou! E no final sabe quanto ela me deu? Um real (R$ 1.00), para ela deveria ser muito, ou o que ela podia oferecer, e aquilo me balançou! Isso é certo, se trezentas pessoas estão na missa e se cada uma der um real de contribuição, no final são trezentos reais! Já dá para comprar alguns sacos de cimento. Foi aí que eu tive a ideia de fazer a campanha na missa e deu resultado. Tenho tudo anotado, lançado. Eu fiz tudo no computador, falei para o Padre Luiz Carlos como estava sendo o trabalho.

   Quando o Padre Luiz Carlos assumiu, disse que a matriz ia ajudar, vou te dar dinheiro para você terminar essa obra, e ajudou um pouco, ele realmente me deu uma certa quantia para finalizar essa obra. Eu estava levantando as paredes e ele me deu uma ajuda, e com a ajuda dos amigos, sei que até hoje, desde o chão até os móveis gastei trinta e sete mil reais, se me perguntarem de onde veio o dinheiro, não sei, aprendi com o Padre Luiz Carlos a acreditar na providência Divina. Ele falou na época que ele tinha trinta anos de padre e que a providência Divina nunca tinha lhe faltado e foi aí que eu acreditei.

   Uso o meu cartão e sempre consigo saldar meus compromissos, acreditei na providência Divina e ela me providenciou a realização dessa obra.

   A penúltima vez que Padre Passos me ligou disse: ‘Engraçado, você vai inaugurar a capela e nunca me questionou o porquê do nome Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos homens pretos’, ‘não sei o senhor é o padre deve ter os seus motivos’. Então ele contou, a história é a seguinte: Era um escravo muito devoto de Nossa Senhora do Rosário e através de orações a ela conseguiu as graças que necessitava.

   Ele fez um co-relacionamento entre a história desse escravo e a comunidade da LIGHT, que são pessoas sofridas e sem condições financeiras como o escravo naquela época. Mas como aquele escravo conseguiu que ia achar Jesus através de Maria e da devoção a São Benedito, ele quis também levar às pessoas essa oportunidade que pelo sofrimento que passaram na vida, acham que Deus esqueceu deles.

   E o que lhe veio à cabeça é que é sua e nossa obrigação trazer para aquele lugar a capela com esse nome, Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, que também foi um grande

evangelizador. Fazendo essa co-relação e mostrando a esse povo sofrido que Deus não esquece da gente.

   Três anos trabalhando na capela, ela não é minha não, não é de Dona Terezinha e nem do Padre Luiz Carlos, estamos ali para trabalhar para Deus. Foram três anos de lutas e agora, no dia 3 de julho de 2010, será inaugurada, com as presenças de Monsenhor Luiz Artur Márquez de Barros Falcão, Padre José Carlos Passos, Padre Luiz Carlos.

   Há muitas pessoas a quem eu preciso agradecer, ao Marcelo, Bené e ao seu filho Marquinhos, que doaram os seus finais de semana em prol dessa obra. Por algum tempo eu paguei pelos serviços mas depois eles me doaram sua força de  trabalho para finalizar essa obra.

Padre Passos é uma pessoa muito carismática, alegre e, quando está realizando uma celebração, ele quer que tudo esteja a contento, tudo certinho nos seus mínimos detalhes. E dizia sempre: ‘Para Deus tem que ser o melhor’.                                                                                               

     Padre Passos recebeu de presente uma imagem de São Jorge, construiu uma capelinha ao lado da Paróquia, e todos os anos durante a sua permanência realizou procissões dos cavaleiros de São Jorge, isso resgatou muitas pessoas que estavam afastadas da religião, pessoas que haviam perdido a sua auto-estima e eram discriminadas pela sociedade conseguiram se reerguer.

     Implantou várias pastorais, inclusive a pastoral do turismo que muito ajudou as finanças da Igreja, mas também a espiritualidade das pessoas, pois todos os anos era realizada a Romaria à Aparecida do Norte.

   Padre Passos deu continuidade ao trabalho da Pastoral da Criança e deu também todo apoio para que as líderes continuassem a realizar esse serviço com a coordenação de Suely Regina do Carmo Santos concedendo a ela um documento comprovando a sua atuação profissional ou voluntariado.”

     

                                                  Capítulo IV             

 

                                                Estamos a caminho.

 

    Do ponto de vista da História, depois da saída do Padre Lucena  e do Padre Passos, a relação do povo com a paróquia mudou.

   Padre Luiz Carlos, comenta Rogério ─ com o seu trabalho, tenta resgatar tudo que estava perdido no passado, tenta reconstruir uma comunidade. Ele Procura recuperar um pouco as coisas do tempo do Frei José, só que já se passaram vinte anos, as pessoas mudaram muito, Aquela disponibilidade que existia hoje já não tem mais, o pessoal que era jovem naquela época hoje tem a sua família, trabalham, não tem muito mais tempo, as pessoas que já tinham uma certa  idade hoje já não podem ajudar tanto.

O que eu gosto no Padre Luiz Carlos é o seguinte: diz-nos Rogério ─Ele não vai te cobrar algo se você disser que não pode, ele cobra se você disser que vai fazer e não faz.. Ele não está preocupado se a pessoa tem formação, se sabe muito ou sabe pouco, ele está tentando resgatar algo que se perdeu no tempo.

Padre Luiz Carlos se propôs com o seu trabalho resgatar a confiança do povo que foi perdida com os acontecimentos passados.

      Quando padre Passos fazia os almoços, muitas pessoas levavam para casa, porque não queriam ficar, queriam estar fora e se eximir de qualquer responsabilidade.  

        A confiança da comunidade ficou abalada, foi um baque muito grande na Igreja que até hoje as pessoas ficam retraídas e não querem assumir responsabilidades dentro da paróquia. A única forma de solucionar esses problemas é colocar pessoas que nunca tiveram contato com esse passado e não conhecem a história da paróquia.   

   Às vezes confiamos nas pessoas e elas nos decepcionam, mas se não arriscarmos a conviver com certas pessoas nunca saberemos se podemos confiar. E o padre Passos é uma pessoa excelente de se conviver, de ser amigo!, Claro que ele tem os seus defeitos, mas quem não os tem?.Ele saiu do nosso convívio, mas continua a ser amigo de todos.           Acredito que aqui nessa paróquia todos gostavam muito dele e sabemos que os sacerdotes passam mas a comunidade continua.

       Cada padre que por aqui passa é sempre recebido com muito carinho, pois cada um tem o seu jeito de trabalhar e todos somos responsáveis em ajudar para que o sacerdote faça o melhor por sua paróquia. Cada comunidade tem o padre que merece.                                                                                                      

                                      Pessoas que não se deixam influenciar

 Porém, ainda existe pessoas nessa paróquia que não se deixam influenciar pelos acontecimentos negativos, porque o compromisso é com Deus e com o próximo. Os padres passam, uns vão outros vêm e ficam-se na esperança de que aquele que chegar tenha no seu chamado de ser sacerdote o compromisso de conduzir o rebanho por caminhos seguros como deve ser a finalidade  do bom pastor.

   Encontramos também essa responsabilidade de ser igreja em todos os coordenadores das pastorais dessa paróquia, e quero falar sobre o trabalho do coordenador da Perseverança Jânio, que nos conta a trajetória dessa pastoral que luta com todas as forças para continuar a ser essa escola que mostra o caminho que a criança deve continuar seguindo.

   ─ A pastoral da Perseverança teve início na gestão do padre Lucena  no ano de 1999. Ele convidou o casal Édson e Regina que era do ECC para fundar a pastoral porque essa pastoral já existia há alguns meses, mas não conseguia ir para frente, e mandou que chamassem outras pessoas, ela iniciou em março de 1999 e em abril eles me chamaram para trabalhar. 

   O trabalho na perseverança o próprio nome por si só já diz, a pastoral é pós-catequese e pré-crisma e vai do período inicial da catequese que é aos oito anos e quando a criança recebe a primeira Eucaristia nós a recebemos e fica conosco até o momento de realizar o Crisma, que é a iniciação de jovens e adultos e quando ela completa quinze anos é indicado para a iniciação cristã ou até mesmo para o grupo jovem, ministério de música, ajudante de catequista, coroinha. Esse trabalho já deu muitos frutos, Já tivemos ex-perseverantes no grupo nos ajudando.

   A Pastoral da Perseverança é realizada aos sábados das 13 ás 17.30 horas. Somos desenvolvidos seguindo de uma forma livre, nós não temos um livro de diretrizes para seguir, e nem os sacramentos como a catequese, usamos a criatividade para continuar com esses adolescentes muitos anos até chegar à idade da crisma.

   Esse período em que a criança espera até a realização do crisma, ela passa na perseverança realizamos um trabalho com elas para que não fiquem a mercê do mundo e sejam arrebanhadas por seitas e mais, na opinião de Jânio,─ Não devemos deixar que a criança saia da perseverança e que o mundo a acolha, é um trabalho árduo, é  preciso muita criatividade e poucas pessoas querem ajudar, dar uma força, porque a criança nessa idades está em fase de rebeldia.

   Deveria haver uma diretriz para a realização desse trabalho, e o coordenador Jânio continua a explanação ─ Fazemos cursos, encontros, e existem algumas dicas dadas pela Diocese, das irmãs de Belém, alguns livros de dinâmica e de como trabalhar com as crianças.  Todo o sábado faz-se uma leitura bíblica do dia e o evangelho, e a partir disso realizamos um trabalho social, usamos histórias de ficção e trazemos para a realidade de cada um.

    Utilizamos esses artifícios para que o jovem não caia nos braços do mundo, porque muitos pais criticam os seus filhos por estarem sempre na igreja participando às vezes de três missas no Domingo.

   Realizamos duas vezes no mês trabalhos e recreações e em sábados alternados fazemos estudos bíblicos nas salas. Quando Padre Passos chegou havia muitos casais do ECC trabalhando na pastora da perseverança, mas com a extinção desse  serviço na paróquia muitas pessoas se afastaram e algumas até mesmo da paróquia.

   Esse trabalho na concepção de Jânio já está dando frutos visto que ─ Os jovens ex-perseverantes começaram a ajudar, mas esses jovens tem os seus objetivos na vida e estão em fase de Faculdades, cursos e muitos se afastaram por não conseguirem conciliar os horários. Portanto há uma necessidade da ajuda dos adultos que sejam comprometidos com esse trabalho, pois é um trabalho muito sacrificante.

      ─ Muitos me chamam de louco por estar onze anos na coordenação, mas todos os anos é confeccionando um relatório e entregue ao sacerdote no período e sempre falo da necessidade de mudança na coordenação,   ─ falo sempre, para  me colocar como auxiliar ou em outra pastoral mas nada acontece! E esse ano há outro agravante ─ estou muito preocupado pois esse escândalo envolvendo a igreja católica tem afastado muitas crianças, pois os pais se preocupam por seus filhos estarem sob os cuidados de um homem só, cheguei a pensar que fosse uma incompetência da minha parte o fato dessas crianças estarem se afastando.

    ─Não acredito nessa hipótese, pois uma pessoa não conseguiria ficar tanto tempo numa coordenação de pastoral se não fosse por sua competência, e Jânio tem demonstrado isso a cada  ano e comenta que  ─ O padre Luiz Carlos foi o único que se importou com os nossos problemas, me atendeu colocando três pessoas adultas para me ajudar, mas todas saíram por problemas particulares e não conseguiram conciliar o seu tempo  com esse trabalho, a intenção foi boa mas não deu resultado.  

   Esse ano já existe jovens da própria perseverança ajudando nesse trabalho, e eu espero ansioso a iniciação cristã, com o pessoal da perseverança e vou pedir ajuda a eles ─ diz o coordenador.Devido o meu trabalho, muitas vezes preciso me ausentar e tenho receio que o jovem que estiver à frente desse trabalho não seja respeitado pelos outros. A maior parte dos perseverantes são meninos e poucas meninas.

   Esse trabalho  de recrutamento é realizado da seguinte forma: ─ vou a pastoral da catequese, faço uma palestra e o chamado, apanho o endereço de todos e mando o convite.  

    O apoio do padre Luiz Carlos é muito importante e sempre nos relatórios eu colocava as necessidades da presença do padre para servir de estímulo, pois o padre é o pai da comunidade e nada melhor do que ele para educar os filhos. Ele sempre pergunta ─ onde vai ser o encontro? ─onde tem uma festividade fora da paróquia ele aparece, no início do ano ele   faz o chamado nas missas e em dezembro entra em o recesso mas, quando vai iniciar faço o convite a todas as crianças.

   O trabalho também é realizado da seguinte forma, fazemos a via-sacra, no mês da bíblia realizamos gincanas, campanha bíblica no mês das missões, conscientizamos os perseverantes quanto a necessidade de ajudar o próximo, fazemos a campanha do agasalho, alimentos e ainda mais continua Jânio ─ O trabalho da pastoral da perseverança é muito ativo, dinâmico na paróquia, é preciso ser assim senão as crianças se afastam.

   Já tivemos na perseverança jovens cantando, tocando, explica o coordenador. ─No ministério de música há muitos jovens que poderiam te apoiar na perseverança, assim como o ministério se entrosou com o  grupo jovem ele poderia também te apoiar o que você acha disso?─ Acho legal, aliás o grupo jovem eu tenho muita aproximação, já fizemos trabalhos em outras paróquias, encontros no Vicariato, na furania , na Catedral, na Marinha e nesse momento chamamos o grupo jovem e houve uma integração.─ Atualmente quantas crianças participam da perseverança? ─Nesse ano não chegamos a vinte, ele nos diz.─ Mas o importante não é a quantidade respondi, e sim a qualidade dos que ficaram, esses são o que deram o sim de Maria. E ele continuou ─ costumo dizer a eles que   Jesus nos disse : onde  um ou dois estiverem reunidos em meu nome ali estarei no meio deles.

   Quando passo pelo Bairro e vejo tantas crianças que eu não vi na igeja, me dá muita tristeza, e às vezes oitenta crianças fazendo a catequese, e a gente não consegue que eles venham à perseverança e as catequistas incentivam com palestras, mas elas não vêem nem para conhecer o trabalho. Às vezes ficamos tristes, mas como já foi dito os que aqui estão temos que fazer por eles, não podemos  desistir pela pouca quantidade de crianças. O Senhor me chamou para esse trabalho e peço a Deus que toque em seus corações e que eles venham, mas bate uma tristeza!.

   Perguntei-lhe: você não acha que está faltando alguma coisa? Pois esse trabalho da perseverança é excelente!.Em se falando desde a catequese, os pais trazem as crianças, mas não comparecem, está faltando um trabalho mais profundo, deveria ser feito um trabalho desde a base. Antes de catequizar as crianças, deveria catequizar os pais, como seria chamado? Catequese de pais, pois se você consegue catequizar os pais, conseqüentemente haverá a catequese perfeita. O que você acha?perguntei a ele ─ Até nós já tivemos essa experiência com o ECC, e o que se sente saudades é justamente isso, na época dos meus filhos novos eles participavam do Domingo fraterno, esse foi o fruto do Encontro de Casais com Cristo.Foi muito bom, tinha muitas pessoas para coordenar pastoral, e os filhos participando de pastorais, e até hoje existe esse legado, mas infelizmente o ECC acabou.

   Mas essa idéia de trabalhar com os pais é uma coisa que é instituída pela Diocese. No momento em que o pai ou a mãe vem fazer a inscrição do filho, deveria deixar bem claro─ a criança só faz a catequese depois que o pais fizerem também ou se eles participassem da missa, porque muitos pais vem trazer a criança no portão da igreja e volta para casa sem ao menos dar um bom dia ao dono da casa. Por outro lado temos testemunhos de casais que foram atraídos pelos filhos, o trabalho é gratificante porque não só ensinamos, mas aprendemos muito com as crianças.

  ─ Quando vejo essas crianças depois de alguns anos trabalhando em outras pastorais, é ima alegria muito grande e gratificante! Mas ao mesmo tempo muita tristeza ao ver algumas crianças que pertenciam as perseveranças, vivendo de forma não condizente de um cristão.

                                           Conversa com o Jânio

    Jânio, o que você pede para a pastoral da perseverança?

   ─ Primeiro, para mim, todas as pastorais são importantes, uma pastoral não é melhor do que a outra. Há uma diversidade dentro da igreja e devemos respeitar cada uma, mas, deveria haver mais comunicação entre elas na paróquia para que as suas dependências estejam à disposição de todos e não só de algumas, porque todas as pastorais são importantes numa paróquia. E muitas vezes chego para realizar o trabalho  mas todas as salas estão ocupadas e, eu preciso trabalhar com as crianças no campo, mas não reclamo.Compreendo e tento dar o meu jeito.

   E peço que venha um casal de cantores da igreja e que tenha criatividade, jogo de cintura para trabalhar com as crianças.  Muitas vezes venho de bermuda para que eu não fique tão distante deles. E o meu pedido também é que venha um casal para me substituir, sabendo que é sacrificante, mas é prazeroso.

    Também faço um trabalho social com essas crianças, acho muito importante o adolescente se colocar bem na sociedade, eu incentivo muito os estudos, digo a eles que a recompensa de Deus não é na terra é lá no céu e que nós temos que buscar os nossos objetivos e não ficar chorando esperando que os pais lhe dêem o que eles querem, devem buscar os seus objetivos. se realizarem profissionalmente, adquirir seus bens com o suor do seu trabalho para que possam dar valor.

   E quando eles se despedem de mim dizendo que vão ter que sair da pastoral porque conseguiram passar no vestibular fico triste por saírem, mas, feliz porque estão buscando espaço na sociedade e lembro a eles, não deixem de vir a missa!,  e nem de fazer um trabalho que se encaixe  isso e que vocês possam deixar um pouco de lado para ajudar a igreja mas, se não tiver esse tempo, quando chegar lá na frente vocês estiverem formados, dediquem-se um pouco desse dom, seja em qualquer profissão, venha ajudar a igreja mesmo que seja para realizar uma capina, pintar a igreja, mas não deixe de agradecer a Deus em toda a sua  vida.

                       Pastoral da Perseverança                               

                                                 Ele foi fazendo por etapas

 

Quando o padre Luiz Carlos chegou a nossa paróquia, não fez muita propaganda sobre o que iria realizar. Ele foi fazendo por etapas.

 

       

   O coordenador do ministério de música relata para nós qual foi a primeira atitude do novo sacerdote Padre Luiz Carlos e ele nos fala.

     me lembro como se fosse hoje, ele deu a acolhida a todos e até hoje ainda continua agindo dessa forma, ele tem muito respeito pelas realizações da paróquia, da comunidade e das pastorais. E em momento algum ele chegou e disse:─Faz isso agora─ se isso aconteceu confesso  que não percebi.

   Com parte do ministério de música ele veio respeitando todo um trabalho já existente, foi modificando sutilmente e ao mesmo tempo foi crescendo, como por exemplo, o salmo passou a ser cantado em todas as missas, mas sem perceber já foi inserido. Ele valoriza a música e toda a liturgia e vê com grande importância o louvor da assembléia com Deus

     Modificou na comunidade apenas o necessário, respeitando um trabalho do padre anterior.Ele é o Diretor Espiritual e poderia, sabendo que existe muito a realizar e ele como pai está perto nos acolhendo.

   Assim que ele chegou houve um encontro da pastoral da saúde e ele presenciou alguns componentes do ministério cantando e deu todo apoio, e isso foi um trabalho com um toque de responsabilidade, do preparo e esse reflexo que ele tem de que a comunidade tem que cantar junto é verdade e isso estimula a valorizar o verdadeiro sentido de um ministério de música que é levar a assembléia a cantar.

   As pastas foram essenciais, demorou, mas cada um no seu tempo, e isso dá mais sentido para saber qual a posição que ocupamos que é a de fazer o povo cantar. Tanto que o povo tem acompanhado cantando ou mesmo lendo as leituras e a acolhida que foi um ponta pé inicial dele, em ver quem tem as suas limitações e chamar a atenção mesmo na frente da assembléia, causa um constrangimento mas ele é nosso pai e tem os seus motivos, zelo com as coisas de Deus. Como ele fez na reunião de retiro do Mendanha, pedindo desculpas numa posição de humildade.

 

 CATECUMENATO

 Catecumenato é o método, ou caminho, proposto pela Igreja, desde seu início, para realizar uma experiência de fé  pela qual passavam os primeiros cristãos, como um período de iniciação. Os primeiros passos deste processo e que são coroados pela recepção dos Sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia.
    No início a Igreja, as primeiras comunidades iniciavam os cristãos à vivencia comunitária através da escuta da Palavra, das celebrações e do testemunho de vida.
    A adesão à  Cristo e a conversão do candidato levavam aos Sacramentos da iniciação Cristã e a sua integração no seio da comunidade )At 2,37-41:4,35-37).
    O Catecumenato prevê um processo de transformação que se realiza em etapas, marcadas por ritos
    Os ritos não só marcam a passagem de uma etapa para a outra, como conferem a graça necessária para o avanço neste processo. Trata-se de um caminho no qual os candidatos, batizados ou não, depois de avaliados pela equipe, são consultados sobre a sai disposição de passar para a próxima etapa. 
  
 1- Pré -catecumenato (RICA 9)
2- Catecumenato (Rica 14)
3- Tempo de Purificação e Iluminação (RICA 21)
4- Mistalogia (RICA 37)

 

Estamos a caminho

 
“PasCom” - "Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!" (Mc16,15)
Paróquia Nossa Senhora de Fátima & São João de Deus -  Tel. 2301.0219


DIVULGAR É PRECISO:  
Conforme a Vossa Santidade, o Papa, João Paulo II: "Evangelizar é comunicar". Essa Pastoral trabalha a notícia relacionada aos trabalhos da Comunidade Paroquial, divulgando-a no âmbito interno e externo da Paróquia, com o objetivo de levar ao conhecimento público o que a nossa Igreja católica vem realizando em prol da Evangelização na busca do Reino de Deus. Fator imprescindível para a convivência com as adversidades do mundo causadas pelo próprio homem.
          A divulgação interna é destinada a atingir a Comunidade Paroquial, através dos nossos murais, expostos na Igreja.

 DEFINIÇÃO: 
Conjunto de ações realizadas dentro da comunicação eclesial. É a pastoral do ser/ estar em comunhão/ comunidade. É a pastoral da acolhida, da participação, das inter-relações humanas, da organização solidária e do planejamento democrático do uso de recursos e instrumentos da comunicação. Não é uma pastoral a mais, mas aquela que integra todas as demais pastorais.       
OBJETIVO:
- Evangelizar através da comunicação, tornando presente os valores da mensagem de Cristo nos meios de comunicação social;
- Através de meios de comunicação manter os fiéis informados de tudo que acontece na Comunidade e;
- Fazer a divulgação dos eventos e festas que acontecem na Comunidade.


Com as bênçãos do nosso Pároco:

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"Ide, contai o que estais ouvindo e vendo" (cf Mt - 11, 2 - 5 )
A comunicação católica se faz necessária para dar visibilidade às ações da igreja, do clero, das pastorais, organismos e movimentos. É por esse motivo que a CNBB atualiza o portal, para que você possa estar informado das ações. Seja bem vindo!  www.cnbb.org.br

"Os católicos não deveriam ter medo de abrir as portas da comunicação social a custo, de tal forma que a sua Boa Nova possa ser ouvida sobre os telhados do Mundo". João Paulo II

A Pastoral da Comunicação já existia em outras paróquias, mas,era bem isolada.Dom Orani nosso Arcebispo atual, recriou essa pastoral em todas as paróquias.

   O certo é que daqui para frente essa pastoral exista em todas as paróquias.E o padre Luiz Carlos me convidou para coordenar e eu fiquei muito lisonjeado com o convite,diz Jorge ─ porque na verdade essa foi a primeira pastoral fundada pelo novo padre e é uma responsabilidade muito grande,Você fazer parte de uma pastoral de um padre que veio e de repente aceitou a idéia de Dom Orani.

   A implantação dessa pastoral em nossa paróquia (Pascom)  pastoral da comunicação! Já faz um ano e três meses, ela está apenas engatinhando mas com muita força e trabalho.

Fazem parte da coordenação: Jorge Valim,Maria Amável Balbino e Daniele.

   Esse trabalho já deu frutos pelo que eu pude observar, mas ele já saiu fora dos muros da igreja, foram convidados a mostrar esse trabalho nas outras paróquias?─Não!, diz o coordenador; as paróquias e o Vicariato Oeste se reúnem para criar em cada Vicariato, e todas as igrejas tem um representante e aqui nessa região somente duas igrejas participam, a Nossa Senhora de Fátima  e São João de Deus e Nossa Senhora da Conceição.Isto é importante porque existem muitas igrejas nessa região─E muito trabalho diz Jorge, aqui é unir a Comunidade e todas as igrejas e pastorais afim de que o   trabalho seja mostrado através de um movimento só. A igreja celebra, a comunidade participa e as pastorais se associam as festas, as celebrações mais tradicionais da igreja, Páscoa,  Ramos, e o importante é divulgar e mostrar para a comunidade A definição de Pascom é: fazer com que todos participem juntos, ajudar a divulgar os eventos,  faço um trabalho de evangelização que é o de levar o evangelho a todas as criaturas ao resultado desse trabalho de fé. 

               


 Almoço da Restauração

Pastorais e Comunidade se reuniram, neste domingo dia 14/03/2010, para a realização do “Almoço da Restauração”, que teve como finalidade a continuação das obras em nossa “Paróquia”. 

Pastoral da Comunicação       

Com a Igreja em obras, desde Junho de 2009 Padre Luiz Carlo passou as atividades da paróquia para o salão paroquial  


  

    O Estado do Rio de Janeiro assim como em alguma Capitais do Brasil, foram muito castigados pelas  chuvas torrenciais que caíram  no mês de Abril se 2010, desabando casas em várias favelas no Rio de Janeiro.E mais uma vez a comunidade da Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus esteve presente mostrando a sua solidariedade.Foi dessa forma que tudo aconteceu no dia 07 de Abril:

Esse memorando  abaixo citado foi enviado aos representantes  do poder público

   O jornal Extra fez uma reportagem com as pessoas que estiveram com a responsabilidades de assegurar o bem estar de todos os desabrigados e até mesmo com alguns deles  que sentiram na pele aqueles momentos de angústias.


 Esse é um resumo dos acontecimentos  ocorridos  em nossa comunidade, e Marcelo que esteve ativamente atuando em ajudá-los, se doou inteiramente aos nossos irmãos desabrigados correndo riscos de desestruturar até mesmo a  sua própria vida particular.

   Ele nos relata que:

Poder Público

   Apesar da comunidade São Sebastião ser pequena e um pouco  escondida, o chefe de saúde elogiou e destacou o trabalho executado na Paróquia como o mais estruturado do Estado do Rio de Janeiro, apesar das condições do espaço físico, destacou-se a Higiene, conservação e limpeza,alimentação e desempenho Humanitário Social

   Com os conhecimentos próprios alcançamos êxitos em todos os contatos com os órgãos públicos.

Abrigados

   Quarenta pessoas entre crianças, adolescentes, adultos e idosos. Ao contrário de relatos de vandalismos, consumo de drogas e álcool, o nosso abrigo provisório recebeu os mais variados elogios, tanto por parte dos próprios familiares que aqui se encontravam quanto da imprensa e órgãos públicos.

Comunidade externa

   Me sinto honrado em pertencer a uma comunidade unida e solidária que formou um  verdadeiro exército da paz, independente de classe  social, crenças ou religiões.

Comunidade interna

   Pregamos que devemos amar ao próximo como a nós mesmos, disse Jesus: tive fome e me deste de comer, tive sede e me deste de beber.

   Por vontade ou omissão de poucos cristãos, naquele dia quase negamos a Jesus o que ele pede que sigamos.Na esperança de auxílio aquardei em vão por um socorro daqueles que achei que havia escolhido.

   Por outro lado os que não enxerguei foi justamente os escolhidos por Jesus.Poucos soldados que se tornaram um grande exército.Ao invés dos experientes e sábios Deus escolheu os simples mas,porém, eles fizeram com amor.

                                                            Comentário

   Acredito que a vontade do pai nem sempre são feitas em nossa comunidade, mas na maioria das vezes a nossa própria.Quando tentamos cumpri-la tudo se faz bem mais difícil e tenso, mas ao fim da batalha a satisfação da vitória, sob tudo e todos. 

                             Levantamento Geral do Estoque de Doações

   Alimentos não perecíveis num total de sessenta e três itens - 2.323 quilos.

Higiene pessoal, dezoito itens- 2.573 unidades.

Material de limpeza, itens, vinte e dois  -1.022 unidades

Mais de 4.700 peças de vestiários entre roupas, agasalhos, roupas de banho, cama e calcados entre adulto e infantil.

Gastos extras  cr$ 985,00

Obs.255 horas  de trabalho.

Esses são os dados apurados em 03 de Maio de 2010.

Por esse trabalho prestado pela paróquia Nossa Senhora de Fátima aos nossos irmãos desabrigados, recorrente das chuvas e conseqüentemente dos desabamentos ocorridos nesse período acima citado, a paróquia recebeu uma homenagem da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

 

Também recebeu nessa ocasião a mesma homenagem o Senhor Marcelo Amaral Miranda, por ter ficado a frente desse trabalho comunitário.

 O carinho com que o padre Luiz exerce a sua função de Pastor, o amor e o zelo para com as coisa de Deus e da Igreja, reflete nos semblantes das pessoas que participam dessa paróquia.

 Todas as celebrações são para nós uma festa e uma grande festa foi a do dia das mães, quando todas elas  ao chegarem á igreja foram recebidas com uma rosa  vermelha. Padre Luiz Carlos não mede esforços para que todos os fiéis tenham prazer em ir a Igreja e façam dela também a sua casa.

Reflexo de toda a paróquia

 

Esse primeiro contato com Padre Luiz Carlos  e as modificações que ele fez foram essenciais, é um reflexo de toda a paróquia.

    ─Falando um pouco sobre a obra da igreja, achei muito importante a atitude dele não pedir dinheiro porque o povo já estava cansado, quase todos os padres que passaram por essa comunidade visavam muito esse interesse. E essa obra está sendo realizada com tranqüilidade mas o que está sendo feito é surpresa? Vai causar impacto na comunidade?   o que você acha? Essa obra era mesmo necessária?.

─A obra na paróquia,diz Zé Henrique,─ foi iniciada pelo padre Passos, mas não foi concluída, tanto que olhando de cima onde ficava o ministério podemos verificar que as janelas não haviam acabamento, a coluna tinha defeitos, havia infiltrações no teto, tinha uma obra que estava como sendo concluída mas daqui a alguns meses ou até mesmo daqui a uns dois anos   teria que ser mexido novamente e para que isso não acontecesse foi investido uma boa qualidade de acabamento.Não há como evitar, se investe uma qualidade maior em cima para proteger o que está embaixo e com relação às colunas era notório até mesmo para aqueles que são mais leigos nesse aspecto, podia perceber que havia uma coluna torta, talvez pela má qualidade  da mão de obra empregada.  As coisas de Deus não é o  templo físico, mas que seja uma coisa com um bom acabamento.

   Sobre as festas e procissões, muito interessante é que não fazíamos festas para o padroeiro  São João de Deus mas a partir do padre Luiz Carlos estamos aumentando essa devoção muito justa por sinal, e ele já falou que quer a igreja lotada no próximo ano. 

   Essas procissões comenta Zé Henrique─ Elas tem sido realizadas, levar a  imagem da igreja pelas ruas e adjacências─ Interessante é que o Frei José fazia isso! Será que padre Luiz Carlos quer dar continuidades a esse trabalho ou já vem dele mesmo esse sentido?  ─Não sei se ele está dando continuidade a esse trabalho, diz, porque não o conheci nas outras paróquias pelas quais passou. Eu o conheci na paróquia Nossa Senhora da Conceição, como católico não acompanhei o seu trabalho fora de nossa Igreja.

    No sentido de devoção é o resgate da identidade católica, das origens, fontes da nossa igreja e a exemplo das procissões ela não é uma invenção dos padres, é um resgate do povo para demonstrar a fé. ─Não entendo isso como uma continuidade do trabalho de frei José, Padre Luiz Carlos faz, e isso é importante e vem culminando com o sentido da Missão Continental, e a procissão acaba atingindo diretamente o povo demonstrando que a fé está viva.

   ─Até mesmo porque Zé Henrique, atualmente as pessoas estão com a fé  muito abalada pelos acontecimentos ligados aos sacerdotes, influenciando até mesmo dentro de algumas pastorais  da paróquia, como é o caso da pastoral da perseverança.

    Em conversa com o coordenador ele me relatou que as crianças estão se afastando dessa pastoral, pois alguns pais não querem que os seus filhos continuem porque há um homem sozinho para cuidar de muitas crianças. Isso é muito triste porque sabemos que esse caso de pedofilia dentro da igreja é esporádico, há um caso aqui outro acolá. Um padre não vai ser padre para realizar esse tipo de coisas, ele tem a suas responsabilidades com Deus primeiramente, com a igreja, com aquilo a que ele se propôs  a fazer na sua vida religiosa

   Tenho lido alguma coisa sobre isso, ─  algum tempo atrás,lí um comentário do padre Ricardo, que a porcentagem, a estatística dos padres que cometem a pedofilia é de 1% para a igreja católica. Isto está sendo levado a tona coisas que aconteceram nas décadas de 50, 60,70 culminando com os de hoje. É toda uma idéia de ataques a Igreja Católica, da degradação em todas as áreas. É uma pena que as pessoas só conheçam esse tipo de padre e não se dão ao trabalho de buscar dentro da igreja os trabalhos que são realizados. A estatística desse ato é  tanto dos padres quanto dos pastores protestantes e estatisticamente é mais de 1%.

    ─Voltando um pouquinho atrás, ainda falando do ministério de música, outro dia o padre Luiz Carlos falou que assim que a igreja estiver pronta o ministério de musica vai continuar cantando ao lado do altar, como era antes e está sendo agora. Pergunto-lhe, estamos regredindo no tempo? Veja bem diz ele─ Me senti muito bem com isso porque não precisou do elevador para o Zé Henrique. Estava me sentindo constrangido por ter um elevador na igreja só para o meu uso e do Valdir, claro!  Que serviria para todos, mas especialmente para nós que participamos do ministério.

   É muito bonita essa idéia dele, ter esse carinho comigo ou com outros que precisem dessa obra, ele compreende o serviço que eu tenho ali, o carinho que ele demonstrou com essa realização e ao mesmo tempo ele foi muito sábio e inteligente ao pedir ajuda as pessoas de dentro da Mitra para fazer tudo aquilo.

     Essa idéia de coral lá em cima não se usa mais, as igrejas nos tempos antigos usavam porque o cantar lá do alto dava-se uma acústica e toda igreja se ouvia a música.Hoje em dia há uma eletrônica que cobre essa necessidade, porque ficar lá atrás se o pessoal pode ficar lá na frente ajudando a assembléia a cantar? Até porque a finalidade de um ministério de música é ficar de frente para o altar e em contato direto com o sacerdote, é bem natural e atual.

   Também achei importante o padre Luiz Carlos reativar o Conselho Paroquial, coisa que os padres anteriores haviam abolido, o que você achou disso? ─  O Conselho Paroquial atualmente acho muito importante e necessário para que as pessoas se sintam  parte integrante da paróquia e correspondam com as responsabilidades para a qual foram chamadas.  Estamos bem de perto participando do conselho econômico. O  padre foi bem claro, Quando fez   o conselho paroquial e colocou a frente os coordenadores,  a sua intenção é que  mesmo depois   de deixarem a coordenação  da  pastoral eles não deixam de serem membros do conselho pois, continua a sendo  participante da paróquia. A criação do conselho é muito importante para dar sentido de mais responsabilidades ─Também as atitudes do sacerdote ficam mais transparentes não é Zé? Porque isso não existia aqui na paróquia e a falta de transparência   foi  uma das causas que levaram a saída de padres dessa igreja.

   Importante também é a restauração do Encontro de Casais com Cristo e você pode nos falar sobre isso?

    ─Claro! A caminhada do ECC nessa paróquia mais uma vez tem que ser bem debaixo dos seus olhos, bem de perto de sua condução porque os ataques que a igreja vem sofrendo, ataca-se  diretamente as famílias, porque a Igreja é contra o aborto, o casamento entre homossexuais que são atos contrários aos planos de Deus, totalmente contrária a constituição de uma família. 

   Essa reativação do ECC vem num momento especial, e o padre está dando toda a sua força em resgatar as famílias, inclusive a nossa que está dentro da igreja. Precisamos da fortaleza, da espiritualidade, de viver o sacramento e dar sentido as famílias que vem fazer o encontro e você vê o reflexo na pastoral da família que é bem reduzida. Tem muitos casais na paróquia que não estão na pastoral da família, que isso venha resgatar os casais para a caminhada da igreja.!

  É muito bonito ver a nossa família caminhando juntos e tem muitas pessoas ali dentro da igreja que gostariam de estar unidos com as suas família comungando a Santa Eucaristia.  Marido, mulher e filhos, um sentido de união. Há aquela que não vai a igreja, mas que é uma  boa  pessoa e conduz a sua vida, dá uma idéia de cristão. Mas é preciso saber discernir o que é cristão e o que não é, muitas pessoas são boazinhas, mas nem todo  caminho leva a Deus. É muito importante essa volta do ECC com união ao sacerdote, as Diretrizes, ao casal Diocesano, casal Setorial, caminhar com obediência. 

  O grupo jovem vem enfrentando um problema que não tem nada haver com o ministério, é um caso a parte, mas que pode afetar o ministério de música. O que você pode adiantar para nós nesse assunto? ─Não sei se é o caso de falar agora porque está começando esse problema, a verdade é que o jovem tem suas vontades e o seu espaço dentro da igreja para realizar o seu trabalho e deve. O convite não faltou a eles e do meu ponto de vista não é necessário tirar o espaço de ninguém para dar a outro, ocupa-se o espaço junto, não é uma coisa difícil de se entender, não vai de encontro a ninguém e nem quero ir de encontro a ele, mas é uma árvore que está enraizada a oito anos e de repente se você quiser tirar essa árvore, a raiz vai estar plantada e o que vai ser plantado ali? Não é querer o espaço do outro numa missa jovial, não podemos separar uma família unida para dar uma forma jovial, e a família dos jovens onde está? O pai a mãe, entendo o sentido que eles querem, mas eles devem somar.

 

                                                       Grupo Jovem

    No passado houve um desentendimento do coordenador do grupo jovem com o sacerdote vigente que culminou com o fim do grupo. O  padre Passos fundou o ministério de música Abba Pai com a coordenação de Zé Henrique que continua até os dias atuais.

O grupo jovem atual  tem realizado um excelente trabalho, alguns componentes estão inseridos no Ministério de música Abba Pai

Eles  queriam  formar uma banda de música para assumir uma missa pelo menos uma vez no mês mas independente do Ministério. Mas não é prudente, pois a igreja é um corpo e como tal estamos unidos, o grupo jovem deve  se juntar ao ministério de música e as outras pastorais para que a liturgia da igreja seja indissolúvel, como um casamento não deve haver separação.E assim unindo nossas forças foi que o grupo jovem fez um excelente trabalho na festa de coroação de Nossa Senhora.Atualmente já existe no ministério de música alguns componentes  do grupo jovem, eles entenderam o sentido do que é Liturgia da igreja e a união com Cristo  

    Peço a todos que rezem pelo padre Luiz Carlos para que ele possa discernir  as contendas que aparece na paróquia, e ele procure ouvir e orientar as pessoas. ─Diz o coordenador do ministério de música José Henrique.

    Por tudo isso que aconteceu fui até ele para não gerar mais comentários e percebi que ele é rápido para raciocinar nessa situação, como homem e sacerdote ele deu logo uma resposta─fique em silencio, deixe as coisas acontecerem.

   Como sacerdote para administrar essas situações, pois ele já participou de muitas paróquias e tem experiência em lidar com esse tipo de problema. Peço a Deus por sua saúde  e a ajuda de Deus para que ele tenha disposição de trabalhar, compartilhar sua sabedoria e seus conselhos

 

                     Festa de Nossa Senhora durante todo o mês de Maio de 2010

  Só quem viveu esses momentos vai poder contar.

  Durante todo o mês de Maio, vivencio-se  a festa de Nossa Senhora de Fátima com muita alegria e intensa espiritualidade.                        

                     Festa de Nossa Senhora durante todo o mês de Maio de 2010

  Só quem viveu esses momentos vai poder contar.

  Durante todo o mês de Maio, vivencio-se  a festa de Nossa Senhora de Fátima com muita alegria e intensa espiritualidade.                        

FOTOS...

Apostolado da Oração

 

    Um trabalho e devoção importantíssima nessa paróquia é também o Apostolado da Oração. E a coordenadora Amável nos conta como é realizado esse trabalho que teve início na França e vamos contar um pouco de suas raízes.

 

   Assim como o mês de maio é dedicado a Maria, o mês de junho é dedicado ao sagrado Coração de Jesus. A devoção ao Sagrado Coração de Jesus iniciou-se ao pé da cruz no momento em que o soldado com uma lança perfurou lhe o lado abrindo seu Coração, e teve seu início na França no dia 3 de dezembro de 1844. Os membros do AO recebem a fita, que é o sinal do sagrado coração, a cor vermelha é o sangue, a vida de doação plena que o Senhor entregou por cada um de nós, a medalha tem o Sagrado coração de Jesus de um lado e do outro Coração de Maria é para nos lembrar que temos pai e mãe que nos abençoa, o Bentinho é o símbolo do AO e nele está gravado venha a nós o vosso reino isso para lembrar a todo instante que estamos buscando esse reino por isso temos que usar a fita não como enfeite nem só para mostrar a que grupos pertencem, mas sim honrá-la como um sinal do amor de Cristo por nós e o nosso por ele. O nosso dever de apóstolos é oração, trabalho com caridade, humildade e a mansidão, temos que caminhar juntos, para servir melhor; temos que ter paciência com as pessoas principalmente com idosos e doentes. Ser apóstolos do coração de Jesus é o nosso jeito de ser igreja, de estar em união com o papa, com nossos bispos e sacerdotes – que são autoridade na igreja.      

 

    O Apostolado da Oração dessa paróquia foi fundado no dia 03 de Maio de 1964 com 53 membros e o fundador foi o Padre Joaquim Buena Costa, tendo como a primeira presidente a senhora Jordalina Maria da Silva, a primeira secretária  a senhora Jandira Bonezo, tesoureira senhora Isoma Carvalho.

   O trabalho  consiste em toda a primeira quinta feira do mês uma missa, A Hora Santa é indispensável, pois é o alimento para a nossa caminhada, diz a coordenadora. E a reunião mensal. O Apostolado tem as suas obrigações diárias que consiste no oferecimento do dia, reza-se pelo menos uma dezena do terço, e a leitura do evangelho todos os dias.   Recebemos ainda um boletim informativo contendo a oração do dia e a cada mês essa oração é modificada e também as intenções da oração que é enviada  pelo Papa. 

      O Apostolado reza pelo mundo inteiro e por todos, visita os doentes nos hospitais e particulares, e tem ainda a obrigação com a igreja e com o padre, esse, sempre convoca o Apostolado, pois estamos em todos os lugares e não há uma condição específica, onde há necessidades o Apostolado lá está como um soldado a frente da batalha, um soldado de Cristo.

       É também nossa obrigação anunciar o Sagrado Coração de Jesus nos quatro cantos do mundo, em qualquer lugar que estivermos somos reconhecidas pela fita, bandeira e o Apostolado da Oração encontraram respaldo na Vida da Igreja, na manifestação dos sucessores de Pedro, nossos papas, em documentos basilares que impulsionaram seu crescimento. Seus membros trazem nos ombros uma fita vermelha, lembrando o sangue de Cristo, identificada com o bentinho – coração e a medalha em forma de cruz.

    O Bentinho é o símbolo do AO e nele está gravado venha a nós o vosso reino isso para lembrar a todo instante que estamos buscando esse reino por isso temos que usar a fita não como enfeite nem só para mostrar a que grupos pertencem, mas sim honrá-la como um sinal do amor de Cristo por nós e o nosso por ele.  O dever de apostolas é oração, trabalho com caridade, humildade e a mansidão, deve-se caminhar juntos, para servir melhor, é preciso ter paciência com as pessoas principalmente com idosos e doentes, ser apostolas do coração de Jesus é o jeito de ser igreja, estar em união com o papa com nossos bispos e sacerdotes que são autoridade na igreja, não criar conflitos e confusão na comunidade. Os membros do apostolado devem estar inseridos nas outras pastorais e movimentos da comunidade para que  a oração seja o alicerce. 

 

FESTA DE 39 ANOS DE FUNDAÇÃO DA PARÓQUIA

e 

Dia de São João

24 de Junho

Para comemorar esse dia, foi celebrada uma missa e logo após todos ao redor de uma grande fogueira, Padre Luiz Carlos fez uma oração agradecendo a Deus pelos trinta e nove anos da paróquia, todos estávamos radiantes com essa festa, também nessa mesma noite foi inaugurada  uma réplica do Cristo Redentor.

Padre Luiz Carlos exemplo de fé na Divina Providencia

  Sobre os trabalhos que o padre Luiz Carlos vem realizando em nossa paróquia eu tenho que afirmar o seguinte: padre Luiz Carlos não é apegado ao dinheiro, ele acredita na providencia Divina, não que os outros padres não acreditem! Mas ele é totalmente desapegado ao dinheiro, se você pede dinheiro e se ele tiver e for para ser bem empregado, não precisa pedir duas vezes! É por isso que a obra vai indo  devagar mas não para.

 Um padre tem que ser assim, dar o exemplo, não podemos nos apegar as coisas materiais. Ele age conforme o que ele prega, ele é muito presente, só não vai a casa de ninguém para não causar polemica por ir a casa de um e não ir na do outro.Um padre tem que ser presente e ele o é. Graças a Deus encontramos um sacerdote que é pastor aqui na terra e cuida de suas ovelhas.   

     O serviço do Diácono é servir, diz Francisco  ─ eu, com essa responsabilidade e confiança que adquiri com o tempo,  e  juntos “Estamos a caminho”. Cada um com as suas dificuldades, mas, com a certeza de vencer as tribulações da vida. 

  

 Estamos unidos numa só fé e essa união pôde ser mais uma vez registrada pela PASCOM que realizou um excelente trabalho cobrindo esse evento que mostramos logo abaixo

   

Inauguração da Capela São Benedito dos homens pretos e Nossa Senhora do Rosário.

 

    No dia 03 de julho de 2010, às 17 horas, foi inaugurada a Capela Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, na Comunidade da LGHT, em Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

    A inauguração marcou a presença do Padre Passos, que lançou a “Pedra Fundamental” aproximadamente três anos atrás, dando o primeiro passo para a construção da Capela e Padre Luiz Carlos que levou este projeto até o final com a ajuda do Diácono Francisco para a  “Glória de Deus”.

    A Santa Missa foi celebrada pelo Monsenhor Luiz Artur e o Diácono Francisco, que teve a participação fiel da Comunidade, membros das Pastorais e do Ministério de Música ABBAPAI, da Paróquia Nossa. Senhora. de Fátima e São João de Deus. Uma celebração belíssima, com muita fé, emoção e dedicação.

    A Capela Nossa  Senhora. do Rosário e São Benedito, terá celebrações  com o Diácono Francisco todos os sábados a partir das 17 horas. A Capela será um instrumento de Deus para  cada coração desta Comunidade para que se possa propagar a caridade e o amor de Deus, em Cristo Jesus.

 

Padre Luiz Carlos tem uma força dentro de si e essa força  é o que nos conduz e nos leva a  realizar  grandes coisas. Agindo assim, mesmo nas dificuldades torna-se tudo mais fácil.

   Para ele todos os acontecimentos e datas são dignos de se celebrar e foi assim que no dia dos pais não se passou em branco, ele convidou a todos os pais a se apresentarem á frente do altar e ungiu a todos, e com orações e cânticos de louvor homenageamos nossos pais.

                 
Dia dos Pais
  
   
    A abertura da Semana Nacional da Família, na Paróquia N. S. da Conceição, no sábado do dia 07 de Agosto, com a celebração da Santa Missa pelo Arcebispo do RJ Dom Orani, marcou a abertura das atividades e palestras que aconteceram por toda a semana, em todo o Brasil, com temas sobre a “Família Cristã”.
Em nossa Paróquia, Nossa S. de Fátima e São João de Deus, iniciou-se, neste domingo 08 de Agosto, com a comemoração do dia dos pais. Durante toda a semana houve Palestras, O Terço, Reflexões com a Pastoral Familiar, Grupo de Oração, Ministério de Música e todos os movimentos pastorais e comunidade, envolvidos pela fé em Jesus Cristo. O encerramento foi no dia quatorze, sábado, na Catedral e no Domingo tivemos o “Baile das Famílias”. 
    Nesta semana aproveitou-se também a oportunidade da realização do primeiro grupão do Encontro de Casais com Cristo, para assim darmos início a esse serviço que havia sido extinto nessa paróquia, porém o nosso novo pároco Padre Luiz Carlos percebeu a grande necessidade da implantação desse serviço nessa igreja, e   dessa forma, com a presença das famílias que é a célula da sociedade, vamos caminhando com fé e esperança de dias melhores e para tanto, o nosso padre se esforça e a comunidade também.

 

Semana da família

   A  Semana da família de 2010 foi marcada por grandes manifestações em nossa Paróquia.

   A abertura do evento foi realizado pelo Padre Luiz Carlos que nos brindou para o nosso deleite,  com uma palestra na qual explanou que a Paróquia: é o organismo que ajuda a família na transformação de valores !.

   Para que possamos por em prática e aprimorar esses valores que estão intrinsecamente arraigados nas famílias, devemos por em prática a fraternidade, doação, partilha e unidade, como os primeiros cristãos que tinham tudo em comum e que a Paróquia é um lugar de formação permanente.

   Padre Luiz Carlos  citou ainda o documento de Puebla que nos diz:

     A Paróquia, mais que um território, estrutura ou edifício, é uma comunidade de fiéis, isto é, uma comunidade onde se descobre o rosto familiar e próximo da Igreja; que está construída na Igreja particular, como uma célula sob a autoridade do Bispo Diocesano, cujo cuidado pastoral se recomenda a  um Pároco, que exerce de maneira autônoma, porém em colaboração com o Bispo, e cujo dever é acompanhar as pessoas e famílias ao longo de sua existência na educação e crescimento de sua fé ( Puebla 644)

 

      A Paróquia é o lugar de encontro do Cristão, das famílias, onde se  dá a comunicação  fraterna de pessoas e de bens.

   As Paróquias são células vivas da Igreja e lugares privilegiados, onde as famílias podem viver a experiência do encontro com Cristo e de sua Igreja!.

Completando as experiências vividas na realidade do dia a dia de uma comunidade, encontramos nos documentos de Puebla os seguintes esclarecimentos:

       A paróquia realiza uma função de Igreja em certo sentido integral, já que acompanha as pessoas e famílias no decorrer de toda a sua existência, na educação e crescimento na, fé.É centro de coordenação e animação de comunidades, grupos e movimentos. Aqui, amplia-se mais o horizonte de comunhão e participação. A celebração da eucaristia e demais sacramentos torna presente de maneira mais clara a totalidade da Igreja.O seu vínculo com a comunidade diocesana é garantido pela união com o bispo, que confia a seu representante ( normalmente o pároco ) o cuidado pastoral da comunidade.A paróquia vem a ser para o cristão o lugar de encontro, de fraterna comunicação de pessoas e de bens, superando as limitações próprias às pequenas comunidades. Na paróquia se assume, de fato, uma, série de serviços que não estão ao alcance das comunidades menores, sobretudo em nível missionário e na promoção da dignidade da pessoa humana, atingindo-se, assim, os migrantes mais ou menos estáveis, os marginalizados, os separados, os não-crentes e, em geral, os mais necessitados.

 

Nesta semana de comemoração,como já foi acima citado, foi realizado também o  primeiro grupão marcando o retorno do Encontro de Casais com Cristo, foi realmente maravilhoso a volta dos casais que haviam se afastados da Paróquia com o fim desse movimento.

   Esse grupão vai ser lembrado com muito carinho, mesmo tendo  passado sete anos as  pessoas   não deixaram a sua fé e nem se  esqueceram do Encontro de Casais em nossa paróquia, que era realizado com muito fervor e na mais perfeita união,os trabalhos eram realizados com alegria e havia paz entre todos.

     Pedimos a Deus que daqui para a frente essa paróquia seja uma referencia como foi no passado e que Deus dê saúde e disposição ao padre Luiz Carlos para continuar esse trabalho maravilhoso que é o resgate da família para Deus.

Que as pessoas escolhidas por Deus para dar continuidade a esse movimento saibam conduzir, e ajudar a dar uma formação espiritual a esses casais que voltaram para casa como o filho pródigo e trabalharão no encontro. Para que eles entendam que a presença no encontro, o trabalho a ser realizado não os exime de participar ativamente nas atividades da paróquia, que eles aprendam e entendam que se um dia eles tiverem algum desentendimento e não mais  simpatizarem com o padre, eles não devem se dispersar,devem  procurar dialogar, expor os problemas e tentar encontrar um equilíbrio porque afinal a ultima palavra é do sacerdote que é o nosso pastor, e nos conduz. Estamos todos novamente no mesmo barco e estamos navegando e a caminho como sempre nos diz padre Luiz Carlos.

Na oportunidade foi realizado também um louvor com o Ministério de Música ABBA PAI, e uma apresentação teatral, Maria vestida de branco, resplandecente combatendo a força do mal.

E  para finalizar a semana da família, foi realizado um baile com as famílias logo após a missa do Domingo do dia 14 de Agosto de 2010.

Durante as comemorações a Paróquia recebeu a visita do padre Pedro que participou ativamente dos eventos, é uma pessoa carismática e muito sorridente,esperamos que ele volte outras vezes porque será uma alegria recebê-lo .

Encerramento do Catecumenato

No dia 21 de Agosto as 18 hora foi encerrado o Catecumenato com o crima  dos adultos, e a celebração da Santa Missa pelo Monsenhor Luiz Artur Artur e concelebrada pelo padre Luiz Carlos.

                                                O que é a Crisma?

 

 "Os apóstolos punham as mãos sobre eles e estes recebiam o Espírito Santo"(At 8,17). Crisma é o segundo dos Sacramentos da Iniciação Cristã, que infunde ao batizado o Espírito Santo, assim como aos Apóstolos no dia de Pentecostes. O nome "crisma" vem da unção com óleo de Santa Crisma, que simboliza a impregnação pelo Espírito Santo. Esse sacramento é chamado também de Sacramento da Maturidade Cristã. O cristão, ao se crismar, confirma conscientemente o seu Batismo, a sua opção pelo Cristo e se compromete ser a sua testemunha no mundo. Ratifica as promessas batismais feitas pelos pais e padrinhos no dia do seu batismo.

    A Confirmação é uma decisão pessoal e uma opção consciente de um cristão, que fortalecido pelos dons do Espírito Santo se torna capaz de cumprir a missão cristã com responsabilidade e coragem. É um sacramento muito importante na vida cristã e a sua prática se dá desde o início da Igreja (Cf. At 8,17; 19,6), o que sugere que foi ordenado pelo próprio Jesus Cristo.

    O Espírito Santo que se recebe no sacramento da Crisma, vem não só para fortalecer uma pessoa na luta com as adversidades, mas também para santificar. Santifica a quem recebe-O e também quer santificar o mundo por meio do cristão crismado. Vem ajudar a viver o amor em família e na comunidade, conforme o mandamento de Jesus: "Amai-vos uns aos outros...".

   Os setes dons do Espírito Santo  

   Os sete dons do Espírito Santo são: Sabedoria, Entendimento, Ciência, Conselho, Fortaleza, Piedade, Temor de Deus

Sabedoria. Não é a sabedoria que se aprende nos livros, escolas e cursos (embora a inteligência seja um dom de Deus). A verdadeira sabedoria é o conhecimento de Deus. Sábio segundo o Espírito é aquele que conhece o amor de Deus e experimenta a sua bondade, praticando a justiça.  O verdadeiro sábio é  justo.

Entendimento. É o dom que as pessoas recebem para descobrir a vontade de Deus nas coisas grandes ou pequenas da vida.

Ciência.É o dom de distinguirmos o bem do ma.É ter o conhecimento da Salvação que o  Senhor nos oferece, dia a dia , em Jesus Cristo e no Espírito Santo.

    Conselho. É o dom de orientar e ajudar quem precisa; é o dom de dialogar fraternalmente, em família e em comunidade, a fim de encontrar soluções melhores; é o dom de animar os desanimados; é o dom do otimismo da vida

  

    Fortaleza. É o dom de enfrentar as dificuldades, de vencer as tentações, de não desanimar. É o dom de assumir com alegria os deveres de pai, de animador de comunidade etc.

Piedade. É a mesma coisa que misericórdia, ou seja, entregar o coração a Deus e aos outros que precisam da gente. É a imitação de Cristo, manso e humilde de coração .

Temor de Deus. Não é ter medo de Deus; não é considerá-lo um castigador. É o respeito que devemos ter para com Ele. É ter a humildade de saber que nunca o amaremos suficientemente como ele merece.  

                                 Quem pode receber a Crisma?

   Para receber o sacramento da Crisma a pessoa tem de ser batizada. Deve fazer uma preparação adequada (geralmente de 1 ano), deve "fazer" a Primeira Eucaristia, ter uma certa participação na vida da comunidade e ter pelo menos 14 anos de idade. Esta preparação deve conduzir o candidato a se engajar em um dos grupos da Igreja ou na Pastoral.

   Padrinhos

     Sejam escolhidas as pessoas que testemunhem sua fé pela vida. Devem ser batizadas, crismadas, solteiras ou casadas na Igreja. Os padrinhos do batismo podem ser também padrinhos da crisma dos

   O Ministro ordinário deste sacramento é o bispo. Em certas circunstâncias, pode ser também um sacerdote, mas deve obter a licença do bispo.

                            

                            Formatura dos coroinhas de 2010

No dia 22 de Agosto realizou-se a apresentação e formatura dos coroinhas do ano de 2010, durante a cerimônia foi explicado a eles a responsabilidade de cada um, com o compromisso que hora assumiam.

                                        

 

 

                                   Adoração ao   Santíssimo

Como sempre acontece toda última sextas feira do mês é celebrada a adoração ao Santíssimo Sacramento, e nessa oportunidade estiveram presente todos os coroinhas formados, e graças a Deus a igreja estava cheia de fiéis.

Foi uma adoração atípica, pois o sacerdote concedeu a palavra a cada um que tivesse alguma graça a pedir e também a agradecer a Deus, cada pessoa que falava sentíamos que Deus estava agindo naquele momento, foi emocionante e realmente um momento de adoração. Esse dia 27 de Agosto ficará marcado na mente e nos corações daqueles que participaram desse momento de adoração.


                                        Espaço Aberto

No dia quatro de Setembro foi realizado em nossa Paróquia o “Espaço Aberto” esse evento esteve na responsabilidade do Ministério de Música, um rodízio de caldos,  com a participação e ajuda de várias Pastorais, com brincadeiras e um grande louvor para animar as pessoas que ali se encontravam

Foi uma noite agradável e todos que ali estiveram se alegraram com o evento e elogiaram esse trabalho, dando-nos um aval para que um próximo evento desse porte seja realizado outra vezes em nossa Paróquia.

 

 

 

  Retiro do Ministério de Música Abba Pai

Todos os anos no  dia sete de Setembro, o Ministério de Música Abba Pai realiza o seu retiro anual e esse ano de 2010 não foi diferente, diferente somente os acontecimentos que foram a cada minuto   uma surpresa para todos que ali se encontravam.

Quero registrar a presença marcante do padre Sílvio que realizou uma  Adoração ao Santíssimo como eu nunca havia presenciado. Durante a celebração pudemos sentir a presença forte do Espírito Santo, quando era tocado em cada um de nós com o Ostensório e o Cristo vivo, e algumas pessoas chegaram a desfalecer tamanha força espiritual ali concentrada.

Esteve presente também conosco nesse evento, o padre Luiz Carlos que celebrou a Santa Missa, como é de costume em nossos retiros, a sua presença nos dá a confiança e a certeza de que podemos sempre contar com a sua proteção e suas orações.Ele é um pai maravilhoso que  nunca nos deixa só. 

Participaram conosco nesse retiro a Paróquia Sagrada Família e a Comunidade Magnífica, essa Comunidade foi convidada para o retiro com a finalidade de levar o seu testemunho de caminhada na difícil tarefa de evangelização. Eles possuem uma casa de Missão situada no Bairro Bento Ribeiro  e há trinta anos vem evangelizando as pessoas através da música. Foi marcante a sua presença entre nós.

E no  encerramento tivemos a presença da Banda Bom Pastor que nos brindou com a sua música maravilhosa e também responderam perguntas sobre a banda, e sobre as suas atividades dentro da comunidade em que estão inseridos.

Foi um dia abençoado e mais uma vez o Ministério de música Abba Pai pode beber da fonte que é o Cristo e se encharcar de graças renovando os seus corações para dar seguimento ao seu trabalho na Paróquia que é levar a evangelização através da música .

  Exposição Bíblica da catequese

No dia 12 de Setembro foi realizado uma exposição bíblica com a pastoral da  catequese. Essa exposição ficou durante todo o mês de Setembro de 2010.

Festa quatro em um

     No dia 14 de Setembro de 2010 o nosso padre Luiz Carlos completou trinta e sete anos de sacerdócio, uma vida de serviço a Deus e a nossa Igreja. Na oportunidade foi celebrada uma missa em agradecimento a Deus pelos seus serviços,  e   no dia dezoito de setembro   foi realizada a festa quatro em um como ele costuma dizer.

      Comemora-se a data do seu sacerdócio, a sua chegada a essa paróquia, o seu aniversário natalício,e o dia do padre.

    Foi realizado um almoço para as comunidades das quais ele foi sacerdote, sim, porque ele é muito querido em todas as comunidades em que exerceu o seu ministério.

   Na oportunidade foi realizado um louvor pelo Ministério de Música Abba Pai  para animar a todos que ali se encontravam. E esse evento também foi animado pela irmã  Lindinalva, que fez brincadeiras com as pessoas presente na festa, depois foi passado a vida do padre Luiz Carlos a limpo através de um  vídeo mostrando a sua trajetória sacerdotal, com depoimentos de pessoas que conviveram com ele em outras comunidades.Foi um dia inesquecível.e o nosso Padre Luiz Carlos estava radiante de tanta felicidade! 

 

               Padre Luiz Carlos não mede esforços para que a paróquia esteja sempre em sintonia com a atualidade e a Liturgia, isso faz com que os fiéis tenham um maior conhecimento da maravilha que é a nossa Igreja.

  

                                                      Semana Bíblica

       No mês de Setembro em que  igreja celebra o mês da Bíblia, a nossa paróquia tem vivido um excelente modo de acrescentar em nossa vida o conhecimento desse livro.E uma dessas formas é “A semana Bíblica.” Com  palestras realizadas por grandes conhecedores desse instrumento necessário a todo o cristão.

     A semana Bíblica foi aberta com a palestra “ A Bíblia na vida das comunidades”com a leitura da carta de São Paulo aos Filipenses cap-2 v 1-6.

 

 

     Através dessa leitura,foi colocado as seguintes  admoestações: A bíblia é a história da descoberta do amor de Deus pelo homem, e a descoberta do nosso amor para com Deus.É a história do nosso amor que encontrou Deus.

   Essa experiência de um povo, de uma família de uma nação que descobre o seu  Deus.

     Ela foi narrada passando de geração em geração e chegou até nós. Bíblia na mão, bíblia no coração, continua a escrever em palavras a descoberta de Deus pelo homem.

   Devemos aprofundar a palavra de Deus em nossa vida, porque não dizer no Cristo. Descobrir a cada dia a riqueza das sagradas escrituras e avivar  a espiritualidade em nossa vida e em nossa comunidade.

   Buscar nela a nossa cura interior e física, ela contém a espiritualidade para o cristão e deve impregnar a nossa vida, os caminhos e preceitos evangélicos transformam a nossa existência e a nossa comunidade.A palavra de Deus é a semente que  lançada na terra,  adubada  e regada    ela brota e cresce.

   A semana da bíblia foi encerrada com uma palestra  realizada pelo nosso amado padre Luis Carlos.

    Foi de grande intensidade as sua explanações, pois na oportunidade um grupo de pessoas escolhidas antecipadamente, fizeram leituras esporádicas e depois todos leram em voz alta e ao mesmo tempo para demonstrar aos presentes o ocorrido quando na construção da torre de Babel. Em Gênesis capítulo 11, nos fala que no mundo inteiro se falava a mesma língua, e os homens resolveram construir uma torre para se chegar até o céu e assim ficarem famosos e conhecido por todos, porém Deus viu que se eles conseguissem essa proeza estariam aptos a realizar outros empreendimento. E Deus confundiu a todos  de modo que um não entendia o que o outro falava e assim quando um pedia terra o outro entendia tijolo, e não conseguindo se entender  não foi a frente essa torre, e Deus espalhou esse povo por todo o mundo e por isso há vários idiomas.   

  

Com essas imagens e essa aula de catequese, mostra  para nós o caminho a seguir, através da semana da Bíblia.

                                                    Chá da vovó

   Fica aqui o convite a todos que participem do momento de oração  com o grupo de oração ‘Vida Nova em Cristo” tem trazido para essa comunidades grandes bênçãos.No dia 25 de setembro esse grupo promoveu um “chá da vovó “ fez homenagem  a algumas pessoas e foi uma tarde agradabilíssima.Esse grupo se reúnem todas as quartas feiras as 19,00horas, na Igreja.

     Encerro esse trabalho que por meses me consumiram, mas foi gratificante, me embrenhar  na vida dessa comunidade e contar a sua história e mais gratificante ainda é conhecer o trabalho de cada um desses sacerdotes, e Diáconos que por aqui passaram.

 

 

Muitas coisas que ocorreram na história dessa paróquia,  achei por bem não mencionar, pois a finalidade desse livro é tão somente mostrar o trabalho das pastorais e serviços dessa paróquia Os sacerdotes são gente como a gente e, portanto facílimo de erros.

   O importante nisso tudo é que eles realizaram grandes coisas, e tornaram realidade o sonho de um grupo de pessoas que a mais de quarenta anos atrás sonhavam com uma capela sob os pé dos eucaliptos e hoje os seus sonhos foram realizados.

    Um agradecimento todo especial ao nosso sacerdote Padre Luiz Carlos que em sua vida não houve sequer um momento de arrependimento  no chamado a servir a Deus através do seu sacerdócio. Obrigado padre Luiz Carlos por fazer parte de nossa comunidade e tenha a certeza de que juntos “Estamos a caminho sob os pés dos eucaliptos”.

                                                 

                                                     Considerações finais

 

      Essa é a história  da edificação da Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, através do trabalho incansável de vários sacerdotes e de uma comunidade viva.
   As lembranças contidas aqui, são os sonhos e as realizações representadas no tempo e no espaço Urbano do Jardim Novo nas décadas de 1953 a 2010.
   Esse texto se propõe a leitura de um passado se enraizando no presente e em suas questões.  Não existe em nenhum lugar  escritos que possa nos servir de parâmetro para escrevermos essa história.
   Esse livro foi realizado através de fotos, entrevistas e gravações com relatos de pessoas e suas lembranças que ficaram guardadas em suas memórias, de paroquianos que vivenciaram esse tempo e que hoje guardam em seus corações as lembranças de uma luta, e também às imagens cedidas por eles.  
    E os sacrifícios daqueles que um dia sonharam com uma capela sob os pés dos eucaliptos. e muitas vezes choraram e se decepcionaram com os irmãos e até mesmo com os sacerdotes. Mas também tiveram grandes alegrias e a maior delas é ver os seus sonhos realizados e que também foi os sonho de muitos que já não se encontram entre nós. E com a ajuda dos grandes sacerdotes que por aqui passaram e trabalharam, se doaram para a realização desse sonho.
    A todos que colaboraram com essa realização, tenham em mente que essa obra não é minha, é de todos que contribuíram com as suas lembranças, que serviu como fonte indispensável para essa realização.
    

      ESTAMOS A CAMINHO SOB OS PÉS DOS EUCALIPTOS

 

 

 

 

 

 

 

 
 

                                
  




           

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



                                      

  
     

Continua no próximo...